Baseada em coisas pequenas - e inevitáveis - do cotidiano que nos chateiam, hoje eu retomo a questão acerca das emoções negativas - que tanto podem nos levar a situações desagradáveis de maiores dimensões como também podem servir como ferramenta para o nosso crescimento em todas as esferas.
E eu nem me refiro a grandes mágoas...
São aqueles pequenos conflitos que insistem em nos tirar do salto e que de tão corriqueiros muitas vezes não percebemos o quanto são benéficos na medida em que nos chacoalham proporcionando constante revisão e consequentemente amadurecimento como processo sem fim.
Podemos ter raiva ou estar em dia mais vulnerável e nos sentirmos ofendidos com algum comentário frio e insensível, por exemplo, e transformar tal evento em algo positivo – ou não – em nossas vidas.
Vamos combinar que lidar com emoções negativas no nosso cotidiano, não é uma tarefa assim tão fácil, principalmente porque mexe com nosso ego mesmo quando é algo menos complexo e que tenha a ver apenas com aquele momento de sensibilidade extremamente aguçada e melindrosa.
De fato, não é nada agradável lidar com RE-sentimento, mas não tem outro jeito, a psicologia nos ensina que, do mais conflitante ao mais simples, só tratando na sua origem é que podemos impedir um mal maior.
Armadilha mesmo é remoer ou simplesmente deixar pra lá por criar sempre uma lacuna.
E como essa ira pode se manifestar a qualquer momento em nossas vidas devemos estar atentos à forma como ela se manifesta em nós para ser cuidada e sanada.
E sem que alguém saia ferido! Afinal, já se está buscando sanar uma ferida.
A cilada é sempre o tal REMOER pois uma vez que se instala a emoção negativa e não a canalizamos através de atitudes positivas, a tendência é crescer certa animosidade entre pessoas...
E não se resolve o problema.
Daí o alerta do bom senso para a ira “mal curada” que fatalmente dá espaço a essa animosidade - entre outras emoções negativas - podendo se instalar inclusive a amargura que vem a ser um “prato cheio” para outras tentações; observando que o toque não é para engolir a raiva, e sim, canalizá-la de maneira produtiva!
Afinal essa história de engolir por questões culturais do tipo deixa pra lá, é que provoca doenças psicossomáticas as mais diversas.
Vendo sob esse prisma passamos a entender melhor que esses acontecimentos chatinhos não são de todo, ruins.
Aliás, as emoções, em si mesmas, não são boas ou ruins, porém a forma como lidamos com elas aponta para o termômetro de nossa saúde espiritual.
Enfim...
Ao abrir os olhos para o Evangelho, enxergamos nele toda uma riqueza de aconselhamentos para uma vida de qualidade, a começar pela nossa saúde emocional e psicológica, para que os relacionamentos funcionem de maneira saudável.
Interessante essa seqüência: primeiro cuidar da nossa saúde mental e psicológica, para que haja uma vida saudável em todos os sentidos.
E é maravilhoso perceber como um simples versículo encerra ensinamentos incríveis que nos desafiam a cada momento a agirmos de maneira adequada, nos induzindo a rever conceitos e valores, não conforme normas denominacionais que frustram e impedem de agir livremente, MAS de maneira que o foco seja sempre a lucidez, o bom senso e a constante reconciliação.
“...nem haja alguma raiz de amargura, que, brotando,
vos perturbe, e, por meio dela, muitos sejam contaminados”
Hb 12.15
4 comentários:
Uauhhh! O que é isto?!
Que grata surpresa, gostei muito do seu estilo.
Parabéns pelo blog.
Bereiano.
Valeu, bereiano!
Fique à vontade.
Olá Regina,
Os pequenos desencontros cotidianos são uma realidade: maus entendidos, contrariedades, breves conflitos, etc. Perigoso mesmo é quando esses conflitos se transformam em ira, e esta, em fel, bile fermentando.
Amargura então é terrível!
A Palavra da Verdade nos leva a "lagos plácidos". A calmaria que sobrevém à tempestade.
Em suma, a graça aplaca a natureza pecaminosa, traz equilíbrio, longanimidade, temperança, nesse processo gradativo que nos faz aceitáveis ao Criador.
Ótimo texto.
NEle.
Ricardo
Ricardo
Que bom quando as pessoas "captam a mensagem" e, assim como você, complementam com sabedoria o que eu tento colocar na escrita.
Esse seu complemento é perfeito:
"...a graça aplaca a natureza pecaminosa, traz equilíbrio, longanimidade, temperança, nesse processo gradativo que nos faz aceitáveis ao Criador".
Só a GRAÇA faz isso!!!
Abs...
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