"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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terça-feira, 10 de novembro de 2009

Muro DE PEDRA


Muro que separa e/ou muro que protege?
Em data de comemoração da queda do Muro de Berlin, penso no bicho-homem.(O meu é com hífen rss)
O bicho-homem dono do poder que ao longo da história, inverte uma idéia exemplar e a faz virar um terror.
Comemoram-se 20 anos de queda desse muro erigido no início dos anos 60 para impedir fuga de seres humanos.
Muro levantado por mãos atadas e mentes escravizadas por um sistema ironicamente nascido de ideais igualitárias e que se transforma em movimento político onde a coerção é sua base de sustentação.
Ora, muro assim segrega, oprime, adoece e mata.
Mata psicologicamente.
Afetivamente. Emocionalmente.
Destrói o ser na sua essência.
E penso no bicho-homem...
Quão romântica a idéia de que um modelo único suplantaria a vontade humana em sua ânsia pelo poder!
E que caos, que desordem, quanta perda humana ao longo desse processo transitório permeado por lutas e rupturas, onde em inversão sinistra, gulags aprisionam uma ideologia outrora libertadora.
A igualdade social proposta anteriormente fora substituída por um tirano sistema político e econômico impregnado em mentes rançosas que tolhiam, que puniam, que castravam, que destruíam o ser humano desde a sua mais simples necessidade de liberdade individual a terríveis massacres e genocídios.
A idéia de livrar-se da alienação do trabalho herdada dos sistemas imperialistas volta-se irônica e brutalmente contra a alma do ser humano, fazendo-a mais cativa em nova versão bem mais castradora.
A proposta original de repartir conforme a necessidade abolindo classes percebe-se distorcida em forma violenta voltando-se contra a velha conquista do direito básico de transitar, de ir e vir, de pensar, de ser simplesmente.
Então surge outro sonho em mentes essencialmente livres: o de migrar para um mundo supostamente livre.
Um mundo mais livre encorajado pela glasnost e pela perestroika.
Um mundo mais livre desencadeado pelo movimento sindicalista.
(E ainda considerando a forte influência mundial e religiosa, conforme enfatizou o líder do “Solidariedade” em discurso ontem após dar início à derrubada dos dominós simbólicos).
Um mundo que estaria mais próximo do “sonho americano”.
E aí surge essa tal mundo da globalização.
O mundo da globalização que não tem muros visíveis.
Globalização que gera muros sofisticados e intransponíveis.
Esse mundo da globalização que finda por desiludir os outrora cativos...
O certo é que, dominós, simbolismos e méritos à parte, há de se levantar MESMO é a bandeira que circulava tremulante nas festividades de comemoração com os seguintes dizeres:
“CONTRA OS MUROS NA CABEÇA”

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