Por esses dias, eu andei refletindo um pouco mais sobre a vaidade humana, ao me deparar com um ‘evento’ recente que envolve um grande equívoco acerca de atitudes consideradas altruístas como a disponibilidade, a hospitalidade e a solicitude. Pensei em como a vaidade funciona, ocupando grande parte de nosso tempo e em como ela nos prega uma verdadeira peça ao fazer-nos acreditar que, desta forma, estamos agradando a Deus.
E assim acontece no nosso cotidiano...
Vivenciamos algumas situações que nos levam a tomar determinadas atitudes consideradas nobres pela sociedade, quando na verdade, lá no nosso íntimo, sabemos que não é bem assim, que tudo não passa de um afago no próprio ego adoecido; no fundo, sabemos que as nossas atitudes são meras demonstrações de vaidades que nos impulsionam a torná-las bem visíveis e enriquecer o nosso currículo de "DO BEM". E a maior cilada é aquela em que a ajuda aparentemente despretensiosa vem carregada de velada manipulação.
E o mais intrigante nas relações humanas - e suas racionalizações convenientes - é que nos achamos tão necessários, que justificamos nossa iniciativa como ajuda despretensiosa; viajamos tanto nessa expressão/obsessão, que, invertendo as situações, achamos que são os outros que não creem na bondade, que não conseguem enxergar ‘o bem’ e deturpam as nossas falas e comportamento. Ora, para começar, ajuda para ser eficaz, se dá quando se pede. O vacilo já começa daí. Além disso, não é difícil enxergar uma ajuda, se de fato, esta é despretensiosa. O que acontece é que a manipulação velada, travestida de ajuda, acende uma luz em nossos sensores de lucidez e prudência. Por outro lado, na ação verdadeiramente despretensiosa não há risco de ser mal interpretada, pois ela não gera nenhum mal estar. Pelo contrário, é benéfica. E justamente porque foi feita com amor.
Vivenciamos algumas situações que nos levam a tomar determinadas atitudes consideradas nobres pela sociedade, quando na verdade, lá no nosso íntimo, sabemos que não é bem assim, que tudo não passa de um afago no próprio ego adoecido; no fundo, sabemos que as nossas atitudes são meras demonstrações de vaidades que nos impulsionam a torná-las bem visíveis e enriquecer o nosso currículo de "DO BEM". E a maior cilada é aquela em que a ajuda aparentemente despretensiosa vem carregada de velada manipulação.
E o mais intrigante nas relações humanas - e suas racionalizações convenientes - é que nos achamos tão necessários, que justificamos nossa iniciativa como ajuda despretensiosa; viajamos tanto nessa expressão/obsessão, que, invertendo as situações, achamos que são os outros que não creem na bondade, que não conseguem enxergar ‘o bem’ e deturpam as nossas falas e comportamento. Ora, para começar, ajuda para ser eficaz, se dá quando se pede. O vacilo já começa daí. Além disso, não é difícil enxergar uma ajuda, se de fato, esta é despretensiosa. O que acontece é que a manipulação velada, travestida de ajuda, acende uma luz em nossos sensores de lucidez e prudência. Por outro lado, na ação verdadeiramente despretensiosa não há risco de ser mal interpretada, pois ela não gera nenhum mal estar. Pelo contrário, é benéfica. E justamente porque foi feita com amor.
Na verdade, geralmente a pessoa está nua, se vê nua, se sabe nua e miserável, os outros também sabem que ela está nua, mas seguem todos em aplausos na ilusão de que aquelas vestes santas (reputação, aparência, performance) são ferramentas suficientes para aumentar o prestígio e, claro, a visibilidade de ações supostamente piedosas. Então, os que estão ao redor, começam a espalhar a fama dizendo que fulano é o cara. E o cara vai se inchando, acreditando ser um mix perfeito de São Francisco de Assis, Madre Tereza e Irmã Dulce. Daí, começam a distanciar-se da verdade e do amor e, consequentemente, perdendo o valor diante de Deus.
O Livro de Eclesiastes nos aponta o vazio enorme que se instala no ser a partir de uma existência sem um relacionamento com o Senhor; nos diz que a sabedoria humana, distanciada de Deus, é futilidade que não traz nenhum sentido para a vida prática. E refere-se ao esforço do homem como uma competição tola e vã:
“Então vi que todo trabalho e toda destreza em obras provêm da inveja do homem contra o seu próximo”. (4.4)
Entretanto, quando nos despimos de nós mesmos e começamos a enxergar a existência dentro da perspectiva de Deus, nossa ficha cai e começamos a ver o quanto nossos esforços inúteis haviam nos tornado cada vez mais vazios; olhamos para trás e percebemos que à medida que fazíamos o melhor, nos orgulhávamos, porém nunca nos satisfazíamos. E isso apenas porque, sem amor, não há qualquer proveito. Sem amor, o coração permanece árido. Por mais aplausos que se receba cá fora, fica lá dentro aquela sensação inquietante de que falta algo para nos preencher. É aquela tal plenitude que só vem Dele. Como diz ainda o Livro de Eclesiastes, "Deus pôs a eternidade no coração do homem", ou seja, só Ele sacia a fome da sua alma.
E, ainda que eu distribua todos os meus bens entre os pobres
e ainda que entregue o meu próprio corpo para ser queimado,
se não tiver amor, nada disso me aproveitará.
(1Co 13.3)
4 comentários:
Rê, muito realista esse texto!
Faço coro com o profeta Jerê: "Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso, quem o conhecerá?".
Piedade e vaidade, são vizinhas geminadas.
Valeu mana,
Franklin
Então, Franklin...
É aí que a nossa 'velha natureza' tende a confundir exibicionismo com amor.
Abs,
R.
Rê,
Excelente descrição de como a soberba humana tem regido nossa vida. Eu a considero a 'pedra no nosso sapato' e o principal alvo da luta do Espírito em nossa carne. Ela é completamente oposta ao fundamento do viver cristão: o amor! Acho que é exatamente aí que entra a fala "é necessário que eu diminua, pra que Ele cresça"!
Forte abraço e muita Paz!
Caim preparou a terra, plantou sementes, esperou meses para que a mesma se desenvolvesse, regou, cuidou da suas "hortaliças", combateu ervas daninhas, colheu, separou o que tinha de melhor e lançou todo o fruto do seu árduo trabalho nos pés do Senhor.
Seu irmão Abel não fez quase nada, apenas levou um "cordeirinho inocente" sacrificado perante DEUS.
Qual foi a oferta que DEUS aceitou?
Como todos sabem foi a oferta de Abel.
E por que DEUS não aceitou a oferta de Caim?
Para quem não sabe essa resposta, o texto da presente postagem responde muito bem essa questão.
Hélio
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