"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

Translate

domingo, 28 de outubro de 2012

Rispa, Jorge e Dolores

Rispa, concubina de Saul, o trai com Abner
Dolores, atriz pornográfica 'convertida ao evangelho'


Jorge da Capadócia


Paula Burlamaqui fez 'laboratório' em casa, com empregada evangélica. Assim como todos os outros personagens de novelas são inspirados em pessoas do cotidiano. A arte imita a vida. E não, o contrário. Mas o 'evangélico' é melindroso e se acha intocável... Só não dá é pra se fazer de surdo, cego e mudo e depois vir dizer que a personagem foi caricata. Quantas vezes constatei cenas idênticas quanto à forma da massa crental se comportar e falar dentro e fora dos átrios evangélicos! A moça desempenhou muito bem o seu papel de atriz indo, inclusive, assistir a alguns cultos. Então, paciência. Enquanto se dizia 'não é bem assim, ela está exagerando' se deveria dizer 'é bem assim e muito mais'.

Se bem que o fato de ser melindroso não é 'privilégio' dessa imensa fatia religiosa, pois bora ser sincera: esse lance de crença (crença, e não, fé) tem sempre aquele ranço segregador, hipocritamente travestido de liberdade de credo e expressão. Seja no espírita, no umbandista, no evangélico ou no católico. Gente que se faz de cabeça aberta, mas torce o pescoço aos que não são seus pares. Isso acontece até entre os que rezam o mesmo credo, mas que são de denominações diferentes. E nem preciso ir muito longe, pois tiro por mim mesma. Ré confessa, quantas vezes me flagrei...

Sinto-me bem à vontade para falar porque não faço bem o tipo da noveleira de carteirinha, como também não tenho nenhum problema em assistir, eventualmente. Não gosto da Record, por questão de qualidade técnica nem morro de amores pelos apelos fascinantes da Globo. Apenas me reservo ao direito de escolher minhas programações de TV, acionando um troço chamado controle remoto, e outro, de nome senso crítico.

O que eu acho muito estranho é esse desespero pelo medo do fogo do inferno que gerou esse boicote na rede. Sem ofensa, tá? Mas isso é coisa de crente infantilóide, na boa. Principalmente, porque ele não se liga que está sendo usado por líder religioso que quer desviar o foco para sua própria TV. Chega a ser hilário o paradoxo! Fugir do que lhe parece  eternidade no lago infernal e se deixar embalar por apelos de líder reacionário.  Como se aquelas madrugadas dessa TV não fossem bem mais sinistras botando no chinelo qualquer outra entidade. Pelo menos, estas, não se apresentam em nome de Jesus.

Além do mais, me estranha ainda esse pânico todo, como se fosse a primeira novela da Globo com foco em espiritismo, umbanda e até outras crenças alheias à nossa cultura, inclusive envolvendo ritos pagãos...

Muito engraçado também (se não fosse uma cegueira trágica) são os comentários pueris de preferência pela novela da Record, pelo fato do nome ser "Rei Davi', apenas porque se trata de um personagem bíblico. Como se este (o rei), realeza, súditos e plebeus do contexto da sua época, não tivessem  se comportado em toda sua existência, como qualquer mortal de qualquer época, com seus erros e acertos, carentes da mesmíssima misericórdia atemporal.

Sinceramente, que bobagem desses 'evangélicos'! É como eu comentei ali no facebook de um amigo. A alienação, resultante da insegurança, do medo religioso coletivo e pressão sutil da religiosidade, é tão grande e surtada, que gera essa pretensão da convocação, do julgamento e do terrorismo, como se todos os evangélicos fossem um bando de alienados e necessitassem dessa chamada. Por favor, mesmo considerando as inadequações gramaticais do antigo mote: me incluam fora dessa!

Por outro lado, se for pra ficar de rixinha e fazer questionamento raso (como esse do feriado católico em resposta ao boicote 'evangélico' afff), vai surgir tanto questionamento, que sai de baixo. Primeiro, que o Jorge da Capadócia (que não é lenda como muitos dizem), jamais imaginou que iriam canonizá-lo. Aliás, a grande ironia é que ele foi torturado e morto justamente por renegar a adoração a ídolos e confessar sua fidelidade a Cristo...

TEXTO CORRELATO:






sábado, 20 de outubro de 2012

Não acredito em templos




Uma vez perguntaram a Jesus onde era o lugar correto para se adorar a Deus. Quem fez essa pergunta foi uma mulher, samaritana, que não pertencia à "religião oficial" da época. Os judeus consideravam os samaritanos idólatras e impuros. Ela tão pouco teria, aos olhos dos moralistas, uma vida "santa" e "irrepreensível" para se aproximar e fazer tal questionamento ao Senhor, pois se tratava de uma mulher que já havia passado por cinco casamentos e o atual marido, bem... não era de fato marido dela. Um escândalo até mesmo para os discípulos de Jesus que achavam inapropriada aquela conversa.

A resposta de Jesus foi simples: sugerindo não se tratar do lugar físico/geográfico. A adoração a Deus deve ser pessoal, interior, espiritual e sincera.

A primeira coisa que salta aos olhos de quem lê o relato completo do Novo Testamento é que Jesus quebra muitos paradigmas, a começar por tirar da religião e do templo a exclusividade da mediação e do relacionamento com Deus. Nossa oração e adoração não dependem de um altar construído para serem ouvidas. O altar, o templo, o lugar de culto é o próprio coração.

A segunda coisa é que, diferentemente da tendência da religião de dizer quem é puro ou não, quem é mais especial, Deus não nos avalia por questões meramente morais ou sociais. Foi Jesus mesmo quem disse que prostitutas e corruptos poderiam ser mais dignos de entrar no Reino de Deus do que alguns que se consideram exclusivamente santos, mas vivem de forma hipócrita (Mateus 21.31).

O encontro com Deus é transformador, sim. E radical. Mas nem por isso acontece somente nos ambientes ou dias santificados pela igreja ou pelas religiões dos homens. Particularmente não acredito em templos ou em religiões como lugares e entidades sagrados em si mesmos. Acredito no Deus que não cabe dentro das religiões, não é totalmente explicado pela razão humana, ri dos tratados teológicos, não se detém nos limites impostos pelas tradições vazias. Ele conversa com ateus, pagãos e também faz amizade com quem é considerado "afastado de Deus". Deus é maior do que a própria Bíblia ou qualquer outro livro sagrado. Livros são confissões humanas, limitados, mas a Palavra de Deus é eterna e pode ser escrita até mesmo nos corações de quem não sabe ler, de quem não tem acesso ao papel.

O Deus apresentado por (e em) Jesus é o Deus que ama até as últimas consequências, que entende a aflição humana, se comunica multiformemente, que se compadece ao invés de condenar. É o Deus que tem mais prazer na reconciliação do que na condenação e não leva em conta o tempo da ignorância.

"Misericórdia quero" é o que Deus grita enquanto a religião vocifera "morte aos impuros".

Vejo uma multidão esquecida, adoecendo nos arredores da igreja. É gente que não encontrou abrigo, não foi acolhida, foi expulsa e considerada "fora dos padrões". Muitas vezes projetamos no outro o santo que não conseguimos ser e dizemos "enquanto você não se tornar como um de nós, não será aceito em nosso meio". Muitos, a partir desse ponto, decidem viver uma vida apenas de aparências, sem transformação real, simplesmente para serem "aceitos".

Nos esquecemos que quem santifica e transforma é Deus e não nossas imposições, arrogâncias e externalidades. É a caminhada, o dia a dia, que vai nos tratando, curando, limpando as feridas, trabalhando e completando a obra de Deus em nós. Não é no tempo que queremos, mas na compreensão e confiança de que quem opera tanto o querer como o realizar é Deus.

Neste sentido, até mesmo numa conversa de mesa de bar, Deus pode operar com graça, curar e inflamar corações cansados e sobrecarregados. Por que não? Os religiosos de hoje torcerão o nariz da mesma forma como fizeram os fariseus do tempo de Jesus, quando o acusaram de andar com pecadores. Mas Deus trabalha sem se importar com o que falam. Enquanto uns ordenam, outros decretam e outros ainda profetizam suas impressões puramente carnais e humanas, o Senhor vai dando vista aos cegos e ouvidos aos surdos que estão fora dos domínios dos templos.

Nenhuma religião é dona de Deus. Nenhum sacerdote é detentor exclusivo da voz de Deus. Nada que não se pareça com o amor ou com o espírito de Jesus pode ser chamado de Evangelho ou Bíblico, ainda que dito e ordenado pelas grandes instituições religiosas. Pense nisso!

O Deus que ama e fala com pecadores te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!






sexta-feira, 12 de outubro de 2012

O evangelho segundo os santos evangélicos





“O evangelho segundo os santos evangélicos”.


Eu li uma vez um ótimo livro, que o autor, um pastor renovado argentino, atribui muitas das práticas que temos hoje em dia na chamada ‘fé evangélica’ de “o evangelho segundo os santos evangélicos”.

Além de curioso o título é muito próprio. Temos realmente transformado o evangelho de Jesus segundo as nossas próprias carências humanas.

É só notarmos os sem número de modismos góspeis que surgem seguidamente engrossando a fila das heresias do evangelho segundo os santos evangélicos.
É unção sem fim proveitoso daqui,
Teologia da prosperidade dali,
Movimento de adoração a anjos dacolá e por aí vai...

E tem também as infindáveis invenções litúrgicas das denominações.
Alguns extremistas vivem um novo versículo bíblico inventado por eles mesmos que é “nada posso naquele que me fortalece”. Praia? Não pode! Televisão? Pecado! Liberdade? O quê que é isso mesmo?

Outros ainda judaízam a fé trazendo elementos rudimentares da religião hebraica aos costumes cristãos! Cada vez mais notamos menorás, arcas, shofares e bandeiras de Israel em nossos templos (Ou devo dizer sinagogas?).

Ainda há quem ache que quase tudo agregado ao evangelho não tem nada a ver.
Santidade? Nada a ver! Busca? Leitura da Palavra? Nada a ver, nada a ver!

É mesmo um momento difícil esse que vivemos como Igreja nesses tempos de fim.
O evangelho da cruz têm sido preterido em relação a quaisquer outras coisas.
Então o que fazer?

"SE voltares, ó Israel, diz o SENHOR, volta para Mim; e se tirares as tuas abominações de diante de Mim, não andarás mais vagueando," (Jeremias 4: 1)

"E se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, e orar, e buscar a Minha face e se converter dos seus maus caminhos, então Eu ouvirei dos céus, e perdoarei os seus pecados, e sararei a sua terra." (II Crônicas 7: 14)

Wendel Bernardes.

OBS.: A parte 'boa' da estupidez humana exposta na foto acima é que não é realizada 'em nome de Jesus'. R.F.