"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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sexta-feira, 4 de maio de 2012

'Sirvo a Deus... Em tal igreja'.




Existe um fato curioso no meio evangélico que sempre me intrigou.

É que, geralmente, quando alguém descobre no outro um ‘evangélico’, aí não dá outra e (quase) sempre sai a clássica:

- ‘Qual é a sua igreja’?

Se bem que o que me intriga não seja exatamente a pergunta - ainda que nessa pergunta haja uma predisposição a uma espécie de julgamento onde se escaneia a alma do interlocutor a partir da ‘sua igreja’. ‘Normal’... Afinal, exercitamos diariamente essa ‘capacidade’ de rotular e enquadrar; da hora que acordamos até a hora de dormir. Trata-se do velho espírito pagão impregnado nas pessoas ditas cristãs e que permeia dentro dos muros religiosos ao longo da história da humanidade. Aquele espírito que conduz e estimula a um exterior comportamento formal/moral DESunindo as pessoas. E que é oposto ao espírito do evangelho: o de amar a todos, ser misericordioso para com todos e não se separar de outros cristãos por eles se expressarem de modo diferente.
O que me intriga, na realidade, é a resposta quase sempre frequente, orgulhosa, finalizada... E automática:
- Eu sirvo a Deus... Em tal denominação!

Ora, o ato de servir a Deus é uma disposição no coração.

Então fico a imaginar o que diria Jesus a esse respeito...

O mesmo Jesus que não se encaixou em nenhum molde institucional.

O mesmo Jesus que derrubou os muros religiosos para fazer morada dentro dos corações.

O mesmo Jesus que nos diz que, se N´ Ele, dois ou três estão de ACORDO, ali Ele está.

O mesmo Jesus que foi chamado de Servo do Senhor sem exaltar lugares, mas sendo submisso e dependente.

O mesmo Jesus que assiste a igreja denominacional/institucional/ formal se acomodando e se conformando com muito menos do que nos é dito acerca do reino que começa aqui na terra.

O mesmo Jesus que se enche de compaixão pelos milhares colocados fora dos muros da religiosidade selecionada e enquadrada estatisticamente.

O mesmo Jesus que não pede que se dê testemunho de oratória emocional dentro de quatro paredes, em competição muda e gritante sobre quem é o ‘irmão’ mais piedoso da igreja;

O mesmo Jesus que dá testemunho fora dos templos, sem aplausos , sem competição, sem performances;

O mesmo Jesus que dá testemunho prático e coerente no cotidiano; no ser, no respirar, sendo sal e luz, naturalmente.

O mesmo Jesus que desmontou toda a hierarquia eclesiástica, invertendo os papéis de maior e menor no reino Dele que começa aqui na Terra.

O mesmo Jesus que nos liberta de todas essas neuroses igrejistas que, a princípio fascinam e que - sutil e gradativamente - tornam as mentes cativas.

O mesmo Jesus que nos libertou para a liberdade e que, ao subir aos céus, levou cativo todo o cativeiro.

Então? O que diria este Jesus que jamais quis toda essa montagem em ‘Seu Nome’?

Quem sabe até Ele nem diria que paremos de congregar em Seu Nome 'em tal igreja', mas certamente diria para repensarmos urgentemente o sentido real do termo ‘SERVIR A DEUS’.

Repensemos, então.
RF.


TEXTOS RELACIONADOS:

QUE PENA

NO PARTIR DO PÃO

Entretanto, não habita o Altíssimo em casas feitas por mãos humanas...
(Atos 7.48)

Mas vem a hora e já chegou, em que os verdadeiros adoradores
adorarão ao Pai em espírito e em verdade,
porque são estes que o Pai procura para seus adoradores.
(João 4.23)



4 comentários:

Carolina disse...

Adorei!! Muito bom o texto!!!

Regina Farias disse...

Carol,

Também gostei (risos)

E valeu pela visita. Já fui dar a espiadinha básica no teu blog e gostei muito também.

E valeu tb por divulgar no 'feici'. Urge o desapego dessa coisa material perniciosa chamada 'templo' e volta ao evangelho na prática do cotidiano.

Beijo,

R.

Mario disse...

Quando na verdade a Igreja de Deus não é um espaço delimitado por paredes, mas são os próprios crentes, cujo corpo é o templo em onde habita o Espirito Santo de Deus!

Regina Farias disse...

Pois é, Mário...

Mas o APEGO (idolatria) impede que se enxergue isso.

:(