"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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domingo, 21 de novembro de 2010

Evidências de vício mental




Uma das marcas de saúde mental de uma pessoa é a sua capacidade de variedade de temas, interesses, assuntos e uma abertura total para tudo que seja humano e vida. Portanto, a maior marca de saúde mental é a alegria de ser, amar, conhecer, e participar da vida, fazendo isso com amor e bom senso; e sem medo da dor, especialmente da dor do amor.

Uma pessoa fixada num tema só, por mais que chame aquilo de “meu amor e minha paixão” ou, em certos casos, de “minha vocação”, ou de “minha obrigação”, se, todavia, se fixa naquilo como coisa única, e por tal fixação torna-se juiz de quem não tem o mesmo interesse ou não o tem na mesma intensidade ou, ainda, que manifeste outros interesses e prioridades, demonstra, por tal atitude de juízo fundado em sua própria fixação, que se fez vítima de um vício mental dos mais perigosos e também, por certo, dos mais capazes de reduzir a mente e a existência de uma pessoa a uma espécie de tara temático-existencial.

Quando uma pessoa se fixa num único tema na vida —seja pela via de um trauma, seja pela força de desejos reprimidos e transformados em “causa de vida”—, por tal fixação, evidencia o fato de que sua mente está viciada.

A questão é que vícios mentais não são apenas coisas que permanecem na psique da pessoa. De fato, quando não se trata de um problema congênito ou hereditário na área mental, em geral o que acontece é que quando a alma se entrega um certo modo de sentir — seja em brigas domésticas, seja uma relação viciada na tragédia e no desamor, seja um poderoso condicionamento de natureza sexual, seja a fuga de intimidade, seja o ódio, seja a amargura, etc —, o que acontece é que a presença contínua desse “sentir”, demanda do cérebro certas liberações químicas que façam “compensação” frente ao stress ou frente à hiperexcitação ou às oscilações ou a qualquer coisa que caracterize um modo de sentir intenso. E tais “descargas” químicas de compensação acabam por se tornarem programas cerebrais que passam a operar por conta própria; e, agora, invertendo a ordem, ou seja: já não necessariamente sendo a psique exigindo participação do cérebro, mas o contrário: o cérebro, agindo de modo condicionado, descarrega o que antes era um “socorro” para uma situação vivida como experiência emocional, a qual, agora, passa a ser demandada pelo cérebro, o qual exige aquele comportamento compatível com a liberação química em curso.

Vícios mentais, portanto, são como uma cobra que se alimenta do próprio rabo!

O problema é: onde está a mente sadia?

Para mim Jesus é o exemplo da mente mais sadia possível, e, portanto, aberta a tudo e todos; exatamente como Deus, que manifesta Seus interesses e variedades temáticas na multiformidade da criação.

Jesus mostra interesse pela variedade da vida assim como Seu Pai foi variado e extravagante em tudo o que criou. Sim, porque até as maiores sutilezas da criação estão carregadas de extravagância divina.

Jesus foi um carpinteiro por profissão, e nunca chegou a ficar nem de longe velho, tendo morrido jovem. Entretanto, já menino, no templo, chocava os mestres com suas questões e interesses acerca de coisas elevadas, porém, no lugar certo e com as pessoas certas. Nunca estudou, mas lia. Nunca plantou, mas observava o trabalho do agricultor. Nunca escreveu, mas sabia qual era a presunção de um copista do sagrado. Nunca namorou, mas sabia como ser carinhoso com as mulheres. Nunca teve ovelhas, mas sabia, pela observação, como um verdadeiro pastor se portava. Nunca foi casado, mas sabia como uma dona de casa ficava feliz quando achava algo precioso que se havia perdido. Nunca foi pai, nunca foi pródigo, nunca foi um irmão ciumento, mas sabia como todos os três personagens se sentiam em cada situação. Nunca foi desonesto, mas sabia como um administrador infiel se sentia quando apanhado em flagrante. E, assim, Ele demonstra também como um pai de família deve se comportar se um ladrão se aproximar. Sabe que a pobreza é crônica na terra; conhece o modo como os políticos dominam sobre os povos; sabe o que sente uma mulher dando à luz um filho. E não evita a emoção do choro, da dor, da tristeza, da alegria, do suor de sangue, do vinho melhor, do medo da cruz, e da oração para ter força para não morrer fora dela; e vive cada coisa, cada dia, não se deixando escravizar por nenhum tipo de aflição ou preocupação.

Sim, Jesus tinha a mente mais despreocupada do mundo, ao mesmo tempo em que era a mais responsável da Terra.

Sobretudo, além de ser pela variedade de Seus interesses, indo de crianças a velhinhas, vê-se Sua saúde mental na Sua total vitória sobre a ansiedade. Ele faz gestão leve até da hora da morte. “Não é a hora”, diz Ele. Até o dia em que Ele diz: “Chegou a Hora”. E Sua despedida de Seus amigos e discípulos não poderia ter sido mais própria, mais grave e, ao mesmo tempo, mais esperançosa; mais verdadeira e também protetora das limitações de percepção deles.

Assim, aprendendo com Jesus, busque interessar sua mente por tudo, sempre apenas retendo o que é bom. E se você perceber que se irrita com qualquer coisa que não seja o seu “tema”, preste atenção, pois já é forte sinal de que a sua mente e cérebro estão viciados ou se viciando. E isso não é brincadeira. É pior do que qualquer outro vício.


Extraído DAQUI

(grifos meus-RF)

15 comentários:

Eduardo Medeiros disse...

Regina, texto muito interessante do Caio, valeu por divulgar.

a entrevista bombou, heim? rssss

abraços

Eder Barbosa de Melo disse...

Oi Rê, faz dias que intenciono dar uma passada por aqui pra acompanhar as tuas postagens sempre tão brilhantes e teus comentarios tão substanciais, bem como para agradecer pelo carinho com meu blog. Meus dias andam muito corridos, segredo nosso, estou me preparando pra casar agora no dia 12/12 daí a ausencia de tempo, mas depois tudo se estabiliza. No mais, expresso minha admiração, é uma honra ter você de vez em quando no meu cafofo. Ah vou lá conferir a entrevista viu, pena que não foi no Recortes kkkkkkkk Beijos!

Eder Barbosa de Melo disse...

Quanto o texto do Caio, mesmo sem preceber eu tentava manter essa uniformidade, é muito sádio e enriquecedor, demasiada repetição me deixa entediado.

Ana Cavalcantti disse...

Oiiiiiiiiiiiiiiiii !!!!!!!!!!
Ai que horror, eu sou meio sistemática, tenho que tomar cuidado rs !
Não to nesse ponto de fixaçção , nme de me irritar se fugirem do meu tema rs, mas eu tenho umas manias cheia de sistemas de controlar tdo como deve acontecer rs, os horarios e tal, e se sai de outro jeito , me irrito hhahahahah !
Afffffffffff

Beijoooooooosssssss

Rô Moreira disse...

Mana adorei, realmente temos que diversificar não podemos ficar só no que nos agrada, mas pra ter saude mental é bom buscar de várias fontes e assim acabamos aprendendo também e retendo o que nos fará bem e depois ficar martelando na mesma tecla acaba nos afastando de todos. Bjs te amo!

René disse...

Rê,

O Caio apreendeu com uma qualidade ímpar o viver de Jesus, diante da multiformidade da criação de Deus.

Esse é exatamente o exemplo dEle que devemos imitar.

E o mais interessante é perceber que Jesus não "correu atrás" de nada do que Ele viveu. Simplesmente, viveu com intensidade, com amor, tudo aquilo que surgia como vida em Seu dia a dia. Talvez, isto seja mais uma parte do exemplo dEle que devemos imitar...

Abração e continue na Paz!

Regina Farias disse...

Edu,

Tô sempre ma lavando nas águas do site desse homem de Deus.

E a entrevista ainda tá lá bombando he he altas trocas de figurinhas :)

beijo

Regina Farias disse...

Éder,
Que prazer ter você aqui uma vez no ano rss
O Caio é (quase)dez! Porque dez mesmo só Jesus!
E eu já vi seu mimo lá na entrevista e já me pronunciei a respeito.
Bora se ver, né?
Beijos pra ti e para a amada!

Regina Farias disse...

Ana,
que prazer tê-la como caloura :) Seja muito bem vinda!
Mas relaxe que é super normal, na sua idade eu também achava que tinha o controle de tudo... Ledo engano! Mas fique em paz que com fé a ficha vai caindo naturalmente e quando vc menos espera está lá no barco cochilando em plena tempestade.
Beijo grande!

Regina Farias disse...

Rô, minha linda,
Precisamos mesmo estar alertas para, de repente, não nos supreendermos a nós mesmas batendo na mesma tecla. Vc não imagina como me serviu essa reflexão!
Beijo!

Regina Farias disse...

René,
que prazer.
Pra mim é uma honra tê-lo aqui também.
E sabe, eu vejo no Caio uma pessoa que está em outra dimensão, parece que ele já passou dessa pra melhor estando entre a gente, acho isso simplesmente incrível. Me desculpem os outros mas ele se destaca. E olhe que eu sempre fui avessa a tietagem ou babação, mas devo ser honesta e dizer que é o que percebo claramente.
Abs e fique na Paz também!

João Carlos disse...

Bispa,

Eu não comentei este texto? Tô ficando véio, affff!!!!

Tenho visto tanta fixação em defender pontos de vista contrários às Escrituras que até me assusta. Isso para mim é um tipo de vício mental...

Defender a Verdade de Jesus não se enquadar nisso. Lógico que defender a Verdade não é a mesma coisa que se fanatizar. Só não podemos cair no farisaísmo.

Agora, voltando ao ponto, estou começando a entender o que alguns estão tentando fazer. Na verdade, o que estão tentando começou lá no Jardim do Eden, quando a serpente questionou o que Deus havia falado.

Assim fazendo, ela não seria a única a ter se rebelado contra Deus, não ficaria "sozinha" na hora que a chapa esquentasse pra ela.

É... parece que me desviei do propósito inicial do comentário. É que o que eu escrevi agora em meu blog (vi que você já passou lá, thanks!) tá fervendo dentro de mim.

Beijos minha amada irmã!

JC

Regina Farias disse...

Pastor,

Não só passei como fiquei (mais)atenta, deixei meu comentário e ainda reproduzi o texto no Café com Leite.

Obrigada pelo puxão de orelha, precisamos estar atentos e fortes!

Deus te ilumine cada vez mais no cumprimento dessa OBRIGAÇÃO que é propagar o Evangelho.

Beijo grande!

Eder Barbosa de Melo disse...

Ô Rê, prometo vir mais por aqui, pelo menos uma vez por mês rsrsrs.

Ah vamos sim! Recife é aqui do lado. Beijos.

Luciano Zamboni disse...

Regina, a Paz!
Reflexões interessantes!
Temos que nos cuidar, mas há algumas coisas que devemos evitar até mesmo pensar. "tudo que é bom, agradável, de boa fama, nisso pensai"...
Pensar é existir, mas devemos cuidar os pensamentos, pois deles saem os rumos que iremos tomar, as decisões e até mesmo as incertezas.

Um abração e fica na paz de Cristo!

Antes que esqueça, amei sua entrevista com a Rô!!!