Não costumo radicalizar diante das sandices que vejo pela frente no meu cotidiano, mas tem certas coisas que não dá pra passar em branco e eu acabo caindo na rede do tema recorrente.
Na boa, eu não consigo entender esse lance de cartilha espiritual determinada pela “igreja”!
Está além - ou aquém rss - do meu entendimento, dos meus conhecimentos, da minha sensibilidade, enfim, da minha cabecinha livre, essa antipática listinha de advertências como receita infalível de doutrina da casa que certas denominações religiosas insistem em divulgar acreditando ingenuamente que seus colonizadores códigos funcionam e que assim vão conseguir monopolizar as mentes empurrando “ensinamentos” goela abaixo de seus jovens seguidores. Como se estes não fossem seres pensantes e não tivessem acesso às Escrituras livremente, e ainda como se não houvesse esse fácil acesso a outras literaturas excelentes que fazem coisas incríveis em nossas mentes, principalmente no que se refere ao estímulo de escolhas criteriosas e pessoais como acontece, por exemplo, com as facilidades oferecidas pelo ambiente virtual.
Reproduzindo o que falei ontem em outro blog sobre a inquietação tola que têm alguns dominadores religiosos com essa disseminação dos blogs apologéticos cristãos, eu vejo esse tipo de derramamento literário de forma extremamente otimista posto que benéfico com suas variedades, estilos literários próprios e abordagens bem intimistas, daí apresentar-se como uma excelente oportunidade para se desenvolver hábitos saudáveis de leitura que visem estimular cada vez mais o senso crítico levando a pessoa a filtrar aquilo que é de qualidade e que, de fato, vai ajudá-la de maneira saudável e criativa.
Cabe aqui o que eu pesquei dias atrás ali no blog de um amigo, a frase atribuída a Mário Quitana: “Eu não tenho paredes, só tenho horizontes”.
É simplesmente maravilhoso fazer parte dessa diversidade literária de alcance extremamente fácil. Acesso esse, que aproximando as mais diversas culturas, as mais diversas crenças e faixas etárias é realizado com simples toques de dedos que nos introduzem em mundos infindáveis que vão muito além dos muros religiosos botando qualquer cartilhazinha obsoleta no bolso. (Se é que um dia ela esteve atualizada).
Entretanto – e por outro lado - fazendo uma referência mais contundente a essa versão gospel de bula papal chumbada, eu não vou entender nunca essa história de que a igreja tem o papel de educar nossas crianças, nossos adolescentes. Ora, esse papel, essa BASE, pertence à família. Aliás, esse é o primeiro ministério que cabe unicamente à família. Esse é o LEGADO verdadeiro dos pais aos filhos. Os pais que transferem essa sua OBRIGAÇÃO para outro, seja quem for, estão sendo levianos, posto que essa transferência equivocada traz sérias consequências danosas à mente da criança.
E é claro que não há nada que entortamos que Deus não conserte, mas a base cabe a nós adultos, e foi Ele quem nos deu essa responsabilidade.
Muita confusão e crendice religiosa poderiam ser evitadas na cabecinha inocente de uma criança - arrastando-se desnecessária e pesadamente em sua alma até mesmo na sua vida adulta - se parássemos de delegar a outrem um papel exclusivo, INTRANSFERÍVEL.
É dentro de casa – E na prática! - que as crianças precisam aprender sobre o poder de Deus!
É em casa que acontece a autodisciplina diária e é ainda em casa que se conhece a obra de Deus, através da história do povo de Deus e da Palavra (O relato inspirado da vida de Jesus).
Para isso, faz-se necessário algo muito simples mas extremamente necessária e urgente: que os pais saiam dessa preguiça mental e assumam de volta essa função que é SUA.
“Ensina a criança no caminho em que deve andar,
e, ainda quando for velho, não se desviará dele.”
(Provérbios 22.6)
2 comentários:
Você disse tudo: lugar de criança aprender e se educar é antes de tudo, na família.
Pena que o senso crítico é tão escasso nos pais cristãos e com isso, empurram suas crianças para serem doutrinadas em um pensamento único que farão delas no futuro, pessoas "sem horizontes e cheias de paredes".
A espiritualidade pode ser algo fundamental na vida de alguém, mas a "espiritualidade-parede", esta pode ser bem prejudicial.
abraços. E gostei muito do seu "comentário musical"ove lá na minha sala.
Caramba, Eduardo!
Essa inversão que você fez da frase bateu forte dizendo tudo da mente do crente legalista:
Sem horizontes e cheias de paredes.
Cada vez mais... :(
Lamentável mas realidade profetizada.
Abs...
R.
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