"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Qual é mesmo a doutrina de Jesus?





A busca do equilíbrio tem sua eficácia no coração despojado de tradições e inflexibilidades e aberto à prática da misericórdia e da compaixão. O resto é falácia da natureza pretensiosa do homem que talvez nem saiba que, com seus rigores inúteis,  está cada vez mais distante de Deus.

"Quando Jesus acabou de proferir estas palavras, estavam as multidões maravilhadas da sua doutrina." (Mt 7.28) 

'SUA DOUTRINA', como assinala o versículo, começa no 'sermão do monte' conforme o Evangelho de Mateus, cap. 5, 6 e estendendo-se até o verso 29 do capítulo 7.

Sermão em um monte...

Fora dos muros segregadores...

A bíblia diz que Jesus ASSENTOU-SE e passou a ENSINÁ-LOS. Começando pelas bem- aventuranças.(Bem-aventurado= FELIZ!)

Ao atentarmos para as palavras de Jesus, totalmente despidos de religiosismos, igrejismos e denominacionismos, percebemos que o seu ensino é sobre os RELACIONAMENTOS pessoais. Relacionamento com Ele, com nós mesmos e, consequentemente, com o próximo. Lembrando sempre que este 'próximo', não é, necessariamente, o meu irmão de denominação. (II Co 5: 18 a 20) 

Quando paramos para observar melhor a simplicidade do evangelho, encontramos tudo referente ao CARÁTER da pessoa. Não há, absolutamente N-A-D-A acerca de liturgia, tradições ou costumes. Isso tudo Ele colocou em 'décimo plano', ou seja, não tem importância para Ele. 'Até' no AT tem inúmeras passagens em que Deus simplesmente não supervalorizou as performances e o empenho de Seu povo. Sua atenção era para o que tramava O CORAÇÃO deles.

Em relação a ‘como jejuar', por exemplo, Ele esclarece que é algo entre a pessoa e Deus. Nada tendo a ver com aparências, exterioridades, performances. Pois que, a oração e as 'boas obras' são práticas de vida cristã que devem ficar entre o crente e Deus.

E então Jesus discorre sobre o uso adequado das riquezas, sobre ansiedades vãs, sobre juízo temerário mas também sobre o critério para julgamento; e também sobre a oração dominical (que antes eu pensava ser de domingo; 'dominus'=DEUS);

Ele nos ensina ainda como SAUDAR (Não como algo mecânico e exclusivista de um grupo) e sobre a oração constante que, por ser constante, é um ESTILO DE VIDA. E que NADA tem a ver com exterioridades e doutrinas exclusivistas.

Pra completar o pacote, de forma explícita e contundente, Jesus 'puxa a orelha' de fariseus e escribas que têm a pretensão de condenar e punir quem não segue regras, leis, dogmas e tradições. Que coisa mais atual...

Jesus adjetivou de 'raça de víboras'-  forte linguagem de acusação - para com aqueles legalistas (escribas e fariseus) que exibiam seus filactérios de modo bem ostensivo, chamando atenção à sua suposta lealdade para com as Escrituras. Em linguagem que nos dias atuais diríamos 'curto e grosso', chamou os escribas e fariseus de hipócritas porque eram implacáveis, acusadores e exigentes,  apresentando-se exteriormente a rigor, sem erro, impecáveis, conforme mandava o figurino, mas Jesus estava vendo seus corações e não era nada agradável o que Ele via.

A 'parte boa' é que, apesar de abominar tais PERFORMANCES de falsa piedade e hipocrisia, Jesus tem enorme desejo de perdoar em Seu coração que arde de tanta dor ao ver determinadas situações...

O capítulo 23 do Evangelho de Mateus  se refere duramente a práticas exteriores, abomináveis aos olhos de Deus. Inclusive, nada dizendo sobre conservar qualquer performance e exterioridades, mas, dizendo claramente, em momento seguinte:

"E, por se multiplicar a iniquidade, O AMOR se esfriará de quase todos. Aquele, porém, que PERSEVERAR até o fim, ESSE será salvo". (Cf Mt 24:12.13 - caps meus)

RF.

(Adaptação de um comentário que fiz meses atrás em outro blog...)



sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Convertida, EU?!



Há uma ideia equivocada - e, principalmente, generalizada - de que convertido é sinônimo de alienado.

Bora ver convertido 'A QUÊ' exatamente...

Pois que, na conversão genuína ao evangelho de Cristo, não se segue um mero cerimonialismo religioso que está para fora do 'si mesmo'. Isso foi o que aprendemos na cultura religiosa imposta desde que nascemos.

No Evangelho, RENDE-SE à sua proposição e a
dota-se, naturalmente, uma postura de olhar para dentro de si mesmo. EXERCENDO a lucidez, o bom senso e a temperança que servem de guia para o EXERCÍCIO da misericórdia no chão da existência.

Trata-se de um exercício diário. Não é nenhuma mágica.
É VIDA PRÁTICA!
Um desafio constante à nossa vaidade, nosso orgulho, nossa teimosia, nossas resistências, nossos próprios conceitos.

Só que, ir na contramão do que nos é proposto pelas mentes que, velada e arrogantemente, se autodenominam sãs, parece mesmo alienação.
Nesse raciocínio mutilado eu quero ser cada vez mais uma alienada.

Assumidésima!!!

R.F.


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

'Amazing Grace'

Evangelho de João Cap.4, vs de 1 a 42



(De férias do blog rss mas, excepcionalmente, postando um texto-comentário feito no blog da minha amiga FLOR.
 
 
Flor,
Exatamente! Deus não é um negociante!

É como você mesma diz em outras palavras.
O segredo não tem segredo: é entregar tudo nas mãos de Deus e relaxar. Descansar Nele. Ser realmente dependente DELE. E isso, nenhuma religião é capaz de me dar, isso vem pela fé.

Eu entendo perfeitamente sua aflição. Assim como a de muitas outras almas sinceras também que ficam em conflito com determinações doutrinárias que fogem da proposta de Jesus. Doutrinas que estão cada vez mais distantes dos adoradores verdadeiros que Deus está à procura - como disse Jesus à mulher da Samaria.

O que acontece é que somos ensinados, desde que nascemos, a FAZER alguma coisa para agradá-LO. O pobre riquinho perguntou a Jesus: o que devo FAZER? Ele não entendeu que não há o que fazer, já está tudo feito.

Nós amamos a Jesus mas a religião nos deixa confusos, puxando-nos para FAZER sacrifícios por meio de atitudes religiosas que nada dizem do Evangelho pregado na Cruz.

Ora, Jesus diz simplesmente para seguirmos a Ele. E aponta- de diversas formas por meio de suas palavras - que seguir-LHE está na contra mão da religião que nos impõem.

O único ministério que Ele nos confiou foi o da reconciliação. Reconciliação com Ele, com nós mesmos (afinal nosso teimoso coração é um eterno campo de batalha pessoal) e, finalmente, com o próximo. Simples assim. O mais é religiosidade.

Você diz tudo em sua oração. Sim, isso aí é uma oração e Deus atende aos corações sinceros e aflitos que O buscam despidos de religiosidade. E ainda finaliza sua sincera oração, com o apelo necessário: 'quero ser totalmente dependente de Ti'! É assim que o fardo se torna leve e ficamos em paz.

Façamos pois, esse apelo diário, já que a tendência da nossa natureza (carne, como diz o clichê religioso) é sempre seguir a própria cabeça, o próprio coração, o que se 'sente'. Deus não quer nosso  'sentimento'. Nosso choro coletivo, nossa emotividade, nossa oração mecânica, canto e louvor em grupo. Não precisamos 'sentir'. Precisa-se SER, acima de tudo.

Estou passando férias nos 'esteites' e domingo fui a um culto com meu filho e minha nora, e fiquei encantada como, do início ao fim do culto, era só adoração. Não havia proselitismo, indução, manipulação velada, terrorismo, doutrinação, coisas estas tão abomináveis ao Senhor! Aliás, se houvesse, nem ele iria! Muito menos me levaria consigo! Graças a Deus ele tem a mesma lucidez que a minha. Inclusive, esta foi a segunda vez que fomos. A primeira, foi antes do Ano Novo. Esta segunda, foi mais cerimoniosa pois era a Ceia do ano. (Nem é necessário dizer que já fui meio pé atrás em relação a isso rss)
 
E eu, que sou meio avessa a cerimonialismos religiosos, me surpreendi comigo mesma ao ficar encantada pela segunda vez em ver a simplicidade daquelas pessoas que ali estavam (não para exibir performances religiosas estereotipadas, mas cada um na sua própria forma de se apresentar), para se render a Deus, para adorar, para derramar os corações.
 
E chorar, não por sentimentalismos, medos, inseguranças, mas em agradecimento por sentir uma imensa paz que não nos foi imposta, foi dada de graça pela misericórdia de um Pai que simplesmente ama. Chorar por se constranger diante da constante surpresa em se ver dependente, impotente, vulnerável e totalmente entregue Àquele que só quer ser Senhor dos nossos corações.
 
Pelo nosso próprio bem e não por uma birrinha divina de quem se acha todo poderoso.

E perdão se me empolguei e me estendi. ('Normal' rsss)

Deus te abençõe!
Rê.