"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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sábado, 21 de novembro de 2009

Qual é a sua tribo?

O cardápio de tribos cresce a cada dia.
Surgem novas a todo instante.

As propostas são das mais variadas: tem as que se apresentam como algo diferente; outras são o resgate do passado; tem as que misturam um pouco daqui com um pouco d’ali.

Enfim, tornou-se necessário, como uma identidade.

A fraqueza humana é ser aceito e para isso já se viu de tudo nesse mundo.

Confesso que já tentei me encaixar em algumas, mas logo abandono. Não só eu – isso é bom – mas alguns também que se sentem limitados, ou separados dos outros.

Ter uma tribo tem seu lado bom: gostos em comum, afinidades, entre outros.
O lado ruim foi o já descrito que diz respeito ao conceito de separação, criando naturalmente pré requisitos para uma aproximação, amizade ou parceria.

Essa idéia de tribo colou bem entre os cristãos evangelistas. Crentes tatuados, com alargadores, crentes emo, skatistas, surfistas de Cristo, atletas de Cristo, white metal, forró gospel, bregóspel, trio elétrico gospel, marcha para Jesus, street dance gospel, pagode gospel, tem uma tuia por aí.

No texto do livro de 1ª Coríntios, no capítulo 9, o apóstolo Paulo faz um desabafo a respeito do trabalho que ele desempenhava para que não necessitasse da renda da igreja.

Ele não condenou quem vivia do evangelho.

Citou exemplos de alguns profetas e apóstolos que dependiam do sustento da igreja.
Expôs o caso de como um soldado também depende do seu exército.
Ele apenas declarou que ele e Barnabé não o faziam e descreve os seus motivos.

E continua, dizendo que nos trabalhos que ele realizou para obter a sua renda já havia feito de tudo. Quando trabalhou para Judeus, não Judeus, os fracos na fé, ele se comportou do modo que era necessário usando o bom senso e o respeito.

Mas o famoso jargão de crente: “me fiz de tudo para com todos”, é encarado como argumento para se travestir de algo que não é, a fim de que seja aceito e usar tal preceito como ferramenta na intenção de converter pessoas específicas para as suas crenças e doutrinas.

Pra mim isso é o mesmo que mentir. Não me soa como original, legítimo. É apenas a má interpretação das palavras de Paulo.

Muitos entendem que devem se fazer de tudo para ganhar todos, falar gírias, se vestir de acordo com a moda “x”, “y” ou “z”, praticar tal esporte, ouvir tal música, ser algo que não é pelo evangelho, porque Paulo assim o fez.

Paulo não era nada disso! Ele era original, intrépido, ousado, firme em suas convicções, mas era extremamente respeitador e conhecia seus limites.

Esse tipo de “crente 25 de março” não cola mais. O que é original é reconhecido naturalmente. Mas crente gosta da idéia separatista, sua essência mostra exatamente isso. O princípio dos salvos e dos condenados (apenas por eles mesmos).

Encontra-se crente cantando rap, rock’n roll, maracatu, axé e outros, sem ter nenhuma relação de raiz, de gosto, de história, de realidade, mas apenas para que as suas palavras, ideias, crenças sejam anunciadas/pregadas.

Desencadeia-se uma série de eventos ridículos, sem o menor bom gosto e originalidade.
E o pior, com o discurso do tipo: seja como você é, mas do jeito que eu acho que deva ser.

Ser o que não é visando uma boa aceitação você estará “entrando numa fria”, tal como Ben Stiller no personagem de Greg Focker.

Seja você, viva naturalmente, descubra-se, permita-se, conheça o que é – ou pareça ser – diferente, não tenha medo do “que não é espelho”.

Não há maneira melhor de convencer alguém quando se é original, verdadeiro, é contagiante.

Falar, argumentar, defender o que é de verdade é muito fácil, é espontâneo.

Misture-se, o mundo é grande e temos muito que aprender uns com os outros.

Bom, esse é apenas um conselho, que pode ser diferente do que você pensa.

Mas, fica aí mais uma idéia, vale a pena refletir. Boa sorte!

leo r.

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