"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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quarta-feira, 15 de abril de 2009

Bíblia Sagrada: manual de instruções do cristão

Analisando algumas intransigências de doutrinas de homens em detrimento das flexibilidades que Jesus fez em razão do amor ao próximo e das relações éticas, sadias e coerentes...

Paulo recusou ajuda financeira em Corinto para se ver “livre de todos os homens”, ou seja: não se submeter pelo fato de estar sendo sustentado. Como se diz hoje em dia: para não ficar de rabo preso.
Assim como ele tinha o direito de ser sustentado - e realmente obteve ajuda financeira de alguns mantenedores – em Corinto ele recusou por livre e espontânea vontade, e não como norma rigorosa para ser seguida, passando a fazer tendas para o seu sustento, conforma havia aprendido com a sua cooperadora Lídia.

Foi uma opção, uma escolha pessoal.

Por isso ele disse: “não usamos desse D-I-R-E-I-T-O”. (ver ICo9.12)

Inclusive por causa dessa recusa, alguns cristãos passaram a rejeitá-lo, duvidando da autenticidade do seu apostolado, uma vez que eles sabiam que Deus havia instituído aos levitas servir como sacerdotes, ministros e professores da lei e que, como a eles não cabia uma porção de terra, toda a nação seria responsável pelo seu sustento.

O irônico é que, invertendo totalmente esse sentido, hoje em dia existem denominações “escrupulosas” que rejeitam e duvidam da autenticidade do apostolado é justamente de quem usa desse D-I-R-E-I-T-O.

Entretanto, lá mesmo em Corinto, aonde ele rejeitara se submeter financeiramente, o próprio Paulo disse:

“... recebendo salário para poder vos servir” (IICo 11.8)

“Se nós semeamos as coisas espirituais, será muito recolhermos de vós bens materiais?” (I Co 9.11)

“Não sabeis vós que os que prestam serviços sagrados do próprio templo se alimentam? E quem serve ao altar do altar tira o seu sustento?” (ICo 9.13)

Já em Tessalônica, onde passou curto espaço de tempo, ele recusou por uma questão disciplinar e para não servir de mau exemplo, não estimular os parasitas, já que tinha uma minoria que queria viver à custa de quem suava pra ter seu pão. Daí sua célebre frase “quem não trabalha que não coma” usada por muitos de maneira leviana, alienada e generalizada.

PORÉM, para se sustentar em Tessalônica, ele recebeu ajuda financeira do povo de Filipos. (ver Fp 4:10.20)

“...porque até para Tessalônica mandastes não somente uma vez, MAS DUAS, o bastante para as minhas necessidades. (Fp 4.16 - negritos e sublinhados meus)

A questão é que Paulo, sabiamente, se ajustava à cultura local: quando estava com judeus, observava os costumes judaicos, com gentios, seus costumes. Com os fracos, ou seja, os super-escrupulosos em suas observações, ele era particularmente cuidadoso em regular sua conduta ao nível deles.

Contudo, essa adaptabilidade dele era vista como inconstância pelos seus críticos – cujas credenciais eram visíveis exteriormente - que não enxergavam que tal flexibilidade era governada por um princípio maior:

“Fiz-me tudo para com todos, com o fim de, por todos os modos, salvar alguns” (I Co 9.22)

Observe-se, entretanto, que sua flexibilidade tem a ver com a sua liberdade em fazer escolhas pessoais e não com O Evangelho, que é Imutável.

O mal-entendido se instala quando alguém lê acerca das instruções que Jesus deu aos discípulos, (Mt 10) principalmente ao fixar-se apenas no versículo 8, correndo o risco de distorções quando faz leitura de versículo ou texto isoladamente, ou seja, fora do seu contexto.

A missão dos discípulos era testemunhar aos que lhe oferecessem hospitalidade e sustento. (Observar o versículo 14.)

O que não significa que eles não tenham sido SUSTENTADOS nos lugares onde foram aceitos. Pois tiveram hospedagem, comida e roupa lavada.

De onde veio esse custo? Quem respondeu “dos fiéis” parabéns, pois significa que você é o ser pensante criado por Deus.

Ao seguirmos de forma equivocada, medidas disciplinares estabelecidas por Paulo aos coríntios, agimos iguaizinhos aos fariseus que Jesus criticou com tanta veemência.

Seguindo moralismos exacerbados e distorcidos, esquecemos de ver que é justamente em Corinto que Paulo dá uma das maiores lições do que seja AMOR, colocando-o em primeiro lugar, na vida do crente, antes mesmo da fé e da esperança. (ler ICo13).

Disse Jesus:

“Nisto conhecerão todos que sois meus discípulos: se tiverdes AMOR UNS COM OS OUTROS”. (Jo 13.35 – negritos e sublinhados meus)

Comentários finais:

Não se serve a Deus dentro do espaço físico chamado “igreja”. (Atos 7:48.51)
Quando vamos à igreja vamos prestar culto, adorar ao Senhor.
De lá, SIM! Saímos para servi-Lo, ajudando ao próximo. (Ler João 4:23.24)
E o próximo, não é, necessariamente, o “irmão” da minha denominação (Mt 5:46.47) e sim aquele da parábola do samaritano. (Lc 10:25.37)
Esse é o verdadeiro teste do Serviço ao Senhor!
Como diz o pregador “tenho muita pena por algumas pessoas não enxergarem o quanto a vida em Cristo é leve, linda, solta e séria de alegria!

E mais intrigante é saber que gente que já entendeu o significado da liberdade lúcida e comprometida- e que está posta em Cristo como Evangelho- ainda assim, por razões diversas, seja por vício religioso, culpa neurótica, paranóia, insegurança, ignorância acerca das Escrituras, continua anos e anos, senão a vida inteira, dentro da gaiola da religião”.

Essas e outras me lembram muito os fariseus, que de tão cheios de si que eram, com seus dogmas e suas doutrinas moralistas, não conseguiam entender que o que Jesus queria era um coração puro, disposto a amar incondicionalmente e não regras impostas pela tradição adquirida por interpretações próprias e colocadas acima das Escrituras,

“...invalidando a Palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes” (Mc 7.13)

Enfim... Lamentavelmente vemos nos dias atuais muitas semelhanças farisaicas.

RF.


“Quem for filho da religião evangélica, esse ficará perdido e sem fé. Afinal, sua fé não é fé, mas apenas crença; e a relação que eles julgam terem tido com Deus, não era com Deus, mas com o “Deus-Igreja”. Ou seja: quase todo evangélico religioso tem uma relação institucional (que eles pensam ser espiritual) com a Virgem-Maria-Igreja. A Virgem Maria dos evangélicos é a Igreja.
Quem, todavia, for discípulo de Jesus, por mais chocado que fique com esse retrocesso “evangélico” à Idade das Trevas, não desanimará nem se tornará cínico; antes, não mais perderá tempo com o que já morreu, deixando que os mortos se ocupem de tal funeral; e, enquanto isso, olharão para cima, exultarão no Espírito, e sairão para pregar e viver o Evangelho; fazendo de todo banco um púlpito, de cada esquina uma Catedral, de cada mesa de alegria um encontro de Boas Novas, e de todo relacionamento humano uma chance de comunhão ou de anúncio bondoso da Graça de Deus.” (CF)

“Ora, o Seu mandamento é este:que creiamos em O Nome de Seu Filho, Jesus Cristo,e nos amemos uns aos outros,segundo o mandamento que nos ordenou.”.(IJo 3.23)

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