(Pois é... Amiga, amiga, jogo à parte he he) |
Quando menina, ela era o que se chamava de
garota-prodígio. Impulsiva e de temperamento
enérgico, foi aluna exemplar sem jamais perder o senso de humor, mesmo tendo sido educada em rígido colégio interno de freiras. Desde então, passou
grande parte da vida adulta circulando em meio eclesiástico, porém ensinando aos
filhos os valores cristãos aplicáveis à vida
prática.
Em julho, essa mulher de rocha vai fazer
87 anos. Hoje em dia ela assume a idade abertamente, mas lá pelos setenta, mais ou menos, ela dizia ter cinquenta. Mas era só pra se fazer de engraçadinha...Quero dizer, engraçada, pois a engraçadinha era euzinha.
Aliás, aos cinquenta lá estava ela na Universidade Federal, fazendo Pedagogia,
para anos depois ser a laureada da turma em
meio a inúmeros jovens da idade de seus filhos!
Essa é a minha mãe. Cabeça boa, muito melhor que a minha, como costumo brincar, pois ela se lembra até de coisa que nunca aconteceu! Sabendo lidar com números como ninguém, faz cálculos de cabeça, privilégio de uma geração que não teve que entregar esse exercício mental a uma simples maquininha.
Essa é a minha mãe. Cabeça boa, muito melhor que a minha, como costumo brincar, pois ela se lembra até de coisa que nunca aconteceu! Sabendo lidar com números como ninguém, faz cálculos de cabeça, privilégio de uma geração que não teve que entregar esse exercício mental a uma simples maquininha.
Já tive a feliz oportunidade de falar neste espaço, que sou fruto de pais educadores, numa época em que ser professor era uma
vocação. E eu posso afirmar que, graças à minha mãe, pude me dar
ao luxo de ter educação escolar praticamente em casa, já que desde pequenos,
meus irmãos e eu fomos orientados por meio de um sistema educacional particular,
extensivo às dependências físicas da escola. Essa formação escolar que se
iniciava praticamente dentro de casa sempre foi algo sagrado
para uma mãe guerreira que tinha a função dupla de educar seus
próprios filhos investindo tempo integral. Sua didática, sempre
aliada a novos métodos pedagógicos, me levavam a crer que a escola se confundia
com o lar e vice-versa; que havia uma estreita ligação entre os dois como se um
fosse continuidade simbiótica do outro.
Posso até ser muito suspeita, mas arrisco
dizer com toda segurança, que nunca vi uma mãe-professora
dedicar-se tanto à educação quanto ela. Não era uma simples dedicação. Era uma
entrega passional de corpo e alma, uma empolgação que se
renovava a cada dia, realimentando-a e estimulando-a a realizar essa
missão cada vez mais prazerosa que a transformava em verdadeira
enciclopédia ambulante responsável pelo bem mais precioso ao aluno: a
INformação. E o rigor na ética era tanto, que ela não permitia jamais que disso
tirássemos proveito, incentivando em cada um de nós, o gosto pelo estudo e pela
pesquisa, apontando silenciosamente para o dicionário quando perguntávamos o
significado de algum termo.
Essa mulher portadora de múltiplas
habilidades encontrava tempo para ensinar inúmeras disciplinas no antigo
Magistério, tocar piano nas horas vagas, pintar quadros e ainda criar e dirigir
peças de teatro. Sempre inovadora e com a arte pulsando nas
veias, vivia inventando uma maneira lúdica de homenagear
pessoas e entidades em suas datas específicas, conforme o calendário escolar e
até mesmo em suas funções de primeira-dama rotária, tarefa desempenhada com o
mesmo afinco durante muitos anos de sua vida.
Minha primeira professora de
português, com ela aprendi não apenas a escrever corretamente. Aprendi
a viver corretamente. Aprendi valores
essenciais para o resto da vida. Com ela aprendi que uma boa mãe também
precisa ser firme e ter o controle da situação.
Paradoxalmente, e com inimitável
habilidade, ainda hoje consegue mesclar o fino senso de humor com a teimosa
rigidez que sempre a acompanhou. Sua marca rigorosa não
consegue mais esconder o coração frágil e carente que pede filhos e netos à
volta... Não é por acaso que sua casa é a
matriz das festas familiares. É lá que nos reunimos para celebrarmos
datas especiais. Como a de
hoje.
Querida Mãe, agradeço a Deus por sua vida!
Herança do Senhor são os filhos;
o fruto do ventre, seu galardão.
(Sl. 127.3)
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5 comentários:
Belo texto, bela homenagem!
=D
Querida que homenagem maravilhosa!
Sua mãe é muito bonita. Parece-me ser uma pessoa caridosa e de grande coração!
Mãe é só uma e temos que valorizar todo o seu esforço, empenho e amor.
Sou grata pela minha mãezinha também, hoje com 80 anos, eu louvo a Deus pela sua vida e também pela vida de todas as mães que cumprem a missão "árdua" que é a criação de filho.
Te espero no meu cantinho, ficarei feliz se também me seguisse...
Em Cristo,
***Lucy***
Mário e Lucy,
Esse texto, na verdade, é uma RE-postagem feita há dois anos. E que é apenas um pequeno gesto diante da grandeza do que ela significa para mim e para os outros filhotes rss
Valeu pelas palavras de carinho,
R.
Lucy, já fui lá conferir seu cantinho e já sou 'seguidora'.
ô texto bom de ler!
HP
Obrigada, foi do fundo do meu coração!!!
Abs...
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