"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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sábado, 19 de novembro de 2011

Qual é a sua bandeira?




Já se vai mais de um século em que, inspirados na bandeira do Império, artistas brasileiros projetaram e desenharam uma das mais lindas bandeiras que eu conheço, onde a arte se expressa por meio de vibrantes cores, dizeres e estrelas, simbolizando as nossas referências históricas e culturais, ao mesmo tempo que define a soberania do nosso país.



Sempre admirei as bandeiras dos países, cada uma com suas próprias particularidades... 

Lembro-me que, quando era criança - já faz um tempinho rss - havia na biblioteca particular de meu pai um grande número de livros ilustrados e eu me debruçava sobre páginas e páginas, viajando naquelas fotos e desenhos que me pareciam tão longe do meu alcance e ao mesmo tempo tão próximas e tão familiares. E uma dessas páginas que me deixava deslumbrada era justamente a das bandeiras. Divertia-me cobrir com a mão o nome de cada país correspondente para exercitar a memória e ir descobrindo a qual país pertencia cada uma daquelas coloridas bandeiras, e assim, permanece até hoje na minha lembrança grande parte desse aprendizado feito de maneira tão despretensiosa e lúdica.

Depois, nas páginas seguintes, seguia-se inevitavelmente a leitura maçante (para minha idade) sobre a história de cada uma daquelas nações e mais e mais fotos incríveis com suas bandeiras tremulando em espaços estratégicos. Tremulando mesmo. E sem qualquer outro recurso que não fosse a minha própria imaginação.

E, como tudo tem seu começo, essa história de bandeira teve seu início com um pedaço de pano amarrado em um toco usado para identificar o fogo amigo nas batalhas da Idade Média.

Com o tempo a coisa foi ficando fashion e então, pela forte influência romana, as antigas insígnias foram sendo substituídas pelo seu vexilium (estandarte) em cores vibrantes e chamativas. Foram então surgindo outros tipos de bandeiras com a modernidade – e consequente diversidade. São as chamadas não-oficiais ou semi-oficiais carregando em si, inúmeros simbolismos que representam organizações públicas ou privadas.

No Brasil, em particular, muitas delas surgiram por influência de momentos históricos político/ideológicos, e isso foi o que me estimulou a postar neste dia, sem qualquer pretensão de estudo da vexilologia (consultar o Google rss) mas devido a um questionamento íntimo acerca das inúmeras bandeiras que levantamos metaforicamente de acordo com os nossos próprios conceitos e valores; as que carregamos no peito obedecendo a cerimoniais e rituais que nos foram imputados no decorrer das batalhas da nossa existência, ora tradicionalistas, ora “inovadoras”e agressivas, esta última com tendência ao mesmo extremismo nocivo da primeira, conduzindo as pessoas a mais sectarismo.

Interessante como um pedaço de pano tem o poder de representar convicções e esperanças de toda uma coletividade, como no hino da nossa bandeira nacional cuja saudação inicial fala justamente de paz e esperança... 

Mas como haver paz e esperança se o coração está árido?

Não adianta. 

Por mais que sejam nobres as defesas acerca do que carregamos como bandeira, se não existe AMOR certamente virão à tona – se bem que de maneira mais velada e mais “civilizada” – as mesmas e antigas formas de expressão de guerra que se carregavam nas mentes e corações, enquanto se empunhavam signos e insígnias forjados de maneira tosca. 

Quando a bandeira que carregamos é o AMOR forjado no próprio coração, todas as outras se dobram. 

Pois só o amor de Deus leva as pessoas a se entenderem, a se unirem... Fazendo tremular no peito uma única Bandeira Universal.

R.F.




terça-feira, 15 de novembro de 2011

O Equilíbrio é o Evangelho (Parte II)



Eu 'preparei' meu fígado e meu estômago e hoje resolvi assistir ao vídeo do 'Domingo Espetacular' citado pelo meu amigo Ricardo Alexandre em comentário na postagem anterior.

Devo confessar que sou bem familiarizada com algumas daquelas cenas, vez que minha conversão esteve 'ligada' à igreja (carismática) que eu comecei a frequentar e que, de certa forma, aderiu a esse modismo. Não tenho apenas familiaridade, como também caí algumas vezes, sendo que antes resisti bastante, já que sou de natureza do contra e espírito super crítico. E, por isso mesmo, fui à frente por livre e espontânea vontade, no dia e na hora que quis; quero dizer: nenhum líder espiritual me induziu nem me empurrou. 


E, mesmo tendo sido em ambiente super discreto, com um número reduzido de pessoas, sem estardalhaços (nem mídia sensacionalista), não vi fazer nenhuma diferença na minha existência, na minha vida prática cristã. No máximo, um incrível bem estar geral. É claro que, sugestionada pelo ambiente solene, associado a pouca luminosidade, som baixinho, música lenta (nada contra o rock, muito pelo contrário rss)  a gente finda por experimentar um estado 'místico'.  E, bora combinar, né? Não podemos fingir que a emocionalidade coletiva não tem seu peso. Mas, nada mais do que isso, pois que é momentâneo e, para mimexperiência real com Deus é algo muito mais abrangente do que um sentir, estando ligada ao meu ser, meu respirar, ou seja, às 24 horas do meu dia. 


Conforme o que ouvi no referido vídeo, me chama à atenção, o que diz o psicólogo Jacob Goldberg sobre a histeria diminuir o senso crítico provocando uma entrega passiva - No que eu concordo pois que, para mim, entrega a Deus é entrega pacífica. Pacífica e constante mas jamais passiva; ao contrário, lúcida, consciente e com os pés bem firmes no chão.


Fico também com o que diz a cabeleireira que, quando a filhinha morreu, procurou conforto junto aos que a ajudaram/induziram a 'cair no espírito' e não encontrou ninguém para ajudá-la. E ainda reproduzo aqui uma frase dessa jovem que certamente não estudou teologia, mas fala com propriedade, em demonstração do equilíbrio que encontrou em circunstâncias dolorosas:


"Deus não quer te jogar no chão. Ele não quer ver você cair. Ele quer te levantar".


Não faz muito tempo, em visita à casa de uma amiga católica carismática, chega a filha dela ( de uns 16 anos de idade, acho) com o nariz arrebentado, sangrando e toda orgulhosa, feliz da vida, dizendo a todo mundo que havia 'caído no espírito'. Até já falei isso em comentários em blogs de amigos e em texto recente. O mais lamentável é que passa a fazer parte da 'doutrina', sendo mais um dos passos da agenda supostamente espiritual.


Por fim, é igualmente lamentável ver gente que já foi 'referência', submetendo-se a certos apelos. Por outro lado, se a Sandy Gospel, por exemplo, entra nessa exposição pública é lá com ela. É problema e responsabilidade dela (Mt 7: 22.23), enquanto evangelizadora.


Particularmente, eu fico com a discrição do cicio tranquilo e suave. Aquela incrível experiência de Elias com Deus no Monte Horebe - onde suas necessidades foram supridas de modo sobrenatural em meio a fuga angustiada -  e que o conduziu a  'descansar no SENHOR'. Em processo contínuo e no meio do aparente caos da existência.


No AMOR INCONFUNDÍVEL, que nos levanta,


R.F.

'...e um grande e forte vento fendia os montes 
e despedaçava as penhas diante do SENHOR; 
porém, o SENHOR não estava no vento
depois do vento, um terremoto, 
mas o SENHOR não estava no terremoto
depois do terremoto um fogo, 
mas o Senhor não estava no fogo
e depois do fogo um cicio tranquilo e suave.' 
(I Rs 19:11.12)
(Grifos e caps meus-RF)

sábado, 12 de novembro de 2011

O equilíbrio é o Evangelho




O equilíbrio é o Evangelho, onde tudo está encarnado, de tal modo, que é na Encarnação, e somente nela, que eu posso saber o que é vida em equilíbrio mental, emocional, social, e em qualquer outra área.

Nosso problema é que Jesus acabou por se tornar uma construção doutrinária. Cada grupo constrói o 'seu Jesus', e conforme a sua teologia sistemática, e que é o fruto de suas pré-concepções, e que buscam na Bíblia uma sequência cada vez maior de versículos afins, posto que a melhor doutrina é aquele que sistematiza o maior número de passagens bíblicas.

Isto, é claro, posto por mim de maneira hiper-simplificada. Mas é assim que é. Ora, Jesus ensinou a ser santo como o Pai, ou bom como o Pai, ou amante do tipo de amor do Pai - que é Graça para com todos, maus e bons, justos e injustos!

Viver o ensino do Evangelho - onde Paulo diz que “a uma” se tem tudo: justificação, santificação, justiça e sabedoria de Deus - nada tem a ver com o que a ‘igreja’, em geral, ensina. Na maior parte das vezes o que se ensina é que Jesus pagou um preço forense de redenção, conforme o sistema jurídico dos romanos, e, assim, nos libertou da ira de Deus, mas nos salvou para a gente demonstrar que está salvo mediante ações de perfeição.

Tal conceito de perfeição muda de grupo para grupo. Os mais protestantes veem-na como perfeição na doutrina, no saber, e na conduta. Os mais pentecostais se voltam para perfeição como legalismo de usos e costumes e como manifestação do sobrenatural; e que, nesse caso, é o validador da benção de Deus; se Ele se agrada ou não da vida que diz servi-Lo. Prova disso é que a santificação pentecostal é fruto de se agradar a Deus com mortificações de vontade e desejos, até que se ‘fale em línguas’, como suposta marca definitiva do ‘batismo com o Espírito Santo’. É a santificação pela consagração da justiça-própria.

No primeiro caso gera-se uma fé grega, de doutrinas e sistemas, mas que não gera vida nem pacifica o ser. O coração não se satisfaz com nada que não seja vida. Doutrinas, portanto, servem para o ‘game intelectual’, satisfazem aos que nada querem no íntimo - mas apenas na cabeça - e como estrutura de pensamento sistematizado conforme a melhor lógica. O fruto disso é o racionalismo doutrinário - cheio de certas certezas - e arrogante com os ‘incautos e ignorantes’.

No caso da tendência ser pentecostal, o resultado está aí, à nossa volta, e nos cerca de todos os lados; e o fruto desse pensar-sentir é também arrogância, juízo e uma fé que depende do homem, e que é do homem; sendo que a santificação nesse processo acontece como desistência das ‘vaidades da aparência’ - deixando tudo feio - e o mergulho na busca de agradar a Deus pelas provas de renúncia de tudo. É o tal do sacrifício, ou da consagração, ou da santificação. Santificação, para esses, se resume a uma palavra: não!

Ora, nenhuma dessas coisas realiza o bem da alma, posto que todas elas são esforços humanos, e não há nelas descanso na Graça de Deus. O descanso na Graça, o refúgio, a ancora jogada para além do véu, só acontece quando a pessoa crê, entrega e descansa em confiança; sem barganhas com Deus e sem a presunção da auto-santificação; ou da auto-qualquer-coisa.

Quando Jesus deixa de ser doutrina ou deixa de ser apenas o crucificado que pagou o preço forense de nossa redenção, e passa a ser Deus vivo em nós, e quando a Palavra deixa de ser objeto de estudo lógico-sistematizante e é vista apenas como o que ela é, Palavra da Vida, então surge dentro de nós, sem esforço, a tendência da vida, o pendor do Espírito e o provar simples e natural das coisas excelentes.

Quem diz que o Verbo se fez carne, também diz que a Palavra está interpretada nas palavras e nas ações de Jesus. Sendo que são os gestos de Jesus - Seu modo de ser e tratar a todos nesta vida - aquilo que é o Evangelho em sua interpretação.

Não tente explicar Deus! Se Ele manda orar, ore; se Ele manda amar, ame; se Ele manda confiar, confie; se Ele manda que nos submetamos à Sua vontade, façamos isto; se Ele diz que seu mandamento é amor - pelo amor de Deus, não inventemos uma teologia dogmática ou sistemática.

Nele, em Quem temos salvação, justificação, santificação e sabedoria.


LEITURA COMPLEMENTAR:



quinta-feira, 10 de novembro de 2011

O 'selo' do Espírito Santo








Reza a lenda que, quem é 'selado pelo Espírito', sai por aí falando línguas pra lá de estranhíssimas. Eu, por exemplo,  tinha uma diarista que acompanhou meu encontro maravilhoso com Jesus, que não duvidou, pelo contrário, ficou encantada, pois que viu a mudança que ocorria em meu coração e, consequentemente, em meu estilo de vida. Não que eu fosse (tão rss) má e daí ia ficando 'boazinha' e religiosa, indo pra igreja duas a três vezes por semana e com a indumentária 'certa'. Nada disso, tô forinha! Eram/são mudanças nos meus conceitos, nos meus valores, nas minhas perspectivas de vida que iam/vão refletindo de maneira pontual na minha existência que sempre fora movida pelo amor de Cristo e que só então me caiu a ficha. Mas aí, não demorou muito e (devido à sua crença), ela saiu com a previsível "a senhora fala em línguas?" Ou seja, ela queria tirar a prova de que eu havia sido 'selada pelo Espírito'. Sim, pois, ironicamente, crente é assim: é ver para crer. 

Ora, entenda-se que a questão não é desmerecer ou supervalorizar o falar em línguas, mas que  'presença' do Espírito Santo não está ligada a momentos de comoções, hora marcada pelo líder para 'visitação', um derramar de línguas queimando tudo ou uma sensação 'diferente' em momentos específicos de culto. 

Outro dia, (E até já falei aqui sobre isso) estava euzinha em casa de amigos, quando chega uma garota de seus 16 anos de idade, toda empolgada com a atuação do 'Espírito' lá na sua igreja (Católica penteca, existe?! Pois é...) Chega a guria com o nariz todo quebrado, sangrando, e a mãe pergunta assustada o que foi aquilo, ao que ela responde toda orgulhosa que havia 'caído no Espírito'. Daí eu não me contive e disse: epa, epa, epa, o Espírito Santo não sai derrubando pessoas e tirando sangue do nariz delas. E dali até que comecei a esclarecer sobre isso, conforme o Evangelho, mas ela estava muito feliz com a própria queda...

O que ocorre - algo inquietante para os 'crentes' que precisam ver e pegar - é que não é necessário haver igreja/denominação/líder religioso/guru espiritual para CRER na Palavra de Jesus. Simplesmente, POR MEIO DA FÉ, toma-se posse de Sua promessa. Com a certeza de que fomos 'selados' pois o que há entre o homem e o Espírito de Deus é ETERNO. Ele vive em mim como sinal da fidelidade de Deus. Simples assim. Tão simples quanto desconcertante para o homem pretensioso que adora uma coisa complicada onde ele possa FAZER alguma coisa, onde ele possa se sentir realizando alguma coisa. (E, neste caso específico, a ânsia e a angústia pelo 'falar em línguas estranhas'). Tão simples quando complicado para o homem religioso que não ousa rever conceitos mofados de cerimonialismos que estão mais voltados para crenças e se assemelham mais ao paganismo do que ao Evangelho que diz "Já está feito, creia, descanse". 

Tenho observado que permanece nas igrejas atuais - principalmente nas pentecostais e de forma acentuadíssima - aquele mesmo equívoco que Paulo teve que enfrentar com palavras duras, repreendendo os novos crentes que queriam parecer mais espirituais falando línguas em auto-afirmação religiosa. E, ao dirigir-se a estes, ele foi enfático:

"Prefiro falar na igreja CINCO palavras com o meu entendimento, para INSTRUIR a outros, a falar DEZ MIL PALAVRAS em outra língua".

Mais adiante fala, contundente, que NÃO HAVENDO INTÉRPRETE, que fique calado. 

Não foi à toa que ele afirmara que 'embora seja falto no falar (rude nas palavras) não o sou no conhecimento'. Seu cuidado era com o aumento de pessoas que buscavam uma falsa fé em grupos religiosos que cresciam rapidamente devido às mensagens particulares, de verdades que seriam reveladas somente a eles.  Nestes grupos, os líderes eram autoritários e exigiam dos seus seguidores uma vida legalista e um estilo de vida exclusivista. Isso, porque os coríntios tinham a tendência a exagerar a importância do dom de falar em línguas, acreditando ser isso a mais elevada forma de espiritualidade. Bora combinar... Qualquer semelhança com religiosos da atualidade não é mera coincidência! 

Quando muitos pensam que Paulo era um legalista voltado para performances, seus ensinamentos eram fiéis ao evangelho, ou seja, sempre focados no amor, no serviço e na edificação do próximo, e nunca à auto-exposição, ao exibicionismo, e menos ainda à performance pessoal ligada a línguas estranhas. A um povo que se exibia com cara de piedoso, mas que só queria aparecer e parecer mais espiritual ele disse do dom supremo: O AMOR. Posso falar línguas de anjos, sem amor nada serei.

“Em quem, também, vós estais, 
depois que ouvistes a palavra da verdade, 
o evangelho da vossa salvação, 
E TENDO NELE TAMBÉM CRIDO, 
FOSTES SELADOS COM O ESPÍRITO SANTO DA PROMESSA, 
o qual é o penhor da nossa herança, 
para redenção da possessão de Deus, 
para louvor da sua glória.”  
(Cf Ef 1: 13.14).

terça-feira, 8 de novembro de 2011

O Batismo no Espírito Santo




Eis a minha compreensão acerca do assunto, totalmente despida dos religiosismos que clamam por algo emocional coletivo, um fogo extraordinário, um sinal, uma visão estonteante. E não apenas compreensão ‘intelectual’, mas - acima de tudo - experiência pessoal. Sim, porque o batismo no Espírito Santo é uma experiência pessoal. Única. Que envolve tudo, intelecto (mente, alma, psiqué, como queiram), corpo, e espírito posto que é uma mudança radical no SER. É quando se diz que se ‘nasceu de novo”.

O que tenho observado ao longo dos anos é que fica difícil aos pentecostais engessados entenderem que não há um ‘poder’ especial na pessoa. Assim como nenhum ser humano na face da terra é capaz de ‘transferir’ esse suposto poder para alguém por meio de algum ‘ritual sagrado’. Simplesmente ele ‘nasceu de novo’ para a existência, para uma VIDA PRÁTICA proposta pelo evangelho sem a exacerbação de seus sentimentos, e sim, pela valorização de ser; e não, de 'sentir'.


Cada pessoa tem seu momento especial do batismo no Espírito Santo. Dizem que quando C.S. Lewis caiu em si disse apenas: Deus, tu és Deus! Ora, Deus é soberano e não precisa de templo religioso para 'fazer sua obra'. E até pode acontecer lá dentro, mas da mesma forma que acontece aos montes aqui fora. O espaço físico é o que menos conta.

E, pegando emprestada a expressão de um pregador da Palavra, tem a experiência ‘súbita’ e a ‘gradual’. Jamais estando pronta, inacabada, pois é um processo pra vida toda. Mas que houve um inconfundível ponto de partida, isso é claro como a água e queima como fogo!!! Queima o peito, rasga a alma, dilacera o coração, incinera todo o lixo fétido do ‘eu’ religioso, do ‘eu' egoísta, do 'eu' teimoso, do 'eu' pretensioso, do 'eu' arrogante do eu, eu, eu… Pois, meu irmãozinho, só mesmo fogo pra derreter, queimar e transformar em pó todas as baboseiras que se amontoaram e se solidificaram feito pedra em nossos corações ao longo das peregrinações doutrinárias/religiosas. Mas aí a água cristalina vem e limpa. E transborda! E transborda sempre. Transborda para sempre.

Como disse Jesus, mais uma vez usando largamente de metáforas:
-quem crer em mim, como diz a Escritura, do seu interior fluirão rios de água viva.
Isto Ele disse com respeito ao Espírito que haviam de receber OS QUE NELE CRESSEM. (Cf Jo 8:38.39)


Pois bem….
Nessa regeneração há uma mudança radical nos conceitos da pessoa, pois ela passa a enxergar sob a perspectiva de Deus, e não conforme a própria perspectiva, como antes. E aqui eu não me refiro a regrinhas religiosas, até porque, como bem diz Paulo aos gálatas, se somos guiados pelo Espírito, não estamos debaixo da lei, ou seja, não precisamos que alguém nos dite normas, que nos espione, que nos reprima com ditames opressores.


Nosso bom senso, nossa consciência, nosso novo modo de enxergar/ver/fazer/conduzir as coisas nos ambientes em que circulamos por aí, nos proporcionarão ‘o fruto do Espírito’ que pouco ou nada tem a ver com ‘não faça’. Ao contrário, tem muito mais a ver com ‘faça’ onde o AMOR que nos preenche o ser - e esse preenchimento é um processo sem fim -  se faz evidente no nosso proceder com o próximo.  E tal preenchimento é um kit de amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão e o domínio próprio que o religioso acostumado com exterioridades distorce e usa tais ‘artifícios’ para exibir sua pseudo-piedade.

Nos Evangelhos de Mateus e Lucas lê-se a expressão ‘fogo’, porém em Marcos não há nenhuma alusão nesse sentido e João – QUE FOI QUEM BATIZOU JESUS – não viu fogo nenhum, pelo contrário, o que ele viu foi  ‘o Espírito descer do céu como uma pomba e pousar sobre ele’ (Jesus).

Fogo, água, pomba, metáforas, simbolismos e visões à parte, eu, particularmente, fico com a pureza e a leveza da discreta pomba. São minhas viagens poéticas bem pessoais nas quais me delicio e que nada têm a ver com influência deste pregador ou daquele dirigente espiritual.  Graças dou Àquele que nos concede essa capacidade de, com os pés no chão, fazer essa viagem sadia tirando-nos da neurose religiosa que nos deixa ansiosos e ávidos por uma queima de fogos de artifícios divinos. 

Graças dou Àquele que nos faz descansar na paz que excede todo entendimento, colocando o pé no chão da louca existência ajudando-nos a viver com lucidez, com a mente sadia e equilibrada em meio a todo esse vendaval chamado relacionamento. Roubando a conhecida frase de um pregador, eu chamaria essa lucidez de 'bênção da sanidade mínima' que nos faz cumprir o ministério da reconciliação, conforme pontua o apóstolo aos coríntios.

E eu, pessoalmente, em todos os dias da minha vida quero agradecer e louvar ao Deus da minha respiração – antes uma respiração literalmente ansiosa e angustiada – e cujo Espírito, UM DIA, sem nenhuma queima de fogos de artifício, mas que ardeu meu peito, disse em voz inconfundível: deixe que eu tome conta da tua respiração.

Não estou querendo influenciar nem convencer ninguém, até porque eu bem sei o quanto é difícil a compreensão para quem já está ‘catequizado’assim como também sei que não é impossível pois eu também já fui ‘catequizada’ e já fui ‘evangelizada’; mas, mesmo sabendo da minha limitação humana ao abordar esse tema, posso dizer sem receio de errar que, por mais que a religião insista em seus rituais como forma de regenerar o homem, não existe nenhum cerimonialismo especial e programado para o batismo no Espírito. Você pode se batizar cem vezes com a água do batismo da sua religião, mas o batismo no Espírito Santo tem seu momento especial, único. Intransferível. E que independe de religiosidade, de qualquer informação doutrinária ou aconselhamento denominacional. Pode ser em qualquer espaço ou ambiente físico, pois acontece no ambiente do SER.

Enfim, apesar de me estender, o certo é que não há muito o que dizer. É só vivenciar. 

É crer para crer.

RF.

Texto a partir de comentário feito  AQUI.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Atos e consequências...


Os amorreus, que antes tinham possuído a terra de Canaã, eram um povo extremamente corrupto. 
Tão perversos, de fato, que Deus os tinha tirado da terra para dá-la ao seu próprio povo, a nação de Israel. 
Quinhentos anos mais tarde, sob a influência de um homem, o reino do sul em Israel (Judá) tornou-se ainda mais corrupto do que os amorreus jamais tinham sido. 
Quem foi este homem que teve uma influência tão terrível em Judá? Foi o rei Manassés.
Manassés tinha 12 anos de idade quando se tornou rei de Judá, e seu reinado durou 55 anos. 
Foi dito que ele fez o que era mau à vista do Senhor, de acordo com as abominações das nações que o Senhor tinha desapossado diante dos filhos de Israel (2 Reis 21:2). 
A lista dos seus pecados é repulsiva, até mesmo para aqueles que não se preocupam muito com Deus. 
Ele se envolveu em todos os tipos de adoração idólatra, incluindo a de sacrifício humano. 
Ele até fez passar pelo fogo alguns dos seus próprios filhos “como oferta no vale do filho de Hinom” (2 Crônicas 33:6). 
Ainda mais, ele “derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo” (2 Reis 21:16). 
Em consequência dos seus pecados, Deus fez com que Manassés fosse levado embora com ganchos, amarrado com cadeias, para o cativeiro assírio (2 Crônicas 33:11).
Então Manassés se arrependeu!  Sim, creia ou não, no cativeiro ele realmente se humilhou grandemente diante de Jeová e pediu a misericórdia de Deus (2 Crônicas 33:12-13). 
Tão genuíno foi seu arrependimento que Deus realmente permitiu-lhe retornar a Jerusalém para terminar seu reinado. 
E quando voltou para Jerusalém, ele completou seu arrependimento removendo todos os ídolos, restaurando a verdadeira adoração de Deus e ordenando à nação que servisse a Jeová novamente (2 Crônicas 33:14-16).
Mas, tristemente, o arrependimento do próprio Manassés não afetou o coração de seu filho, nem mudou o coração da nação em geral. 
Os muitos anos de sua perversa influência simplesmente tinham sido demasiadamente fortes para se agarrarem ao povo. 
A evidência disto é muito clara: quando Manassés morreu, foi dito que “Amom, seu filho, reinou em seu lugar... Fez o que era mau perante o SENHOR, como fizera Manassés, seu pai” (2 Crônicas 33:20-22). 
Ainda que o próprio Manassés tivesse uma mudança de coração, seu arrependimento tardio na vida não pôde desfazer todo o terrível dano já causado pelo seu envolvimento anterior com depravada impiedade.
Não há, nisto tudo, uma lição para nós? Há, com toda certeza! 
Quando decidirmos passar uma boa porção da nossa vida perseguindo ativamente feitos perversos e licenciosos, não fiquemos surpresos se isso afetar tragicamente outros em volta de nós. 
Nossa recusa a fazer o bem influenciará outros, incluindo nossa própria família! 
E ainda que possamos nos arrepender tardiamente na vida, não poderemos desfazer o dano que já causamos. 
Sim, alguém poderá seguir nossos passos e afastar-se de seus pecados também. 
Mas centenas de outros jamais sequer saberão de nosso arrependimento e quase certamente nunca mudarão. 
E, quão partido nosso coração estará, se algumas das perdas forem de membros de nossa família, talvez até nossos próprios filhos! 
Agora é hora de pôr ponto final em qualquer má influência que possamos ter sobre outros. 
Tardio na vida pode ser tarde demais!
Autor: Rick Liggin
(Grifos meus - RF)

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Você O viu?


“Naquele dia não se perguntará quais eram as suas doutrinas, nem como era a sua forma de batismo, nem qual era a sua religião, nem quantos trabalhos cristãos você fez, nem se perguntará pela sua estatística de ‘quantos você converteu para Deus na Terra’. 
Perguntar-se-á se você viu Jesus por aí, com fome, maltratado, com sede, preso, doente, lá no ‘brejo da Cruz’. 
E as pessoas vão dizer: 
‘Senhor, nós nunca te vimos assim!’ 
E Ele vai dizer: 
‘Sempre que vocês deixaram de atender a um ser humano nesse estado de degradação, de prisão, de dominação, de infelicidade, de angústia e de miséria, vocês deixaram de atender a mim.’
É uma pena que Mateus 25 não seja levado a sério por nós. 
Não se esqueçam: é com base no amor ao próximo que se estabelecerá o critério final, o critério ômega do juízo“. 
(Caio Fábio)