Ao longo da história da humanidade, e beeeem antes do Jesus histórico/messiânico, o ser humano sempre foi louco por performance, amando/adorando/curtindo as celebrações formais e os rituais em si, apaixonando-se loucamente pelos mesmos, deslumbrado com o oba-oba dos aplausos e aí não se conforma em descer do palco e conviver de fato com a simplicidade do "partir o pão" cotidiano - ou certamente não consegue enxergar, posto que a visão se restringe ao sensacionalismo religioso - transformando A CELEBRAÇÃO DIÁRIA nas mais diversas encenações e exigências doutrinárias que não passam de meras demonstrações externas vazias e repetitivas.
E o coração, onde fica? Bem distante das pessoas que estão ali mesmo "no templo" e, consequentemente, distante de Deus. E todos lá... Ironicamente, dentro do templo! Afinal, comer e beber o pão e o vinho em reverência cerimoniosa em meio à platéia é muito fácil; despir-se dessas vestes e SE DAR como pão e vinho, NA PRÁTICA é o que se torna difícil para muitos religiosos.
Esse povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim - repetiria mais tarde o próprio Jesus, em contestação ao sistema de interpretação elaborado/preservado em desacordo com Ele - invalidando a palavra de Deus, negligenciando o mandamento e guardando a tradição.
Como ouvi certa vez, dividir o pão é fundir a alma, mas acontece que o homem tem sede de pódio e no pódio só cabe um! De fato, o pódio é deslumbrante, altivo... Mas solitário. Ora, o homem não se incomoda com isso, ele quer brilhar sozinho ainda assim. E como são muitos, então segue-se a encenação onde cada um bate no próprio peito e ATUA com a sua reverência pessoal, sua formalidade, enfim um sem número de formas de pseudo-devoção que transformam esse ato em uma brincadeira fútil, egoista e perigosa, posto que vazia, mecânica e impessoal e que nada diz acerca de CELEBRAÇÃO DA VIDA.
Esse povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim - repetiria mais tarde o próprio Jesus, em contestação ao sistema de interpretação elaborado/preservado em desacordo com Ele - invalidando a palavra de Deus, negligenciando o mandamento e guardando a tradição.
Como ouvi certa vez, dividir o pão é fundir a alma, mas acontece que o homem tem sede de pódio e no pódio só cabe um! De fato, o pódio é deslumbrante, altivo... Mas solitário. Ora, o homem não se incomoda com isso, ele quer brilhar sozinho ainda assim. E como são muitos, então segue-se a encenação onde cada um bate no próprio peito e ATUA com a sua reverência pessoal, sua formalidade, enfim um sem número de formas de pseudo-devoção que transformam esse ato em uma brincadeira fútil, egoista e perigosa, posto que vazia, mecânica e impessoal e que nada diz acerca de CELEBRAÇÃO DA VIDA.
Vejo que é aí que entra o repúdio de Jesus ao contestar e transgredir normas culturais e religiosas do seu próprio povo! Pois Ele bem sabia das doenças emocionais, psicológicas e espirituais que surgem dessa coisa toda chamada HIPOCRISIA que só gera mais doença, mais distanciamentos, preconceitos, perversões e os mais agressivos comportamentos, reinfestando e contaminando a todos. Então Ele propôs A CURA - Se propôs como a própria Cura! - e as pessoas não sacaram! Até aos dias de hoje...
Me chama à atenção uma passagem registrada nos 4 Evangelhos que nos conta sobre a preocupação dos discípulos querendo despedir uma multidão devido ao cair da tarde, sem ter alimento para tanta gente. Porém, sabendo da importância em estarem ali reunidos, Jesus os demove da idéia, partindo o pão de forma milagrosa e distribuindo com todos ali presentes que comeram e se fartaram. E imagino que lá eles permaneceram, ouvindo o Mestre e ao mesmo tempo celebrando a vida, se confraternizando, se conhecendo, se comunicando, trocando idéias com as inevitáveis - e super saudáveis - conversas paralelas.
Essa passagem já começava a ter importância na desconstrução que se delineava a partir do que eu havia aprendido, de tudo que eu presenciara/vivenciara, de tudo que me intrigava a respeito de ceia, hóstia, ritos sacramentais, celebração, missa, simbolismos, metáforas. Foi quando a ficha foi caindo acerca da inutilidade de tanta coisa...
Então eu me lembro de algo já postado cabendo uma breve ilustração, que é a do livro 'Maravilhosa Graça', onde Philip Yancey cita o clássico 'A Festa de Babette', numa demonstração clara de que a nossa cura está no outro. "A graça veio àquela vila como sempre vem: livre de pagamento, sem cordas amarradas, como oferta da casa".
Uma comunidade austera que foi se permitindo um distanciamento azedando a própria alma, de repente se vê salva por uma estrangeira com hábitos culinários esquisitos que abdicou de COISAS PESSOAIS e - aproveitando uma data especial - resolveu fazer um banquete para UNIR aquelas pessoas. Sem buscar satisfação própria, ela abdicou de si mesma, desistiu de prêmios e pódios, de um vida confortável em potencial, já que ela havia sido agraciada com um grande prêmio - e,continuando nos bastidores do grande teatro daquela vidinha angustiada e sem sentido, arregaçou as mangas literalmente e SERVIU com perfeição, tirando aquelas pessoas do abismo em que se encontravam suas almas.
Servir é simples mas nada glamouroso. Afinal libertar os oprimidos, quebrar cadeias nos outros, abrir a própria alma com o aflito, transferindo o foco do si-mesmo para o outro, implica acima de tudo em desistir das encenações, dos holofotes e dos aplausos. Durante doze anos foi o que Babette fez, enchendo de VIDA os coraçõezinhos dos moradores daquela aldeia, por meio de pequenos banquetes curativos diários culminando com o grande BANQUETE servido com a mesma disposição com que diariamente se prestava no seu papel curativo/gradativo e incrivelmente libertador que INCLUSIVE nada tinha a ver com liderança eclesiástica e/ou manifestações de ritos religiosos.
"Discípulas de Lutero que ouviam sermões a respeito da graça quase todos os domingos e no restante da semana tentavam obter o favor de Deus com a sua piedade e renúncia, a graça veio até elas na forma de uma festa, a festa de Babette, por meio de uma refeição desperdiçando uma vida inteira sobre aqueles que não a haviam merecido, que mal possuíam a faculdade de recebê-la".
Servir é simples mas nada glamouroso. Afinal libertar os oprimidos, quebrar cadeias nos outros, abrir a própria alma com o aflito, transferindo o foco do si-mesmo para o outro, implica acima de tudo em desistir das encenações, dos holofotes e dos aplausos. Durante doze anos foi o que Babette fez, enchendo de VIDA os coraçõezinhos dos moradores daquela aldeia, por meio de pequenos banquetes curativos diários culminando com o grande BANQUETE servido com a mesma disposição com que diariamente se prestava no seu papel curativo/gradativo e incrivelmente libertador que INCLUSIVE nada tinha a ver com liderança eclesiástica e/ou manifestações de ritos religiosos.
"Discípulas de Lutero que ouviam sermões a respeito da graça quase todos os domingos e no restante da semana tentavam obter o favor de Deus com a sua piedade e renúncia, a graça veio até elas na forma de uma festa, a festa de Babette, por meio de uma refeição desperdiçando uma vida inteira sobre aqueles que não a haviam merecido, que mal possuíam a faculdade de recebê-la".
Então... A tua cura brotará sem detença! - Diria o profeta Isaías ao presenciar a mistura dos 'ingredientes' do verdadeiro banquete que agrada ao Pai.
Essa é a única ceia que interessa a Deus.
O mais é ritualismo.
RF.