Ser manso é andar conforme o espírito de Jesus, segundo o Evangelho.
Quem quiser saber como é ser qualquer coisa, olhe para o modo de Jesus ser, no Seu trato com as pessoas.
No caso Dele, mansidão nada tem a ver com passividade nem tampouco com incapacidade de responder e reagir.
Mansidão, em Jesus, é senso de propriedade.
E mais: é a capacidade de não se deixar desviar do curso do caminho em razão das amarguras, hostilidades ou provocações de quem quer que seja.
No casamento dos crentes parece ser o único lugar onde mulher não tem que ter respeito próprio ou dignidade.
Ou seja: se a pessoa quer ficar com um marido porque quer ficar, que fique, mesmo que apanhe, mesmo que seja estuprada, mesmo que seja aviltada todos os dias. É uma decisão pessoal, ainda que adoecida.
No entanto, tais pessoas não devem fazer pelo menos duas coisas:
1ª Não devem fazer de sua decisão pessoal de sofrer de modo masoquista um projeto de espiritualidade cristã, e, muito menos, uma questão de obediência a Deus para outros.
2ª Não devem ficar reclamando da situação, e nem enchendo o saco dos outros com a mesma e infindável história.
Para os evangélicos, há apenas alguns pecados, todos de natureza objetiva e comportamental. O campeão no Ibope é o Adultério, seguido de Idolatria de Objetos. O resto, os evangélicos, mesmo andando em “justiça-própria”, acham que dão jeito.
Desse modo, o “palavrão”, por exemplo, não é palavrão como “palavra-em-si”, mas tão somente como energia associada àquela “palavra”.
Assim, há muitas pessoas que falam o palavrão, mas não ofendem, visto que o palavrão, para elas, é apenas um modo de dizer, mas nem sempre é falado significando a ofensa do “palavrão”.
Eu ouço muitos palavrões em “igreja” e que são ditos mediante expressões de piedade, mas são energeticamente verdadeiros palavrões.
Exemplo: “Meu amado” pode ser dito com todas as energias, inclusive de ódio e rancor, como muitas vezes acontece. Falou-se um palavrão? Não! Vazou-se um palavrão disfarçado de “meu amado”.
Ora, estou dizendo isso apenas para que você olhe não para as palavras, mas para as motivações, odores, sentimentos e energias com as quais você possa estar fazendo essas coisas.
E por quê?...
É que o que faz mal não é a conjunção de letras de uma dada palavra, mas sim o espírito com o qual aquela palavra é falada; ainda que seja um: “Ah, meu Deus!” — e que pode significar: “Seu idiota, saia de minha frente!”
Iras, invejas, fofocas, e rompantes de insulto, são coisas que abundam na alma evangélica, e que fazem muito mais mal do que muitos atos de infidelidade conjugal.
De fato, são essas pequenas coisas, que aos nossos olhos são bobas e pequenas, aquelas que mais corrompem as relações e a atitude das pessoas na vida.
Sim, elas são muito mais corrosivas para a alma do que se pode imaginar; sem dizer que alguém que não limpa o coração da energia dessas coisas, haverá de não apenas fazer mal aos outros, mas, com certeza, muito mal a si mesmo.
Alimentar o coração com tais energias ou mantê-las no coração com frequência, é o que o pode fazer mal a alma.
Portanto, mais importante do que o que você diz, é como você diz, acompanhado de que intenção interior; e se é animado por um espírito contrario ao espírito da graça, conforme o Evangelho.
Quanto a se Jesus, caso fosse mulher, ficaria ao lado de um homem maligno, paparicando a doença do sujeito, saiba: a gente sabe como Jesus trataria essa situação apenas olhando o modo como Ele tratou os que abusavam da alma do próximo: os fariseus e os lideres religiosos.
Jesus jamais deixaria uma mulher num buraco, apanhando, mesmo que o dia fosse sábado, e os fariseus todos dissessem que nada se deveria fazer.
Ele curou doentes e libertou oprimidos contra a opinião e o desejo dos homens “maridos despóticos”, e que amavam ver a impotência esperar até que eles dessem autorização de cura. Jesus, todavia, sistematicamente, os enfrentou; e tirou quem quer estivesse no “buraco”.
Ele, todavia, jamais violentaria quem quer que gostasse de apanhar.
Em Jesus, por mais que as coisas fossem estranhas, a gente percebe que Ele deu liberdade de escolha, de tal modo, que é opção de cada um decidir como quer existir.
Ninguém respeitou mais o direito à liberdade de escolha do que Jesus.
6 comentários:
Estou degustando o texto.
Extraordinário.
Percebo que o esquema igreja-instituição potencializa a doença individual.
Amiga, cansei de ouvir, inclusive na minha familia, que a PROVA era a vontade de Deus, e a submissão a PROVA era uma forma de agradar a Deus.
Leia-se PROVA, um filho da mãe inescrupuloso, agressivo e sem piedade.
Jesus nos chama ao encontro com o si mesmo, o ser no mundo independente das ambiências.
abraços na bispa
Rê,
Lição de vida perfeita! Acrescento: de vida cristã, verdadeiramente baseada no Evangelho!
Ganhei o dia, passando por aqui!
Bj em seu coração e muita Paz!
Dri, minha mais nova amiga de infância e sacerdotisa da IBL rss
Eu também passei anos da minha vida ouvindo sobre "prova" e embora não soubesse argumentar conforme o Evangelho, estranhava pra caramba que Deus fizesse isso com as pessoas.
Ósculos e amplexos reverentes,
Rê.
Renê,
Também ganhei o dia ao reler essa excelência de texto que não é meu mas que tive a ousadia de copiar em parte adaptando pra meu blog e ainda assinar embaixo!
Que Deus nos ajude a colocar em prática diária algo que a Dri lembrou muito bem dias atrás: nossa dignidade!!!
Paz!
Rê.
Regina, que texto maravilhoso, adorei! Bjs
Sônia,
Também achei! Não é meu o texto, mas ouso tomar para mim e aprendo sempre! ;)
Obrigada pela visita!
É uma honra ter vc aqui.
Meu carinho, sempre!
R.
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