"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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domingo, 19 de dezembro de 2010

BOM, bonzinho NUNCA!



Este texto abaixo tem inteira ligação com ESSE OUTRO que postei dias atrás.


Outro dia alguém me perguntou qual é o limite, a referência “basta”, para o mandamento de fazer aos outros o que queremos que os outros nos façam.

Sim, porque fazer incansavelmente à mesma pessoa o bem que gostaríamos de receber dela, e receber de volta apenas e tão somente o oposto, pode fazer com que o outro (o que recebe apenas o bem) se vicie no fato que de nossa parte só vem a mansidão; e, assim, se torne adoecidamente mimado, abusivo, injusto, e até perverso.

Nesse caso, aquele que continua infinitamente a tratar a pessoa daquele modo como gostaria de ser tratado, pode, inconscientemente, desenvolver a doença da bondade, que é a manifestação de uma bondade que não sabe fazer o bem, mas apenas a “bondade”, a qual, sendo recebida por um ser abusivo, pode receber dele a reação que há pouco descrevi; e, naquele que é o ser da bondade, desenvolver uma “bondade adoecida”, posto que se torna co-dependente do outro-abusivo, e insiste em si mesma como “bondade”, apenas porque já não sabe viver sem ser sob o abuso.

Nesse caso, o que se deveria de melhor desejar a nós mesmos é que qualquer um que nos visse nesse estado de prática de abusividade contra o próximo, nos confrontasse, e nos acordasse para o fato de que quem vive assim é doente e se torna perverso. Por isso, eu também esperaria que tal pessoa me tratasse com a necessária energia, pois, não desejo ficar doente de alma.

De fato, por onde quer que você olhe para esse mandamento do amor ordenado por Jesus, fica claro que Ele não incita aos romantismos da bondade adoecida. Ao contrário, ele nos manda pensar o que seria o bem, e não o que seria “gostoso”. Portanto, Ele nos põe na vereda da propriedade e da pertinência em todas as coisas.

Nessa medida existencial ensinada por Jesus cabe o resposta-proposta certa para cada situação da vida, e isso, se se tem em mente o bem, e não os estereótipos de “bondade”. Não é preciso haver moralismos de nenhuma natureza quando se tem essa medida do mandamento do amor ensinado por Jesus. Literalmente Ele traz à existência tudo o que é bem e bom, e com toda a propriedade e pertinência; pois, sua aplicabilidade é ilimitada.

Esse mandamento de Jesus não gera seres tristemente bonzinhos, mas seres humanos fortemente bons. Na realidade é para essa “uma só coisa” que Jesus faz o Evangelho inteiro se fazer condensar. Daí procedem todos os caminhos da vida, e nada que não nasça aí é realizador do bem em sua total propriedade.

Quem alcança tal disposição mental em todos os níveis da vida, sendo capaz de ver tudo, o tempo todo, com tais olhos, esse chegou na estatura do varão perfeito. Essa deveria ser uma ambição de entendimento que todos nós deveríamos buscar.

Afinal, fora de tal modo de ver a todas as coisas, o que sobra é apenas a militância nas leis do ódio e da vingança; ou então, cria a “bondade ineficaz”, e que gera seres passivamente bonzinhos, e que nada produzem de mudança em si mesmos e no mundo.

A Humanidade que o diga!


(Grifos meus-RF)

4 comentários:

Anônimo disse...

Rê, você nem imagina o quanto eu precisava ler este texto. Obrigado. Bj.

Regina Farias disse...

Cláudio,

É como disse a Dri lá no Café com Leite: O VENTO sopra...

bj

René disse...

Rê,

Não só o Cláudio, mas todos nós precisamos ler isto.

Mais uma vez, você abordou com perfeição (não é à toa que é bispa) um tema vital para qualquer cristão.

Chegar à 'estatura de um varão perfeito' deve ser a meta de todos nós, apesar de ser impossível de se realizar com o nosso esforço próprio. E é por isto que o Espírito Santo veio: para nos aperfeiçoar a esse ponto!

E penso que também é Ele que nos responde qual é o limite, ou se há um limite, para fazermos aos outros o que queremos que os outros nos façam. Porque o Espírito de Cristo fala diretamente ao nosso coração, de uma forma que as palavras não conseguem exprimir. A Sua 'fala' ao nosso coração provoca resultados práticos. Por isto, nos é dito: "Que a Paz de Cristo seja o árbitro em seu coração!". Essa Paz, que vem do Espírito, vai arbitrar toda e qualquer questão: quando ela enche nosso coração, ao optarmos por uma atitude, um caminho, é porque essa é a atitude certa a ser tomada, o caminho certo a ser trilhado. Mas se, ao fazermos uma opção, ela não enche nosso coração, podemos ter a certeza de que a opção feita é a errada.

Beijos e muita Paz!

Regina Farias disse...

René,

Esse texto não é meu e sim do Caio Fábio.

Mas ele completa perfeitamente o que escrevi acerca de um tipo de hipócrita em particular e que eu abordo lá no texto "Hipocrisia".

Quanto à perfeição, parafraseando Paulo, confio nAquele que começou boa obra em mim.

E é verdade, o Espírito Santo nos conduz a fazer o que é correto. Ele nos deu consciência pra isso, na hora que agimos errado ela acende uma luzinha de alerta.

Valeu,

bj

Rê.