Sem nenhuma exceção, somos TODOS falhos e passíveis de erro. Então, sutilmente, o bicho homem segue na existência, acrescentando, criando, inventando e reinventando Deus. Jesus já alertava sobre isso (Caramba, que coisa mais atual!), com os que se orgulhavam em preservar e demonstrar leis:
'Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. (...) Invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes'. (Cf Mc7)
'Este povo honra-me com os lábios, mas o seu coração está longe de mim. E em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos de homens. (...) Invalidando a palavra de Deus pela vossa própria tradição, que vós mesmos transmitistes; e fazeis muitas outras coisas semelhantes'. (Cf Mc7)
Pedro, que andou com Jesus, chegou a vacilar feio em uma de suas missões, pregando heresia e com direito a puxão de orelha por parte de Paulo. Este, por sua vez, cometeu um equívoco tremendo, causando divisão - racha, dissensão, dissidência, enfim, como quiserem chamar - na igreja de Cristo, ao discutir veementemente com Barnabé sobre não aceitar Marcos em seu grupo. Dali se apartaram e não se tem conhecimento de que voltaram a se encontrar. Nenhum dos três foi chamado de herege ou apóstata, mas sabe-se que Paulo reconheceu anos depois a ‘veia evangelística’ de Marcos, vindo inclusive, este, a ser mais tarde, um dos quatro evangelistas que narram a Boa Nova.
Desde a minha conversão, se tem uma coisa que eu tenha clamado ao Espírito de Deus para me ajudar de maneira contundente, é no cuidado com o manejo da Palavra - e não que eu seja especial e esteja isenta de algum equívoco também - mas pelo fato de ter sido em meio a um povo religioso que, estranhamente, os assistia colocar Deus confinado entre quatro paredes de uma instituição religiosa. (E eu não estou falando da ICAR).
Tampouco tenho qualquer pretensão de convencer o leitor de absolutamente nada, até porque quem convence é o Espírito Santo. Mas tenho o papel e a obrigação de, em amor, esclarecer equívocos por mais que, paradoxalmente, se instale clima de animosidade. Já fui até acusada de querer polemizar e que eu sabia que isso tudo era ‘perseguição ao povo de Deus’. Não me escandalizo, mas me entristeço, sem, contudo, perder a fé e a paz. Afinal, é isto que eu entendo como "sabedoria lá do Alto".
Ao longo de décadas, um ‘telefone sem fio’ proporcionou inúmeros vícios, impondo jargões determinantes para uma cultura doutrinária que foi se distanciando do Evangelho, já que grande parte de líderes escolhidos eram e são semianalfabetos. Com todo respeito, vamos ser honestos e colocar os pingos devidos nos ‘is’. Já se dispõe de vasta literatura na internet a respeito da farsa chamada ‘revelação’ e, portanto, qualquer pessoa pode ter acesso livremente. E não se trata de um dissidente ressentido, como se apregoa no vão intento de reprimir as cabeças pensantes. É material dos próprios membros que, lúcidos e conscientes, não concordam que uma denominação esteja acima de Deus ou que seja 'A Obra de Deus aqui na Terra'.
Falo com categoria, posto que convivo com essa realidade há quase 40 anos! E, de quase dez anos pra cá, fazendo as minhas pesquisas, meus estudos e os meus questionamentos à luz da Palavra. O que me levou a isso não foi nada estritamente pessoal, embora eu precisasse me embasar de algumas certezas que se formavam em minha mente. Mas meu espírito me inquietava e me dizia que havia alguma coisa muito errada, principalmente por estranhar a conduta de pessoas que apostam nessa crença com seus ritos religiosos como salvação. E, no entanto, irônica e contraditoriamente, não se percebe (‘pelos frutos os conhecereis’- disse Jesus) uma mudança real e interior nessas mesmas pessoas que vivem dentro da igreja ‘gloriosa’; essas mesmas pessoas que se batizaram nas águas milagrosas, seguindo em sua mesmíssima existenciazinha cheia de males terríveis no coração e que refletem em seu agir.
Sou uma apaixonada pelo comportamento humano, sempre fui! E OBSERVO as pessoas religiosas marcharem para a igreja quase todos os dias e continuando sofrendo à toa: colocando mais e mais peso nas próprias costas, cheias de mágoas, ressentimentos, lixos na alma, quando a proposta de Jesus é deixar que Ele tire tudo de nosso coração. E de graça! Pelo Seu imenso amor e não pelo que somos ou deixamos de ser. Mas aí é que está a questão: pois essa proposta é de Jesus, e não da denominação.
Jesus não está preso a nenhuma denominação. Não existe nem mesmo uma denominação especial, uma melhor nem mais queridinha aos olhos de Deus. Isso é um grande equívoco gerado pelo fanatismo do homem que se fecha em copas a esse assunto. E aí fica sem a menor condição de um diálogo franco e transparente, dada a forte conotação de uma 'obediência' a ensinamentos de uma crença exacerbada em detrimento da FÉ e da GRAÇA, que anulam toda lei e todo rigor ascético. E o mais patético é que fica o pretensioso mantra no ar: ‘deixa ela, ela não tem entendimento, deixa Deus fazer a obra nela’. (Deus fazer a obra, leia-se: ou ela vem pra cá ou arde no inferno)
Jesus não está preso a nenhuma denominação. Não existe nem mesmo uma denominação especial, uma melhor nem mais queridinha aos olhos de Deus. Isso é um grande equívoco gerado pelo fanatismo do homem que se fecha em copas a esse assunto. E aí fica sem a menor condição de um diálogo franco e transparente, dada a forte conotação de uma 'obediência' a ensinamentos de uma crença exacerbada em detrimento da FÉ e da GRAÇA, que anulam toda lei e todo rigor ascético. E o mais patético é que fica o pretensioso mantra no ar: ‘deixa ela, ela não tem entendimento, deixa Deus fazer a obra nela’. (Deus fazer a obra, leia-se: ou ela vem pra cá ou arde no inferno)
Em contrapartida, não me surpreende esse robotismo coletivo, pois mesmo com o próprio Jesus, em seus dias missionários - DERRUBANDO arraigados conceitos com uma maestria singular e desconcertante - muitos não conseguiram captar a mensagem, como ainda hoje acontece na mente de alguns religiosos, de tão presos que estão à tradição centenária.
Há uma contradição gritante com a Palavra em relação a certa exigência divina feita por ‘revelação’ acerca do batismo. Por que Deus daria apenas a uma pessoa, uma informação preciosa que anularia todo o Sacrifício da Cruz? Esta é a pergunta intrigante. Pois o que dá a entender, é que foi em vão TUDO acerca da Boa Nova. E que, um belo dia, quase dois mil anos depois, um Deus caprichoso resolve que o batismo por imersão é determinante para a salvação e a cura de enfermidades físicas, mentais e espirituais.
Tal ‘revelação’, simplesmente derruba tudo que está no Evangelho acerca de batismo, que, diga-se de passagem, não tem grande relevância, senão como cerimonialismo religioso.
O próprio Paulo foi batizado DEPOIS que caiu por terra, DEPOIS que recuperou a visão e DEPOIS que ficou 'cheio do Espírito Santo'. Observe a sequência: Jesus mostrou-Se para ele e o fez cego por três dias para ele ‘ruminar’ a mudança radical de conceitos; em seguida, ESVAZIADO, encheu-se do Espírito! O batismo ficou em último lugar e apenas como simbolismo de algo que já havia sido efetuado em seu SER.
Ou seja: não há qualquer ênfase para o batismo em si, APENAS este consta fazendo parte dos rituais religiosos, nada dizendo acerca de transformação interior realizada pela água (Cf Atos 9: 1.19). E, se houvesse qualquer relevância centrada nesse tema na Nova e Eterna Aliança, convenhamos, teríamos, no mínimo, um ‘Evangelho dos milagres, das curas e dos batismos segundo apóstolo tal’.
Ora, o próprio Jesus curava de montão, gente vinda de todos os lugares e de todos os credos os mais sinistros, de sorte que a bíblia não relata nem a décima parte senão seriam vários volumes da bíblia para comportá-los todos, e não apenas um. E não consta que ele tenha realizado um batismo sequer. Pelo contrário, Ele foi batizado. E também não consta se por imersão ou aspersão. Apenas se usou o cerimonialismo. João limitou-se a dizer: ’Aquele sobre quem vires descer e pousar o Espírito, esse é o que batiza com o Espírito Santo’. É Jesus quem batiza com o Espírito Santo. Não é durante uma cerimônia religiosa, não é pela água mágica, não é em determinado ‘tanque batismal’. É JESUS, conforme a fé instalada em nosso ser.
Inclusive, diga-se de passagem, que a cura física fazia parte de Seu ministério. Se havia cura espiritual... Aí era outra coisa! Era essa cura que interessava, mas Ele não impunha a ninguém.
Quantas vezes Jesus perguntou: ‘Queres?!’ ?
Tem o caso clássico no tanque de Betesda - cujas águas milagrosas eram até revolvidas por anjos - no entanto, um homem jazia à sua borda há mais de 30 anos, tão grande era sua desesperança! E ele nem precisou tocar nelas, bastou que outro homem (note-se: ele não sabia que este outro homem era Jesus!) o acordasse do seu torpor para que ele fosse curado.
E quantos dos dez leprosos voltaram para glorificar o Nome de Deus?
Por outro lado, por mais que Jesus livrasse as pessoas dos seus males físicos, o que ele disse em relação à CURA referia-se à transformação INTERIOR, não havendo absolutamente NADA com exterioridade. E, falando em exterioridade, a única "exterioridade" que Ele institui é a da Ceia do Senhor mas em SUA memória, simbolizando o Reino de Deus, como AMOR e em Amor; e não repetições atuais/anuais (como rezava a cartilha da antiga aliança) com riqueza de detalhes em como se portar, sentar, que tipo de copo usar, pão e safra de vinho adequados.
É forte e contundente o diálogo que Ele trava com a mulher da Samaria e em nenhum instante Ele a conduz para cerimonialismos e rituais. Muito menos há registros quanto a revelações pessoais para conduzir em comoção todo um coletivo inconsciente. Pelo contrário, ela foi tão contagiada da maneira mais pura e transparente que se possa imaginar, que ela larga o cântaro e o sentimento de rejeição lá mesmo no poço e entra na cidade levando a Boa Nova sem qualquer constrangimento, tocando a todos com o que ela ia relatando.
O Evangelho é simples e claro. Jesus é simples e claro. Transparente como a água. E, citando o tipo de adoradores que Deus está à procura, é justamente com a ÁGUA que ele usa de metáfora com a mulher do Poço. E não é simbolicamente e para FORA. Mas EFETIVAMENTE de fora pra dentro.
Enfim, mesmo sabendo que se eu me calar, Jesus se fará ouvir até por pedras, a minha maior alegria - por mais estranha e louca que possa parecer - é poder, por meio da escrita, como dom que Deus me deu, falar desse imenso amor da maneira mais pura e saudável, sem os igrejismos e as religiosidades que viciam e aprisionam.
E a melhor parte disso tudo é que eu quero, sempre, estar disposta a reconhecer vacilos, a voltar atrás, a ter humildade. Para mim, APRENDER é isso. E, um aprendizado que só tem valor se - conforme a mente de Cristo - for aplicado na nossa existência, nosso cotidiano, nossos relacionamentos.
Senão... Para que serviria?
RF
2 comentários:
Sem entrar em maiores detalhes, ainda ontem tive uma longa conversa com minha mãe a respeito destes assuntos.
Até parece que você ouviu a conversa rsrs.
Hélio
Hélio,
Também sem entrar em maiores detalhes, muito me alegra saber que gente de tua geração aborda esses assuntos com a mãe.
E não fui eu quem ouviu a conversa rss. Foi o Espírito de Deus. Assim como também eu não faço isso por mim, mas por Sua inspiração (veja bem, não falei revelação rss)
Ao contrário, se fosse por mim, escreveria apenas amenidades para as pessoas curtirem...
Deus te abençõe!
R.
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