Alguns grupos evangélicos divulgam essa data comemorativa como algo oriundo do paganismo. As razões alegadas são as mais diversas: sua origem está ligada ao culto pagão ao deus Mitra, que a data real do nascimento não é essa, que 25 de dezembro está incorreta e ligada a cultos pagãos, que a árvore de natal é originária de Babilônia, que não existem referências bíblicas que justifiquem tal celebração...
Enfim: os adeptos da Teologia Conspiracionista expõem uma galeria de argumentos de aparência piedosa. Mas eles resistem a um contra argumento simples?
1) “Jesus não nasceu em 25 de dezembro”.
Provavelmente não. Mas a legitimidade do Natal não exige essa exatidão, já que a celebração comemora a encarnação de Deus entre os homens, assim como não existe unanimidade na exata idade em que foi crucificado, ou até, no ano em que nasceu.
Convencionar uma data não torna a celebração pagã, já que mesmo a Páscoa tem a data alterada a cada ano. Muitos não têm ideia da dimensão do milagre ocorrido quando a data é celebrada, já que o criador dos Universos dos Universos se fez um pequeno bebê nas poeirentas terras do Oriente Médio de 2000 anos atrás. A data escolhida por Ele só teria real importância para aqueles que querem fazer mapa astral, com seus ascendentes e descendentes.
2) “25 de dezembro era a data romana onde se comemorava a adoração ao Sol Invictus”.
Fato: a partir do momento que Roma experimenta a conversão ao Evangelho, as homenagens antes feitas ao sol, agora são direcionadas a Jesus. A associação do Messias a um brilho que ofuscava o próprio Sol tornou-se uma ideia cada vez mais aceita entre os novos convertidos, já que a crença local não o via apenas como ser iluminado, mas autor, inclusive, da própria luz.
Imaginemos – minha fé hoje não é tão grande assim – que os brasileiros se convertessem a ponto do Carnaval não ser mais uma festa aceita, e se transformasse numa celebração ao Espírito. Haveria algum tipo de problema com a conversão dessa data atualmente tão nociva?
3) “A árvore de Natal descende da antiga Babilônia, desde tempos de Ninrode...”
O detalhe - mesmo se essa informação for constatada como verdadeira - é que uma coisa não invalida a outra, já que a árvore não é um simbolo exclusivo desse culto pagão. Se, em alguma longínqua tribo de 10.000 anos atrás, nômades cultuavam deuses pagãos como Astarote, Moloque ou Baal, hoje o simbolismo poderia ligá-la à Árvore da Vida.
O pinheiro mantém suas folhas verdes, mesmo no mais duro inverno ou na mais extenuante seca, sempre apontando para o alto, reta, em direção ao céu.
O pinheiro mantém suas folhas verdes, mesmo no mais duro inverno ou na mais extenuante seca, sempre apontando para o alto, reta, em direção ao céu.
Se para o pagão, o Domingo é o Dia do Sol (Sunday), para o cristão é o Dia do Senhor. Se para o movimento GLBT, o arco-íris é o símbolo deles, para nós é o sinal da aliança entre Deus e a terra (Gn 9.13). Simbolismos variam de grupos para grupos.
4) “A Bíblia não prescreve essa comemoração”.
A igreja é, por excelência, um lugar de celebração. Nela celebramos o culto a Deus, mas também celebramos as ações de graças, nascimento dos filhos, o casamento, as bodas de ouro de nossos pais, os 15 anos da filha, o aniversário da igreja, o aniversário de seus membros. Porque então ela não celebraria o maior evento de todos, que é a Encarnação do Verbo? Muitos que são contrários ao natal, deveriam ser coerentes e nem se lembrar do aniversário da esposa. Aí eu quero ver!
Detalhe: as igrejas contrárias ao Natal fazem grandes festas celebrando o próprio aniversário.
Detalhe: as igrejas contrárias ao Natal fazem grandes festas celebrando o próprio aniversário.
5) “Trocar presentes é invencionice do Natal”
No passado, o povo de Deus separava um mês do ano para fazerem banquetes e trocarem presentes uns com os outros (Ester 9.22-23).
6) “O Natal foi comemorado a primeira vez somente no ano 356”.
Engano: o 1º Natal foi comemorado junto às campinas onde um grande coral de anjos louvou: “Glória a Deus nas maiores alturas....”
7) “Não é bíblico”
Se nas igrejas não há nenhum impedimento de se realizar cultos temáticos alusivos ao Pentecostes, à Páscoa, à Paixão, por que não realizar cultos alusivos ao nascimento de Jesus num determinado mês do ano? Se em maio as igrejas fazem cultos alusivos à Família, porque em dezembro – ou qualquer outro mês - não pode fazer alusivo ao Nascimento de Jesus, que é um tema bíblico tão detalhadamente narrado pelos evangelhos?
8)É uma data apenas para o consumismo.
Quando eu não conhecia a Cristo, a data que mais me aproximava Dele – ou onde mais se falava desse Nome – era o Natal. Como cristão praticante, todos os dias são próprios para falar de Jesus. Mas podemos imaginar o que um homem como o apóstolo Paulo faria, se tivesse uma data dessas, com boa parte da população mundial se atendo ao assunto, como não faz o ano inteiro.
9) Natal é uma festa mundana.
Negativo: ouça a Simone cantando que é uma festa cristã. Qualquer distorção mundana é uma apropriação indevida que os interesses desse mundo implantaram em prol de seus benefícios. O uso das agências de propaganda do natal para alavancar as vendas não transforma o nascimento de Jesus, confirmado na História, em um presépio de eletrodomésticos, TVs de 50' e celulares de última geração. Quem faz isso somos nós.
Justificar a não comemoração da data pelas distorções impostas pelo sistema é dizer que nossa devoção pelo Deus Altíssimo perde o valor por conta das abominações humanas. É incoerente. Vivemos de acontecimentos cotidianos, mas também de eventos especiais e marcantes em nossas vidas, vivemos de memórias e celebrações. Sem a lembrança das coisas passadas, dos eventos alegres e significativos, tornamo-nos duros, secos, e esquecemo-nos dos feitos do Senhor. O salmista nos ensina: 'Recordarei os feitos do Senhor, sim, me lembrarei das tuas maravilhas' (Sl 77.11).
3 comentários:
O NATAL não mascarou, mas substituiu; ANIQUILOU, com a festa pagã ao SOL, astro-rei.
A celebração agora é para e sobre outro REI - JESUS, o SOL DA JUSTIÇA.
Muitos dilemas da consciência cristã são resolvidos com os três "Éles" (L).
Sirvamos a CRISTO sem Legalismo, sem Libertinagem, mas com Liberdade.
Liberdade - de uma boa consciência;
Libertinagem - de má consciência;
Legalismo - sem consciência.
Ricardo,
A- M - E - I !
Disse TUDO em poucas palavras,que coisa mais linda...
Isso é um dom!
Feliz Ano Novo pra vc e todos os que lhe são caros,
R.
Salviano,
Paz pra ti tb...
E que Deus abençoe teu lar nesse dois mil e 12.
Beijo grande!
R.
Postar um comentário