'Para cada glória e revelação, tem que haver uma correspondente experiência de impotência. É daí que vem o equilíbrio da nossa salvação, da saúde do nosso caminhar e do nosso andar como discípulos de Jesus'.
"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"
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quinta-feira, 28 de abril de 2011
terça-feira, 19 de abril de 2011
Sem SER igreja, como congregar?!
Nesse lance de "culto em casa" a grande cilada para quem está engessado e nem aí para uma reconstrução verdadeira - é o risco de aderir a esse modismo porque, de fato, cansou de ver essa coisa mecânica e sem sentido de templo, ENTRETANTO insiste em per-ma-ne-cer no velho hábito religioso.
Sim, porque devido ao costume religioso arraigado no peito, o fato de mudar de lugar não significa, necessariamente, que ele vá mudar de atitude, que vá "ser igreja" enquanto respirar. Ou seja, sempre. No cotidiano. Desde as mais simples situações às mais conflituosas. Apenas por algum motivo pessoal transferiu o culto mecânico de um espaço físico para outro e nunca parou para pensar no sentido real de CULTO que tem a ver com vida prática e qualidade de vida em todos os sentidos. E o grande equívoco é que, quando se fala em "qualidade de vida", imediatamente se associa a conforto material, competitividade, se dar bem... Nunca se associa ao que diz Jesus no "vinde a mim" e no qual se principia a regeneração do ser.
Conheço muitas pessoas que trazem esse "culto" para suas residências e simplesmente nada mudou. Per-ma-ne-cem os hábitos, as regrinhas, a santidade exterior do momento sagrado de "culto no lar", incluindo até grande comoção no decorrer, abraços e beijos mil no fechamento do pacote, enquanto NADA acontece em relação ao verdadeiro culto que se projeta do próprio ser para a (e na) existência. Quer dizer: há um ritual religioso na residência, mas não o verdadeiro e constante "culto no lar" que não tem a ver apenas com determinado momento de reunião de pessoas. Paralelo às regras religiosas, a pessoa cultua também os velhos deuses interiores e segue rancorosa, fofoqueira, maliciosa e cheia de melindres.
Quantas vezes se diz e se ouve dizer: "caramba, passaram-se tantos anos e fulaninha não mudou nadinha..." E a fulaninha lá! Marchando pra igreja todo santo domingo, reunindo-se em oração, vestindo-se adequadamente e até mantendo a vasta cabeleira como passagem garantida para o céu. Mas na hora de encarar um probleminha prático do cotidiano simplesmente DENUNCIA a mentira religiosa que vive. O mundo está LOTADO dessas pessoas. É só olhar pra dentro de si mesmo e para o lado.
Ou seja, faz-se apenas uma transferência de local, quando a mudança urgente precisa ser realizada é no SER. Só que pra isso as pessoas não estão dispostas. Elas têm uma estranha atração pela performance. Adoram dizer do culto que transferiram para o lar, mas não adoram a Deus em espírito e em verdade. Adoram inaugurar uma casa de oração, mas saem de lá do jeito que entraram. Adoram estar entre os "irmãos mais chegados" e com todo aquele ritual do templo, mas nos acontecimentos que põem à prova "o fruto do espírito" só há um enooooorme vazio.
Digo isso com tristeza no coração, pois convivo com pessoas religiosas, denominacionais, que seguem meia dúzia de regras religiosas à risca por estarem bem visíveis, mas que não estão nem um pouquinho dispostas a mudar conceitos e valores que nada têm a ver com a "mente de Cristo". Conceitos e valores que (DES)norteiam suas vidas mas que não lhes dão plenitude de vida. Preferem ser e carregar o rótulo de crentes, evangélicas, religiosas. Porque ser discípulo dá trabalho. Cultuar em tempo integral é cansativo para quem vive de exterioridades. É mais bacana vestir uma bela capa e “ir para o culto”. Desnudar-se é se expor e isso é fraqueza para as tais. Mudar dá trabalho, mexe com o umbigo que vai muito bem, obrigado. Bem?! Sei não...
E assim se segue nessa neurose coletiva, cheirando o ópio impregnado nas paredes de templos transferidos para as residências.
Perdão pelo desabafo que para muitos com a vista embaçada pode parecer simples crítica, mas é que me INCOMODA demais presenciar a falsa perfeição que tenho visto no meio religioso. Dói o peito ver que em templos e em residências lá está a velha igreja. Sem nada de novo no coração.
Parafraseando meu amigo René, a minha pergunta final seria: sem SER igreja, como congregar? E, usando suas palavras, “o Evangelho é 'ser'! O Evangelho é 'relacionamento'! O Evangelho é o Reino de Deus aqui na Terra! Isto implica em amor prático, resultante de uma opção consciente, não de u'a mera paixão emocional e irracional. E o relacionamento em amor é tanto vertical, Deus/Homem/Deus, quanto horizontal, Homem/Homem. Mas, para que seja em amor, é preciso que haja transformação constante no Homem, no 'ser', coisa que os rituais religiosos impedem, escondendo perigosamente a inexistência desse amor e, pior, a impossibilidade de se formar, na pessoa, esse amor”.
Que fique a reflexão para que possamos ser pessoas melhores e mais verdadeiras e, em consequência, para um mundo melhor.
RF.
“Não confieis em palavras falsas, dizendo:
Templo do Senhor, Templo do Senhor, Templo do Senhor é este.
Mas, se deveras emendardes os vossos caminhos e as vossas obras,
se deveras praticardes a justiça, cada um com seu próximo”.
(Jr 7:4.5)
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Reflexões
segunda-feira, 18 de abril de 2011
Toinho do Quinteto
Luiz Gonzaga levou a música lá do seu pé de serra para as grandes capitais do Brasil. Seu QG era entre o Rio e São Paulo, mas foi expulso pelos acordes dissonantes da Bossa Nova e pelo iê-iê-iê da Jovem Guarda. O baião, no entanto, não morreu e foi reintegrado à MPB graças aos baianos Caetano Veloso e Gilberto Gil. Duas outras pessoas também foram extremamente importantes para a “ressurreição” do forró como um todo: o sanfoneiro Dominguinhos e o contrabaixista Toinho Alves, responsável pela criação do notável conjunto chamado Quinteto Violado.
Antonio Alves, o Toinho, era conterrâneo de Dominguinhos, ambos nascidos em Garanhuns/PE. Toinho aprendeu a cantar com os monges beneditinos e só depois de formado em Engenharia Química pela UFPE e de ter exercido a profissão, tomou gosto de vez pela música a ponto de largar seu antigo ofício. Em 1971, juntamente com Sando (flauta), Fernando Filizola (viola sertaneja), Luciano Pimentel (percussão) e Marcelo Melo (violão), fundaram o famoso quinteto.
Era a música nordestina com novos arranjos e executada por um conjunto que aparentemente abolia a sanfona (instrumento maldito para muitos), elevando-a para um nível de maior sofisticação. Além das composições próprias, o Quinteto ainda recriou a música de Luiz Gonzaga conseguindo levá-la para platéias muito exigentes do Brasil e do exterior.Os arranjos feitos por Toinho Alves para a música Asa Branca (Luiz Gonzaga/Humberto Teixeira), regravada no primeiro LP do grupo, lançado em 1972, lhe deram uma nova e belíssima vestimenta que renderam ao Quinteto o reconhecimento e os aplausos da crítica especializada de todos os cantos do País, notadamente do exigente eixo Rio de Janeiro - São Paulo.
Após trinta e sete anos de estrada, a formação do Quinteto já não era a mesma. Morrera o baterista Luciano Pimentel e se desligaram do grupo o flautista Sando e o violeiro e sanfoneiro Fernando Filizola. Aí o conjunto ganhou novo estilo com a introdução do tecladista Dudu Alves, filho de Toinho Alves, mais o flautista Ciano Alves, sobrinho de Toinho, e Roberto Medeiros na percussão. Continuava em atividade, porém sem aquele mesmo brilho dos anos setenta porque estavam ausentes a viola e os componentes da formação original.
Na manhã de 29/5/08, Toinho Alves, que gozava de relativa saúde (diabetes sob controle), foi encontrado morto pelo filho único Dudu, no seu apartamento em Piedade – Jaboatão dos Guararapes, região metropolitana do Recife. Estava sereno dentro de uma rede e o rádio que ouvia ainda continuava ligado. Tinha 64 anos e morava só, quem sabe se pra poder morrer em paz. Como coordenador do Quinteto estava cuidando da agenda junina do conjunto para aquele ano. Dizem que um jogo do Sport, time para quem torcia apaixonadamente e que naquele ano sagrou-se campeão da Copa Brasil, o matou de emoção.
Apesar de não ser o vocalista do grupo, muitas vezes Toinho Alves emprestava a sua bela voz em apresentações e gravações musicais. E uma das músicas mais bonitas de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira - "Juazeiro" - ganhou interpretação definitiva na voz cortante de Toinho, acompanhado do belo instrumental do Quinteto, auxiliado pela magistral sanfona de Sivuca com quem dividiu os arranjos. "Juazeiro" tem uma das mais tocantes melodias de Gonzaga para a qual o advogado, poeta e músico Humberto Teixeira colocou uma letra primorosa. Fala do primeiro amor do Rei do Baião pela filha de um fazendeiro de Exu (PE) que era contrário ao romance e o proibira. Mesmo assim a moça apelidada de Nazinha dava um jeito de se encontrar com Luiz à sombra de um juazeiro nas tardes quentes nordestinas. Foi a segunda música da dupla e uma das que até hoje são muito relembradas.
Na época com 17 anos, Gonzaga “peitou” o pai da moça, levou uma surra dos pais, fugiu pra Fortaleza e ingressou nas fileiras do Exército brasileiro onde passou nove anos como soldado corneteiro. Ganhou em Minas Gerais, onde também serviu, o apelido de “bico de aço” porque dizem que além de tirar notas impressionantes do seu instrumento, o sopro de Luiz Gonzaga se fazia ouvir por todo o batalhão, principalmente quando tocava o toque de silêncio. Mas o toque que ele gostava mais era o do rancho (chamado pra comida), pois sempre pegava arrego no cassino dos oficiais onde o rango era melhor. Gonzaga sempre foi um malandro sertanejo! Da saudade dessa moça veio a inspiração pra melodia de Juazeiro (que a própria família reivindicou tempos depois os direitos autorais pra Januário), cuja letra ficou da maneira que Gonzaga queria, mas não tinha capacidade de fazer. É um baião sofrido, uma canção de amor à maneira nordestina. Foge daquela temática de seca e sofrimento.
Com esse canto de dor de Toinho Alves, fica registrada a nossa modesta homenagem a esse magnífico músico, cantor, compositor, poeta, arranjador e produtor musical, que será sempre lembrado como um dos mais importantes nomes da música popular brasileira.
FONTE (Negritos meus - RF)
Essa postagem de hoje foi devido à forte lembrança que me veio ao coração ao visitar o RECORTES.
sexta-feira, 15 de abril de 2011
Compaixão, sim. Envolvimento... Nem sempre!

Desculpe, estas roupas não me servem mais.Quem me acusa de não amar e de não viver o que eu prego pelo simples fato de que eu não assino embaixo dos egocentrismos e neuroses com capa de corrente do bem, nunca me ouviu pregando de verdade apenas ouviu o que queria, tentou me colocar na caixa. Quem sabe ouviu um discurso religioso vazio, com vãs repetiçoes sobre um tal amor etéreo que deixa alguns descerebrados.Quem sabe projetou em mim a imagem da pastora que não erra e é um semi deus.
Convido aos tais que andem comigo um dia, apenas isso.
Comentário da DRI lá na Igreja InvisívelFicará clarísimo que sou a pior de todos os pecadores e o amor nunca foi e nunca será adulação, condescendência e atitude pusilânime frente surtos de qualquer natureza.
Contudo, também saberão que entre todos, também sou aquela que mais precisa aprender sobre o amor e ponto final.
Fazer parte do movimento Caminho da Graça não faz de mim um BoB, aquele boneco que serve pra levar pancada. As vezes tenho a impressão que falar de amor dá carta de permissão para que os malucos de plantão abusem e ainda cobrem atitude de crente. Erraram de endereço.
Compaixão sim, envolvimento nem sempre. Ele me manda amar até o inimigos, suportar os irmãos, agora bater continência e fazer carinho no louco em pleno surto, é por conta nossa.
Feito Pedrão que demorou 40 anos para ser (na completude) o que o Mestre via nele desde o primeiro encontro, eu estou na caminhada, ombro a ombro com quem pode me dar ombro. Hoje tá ruim, amanhã melhora.
Só não esperem de mim máscara de crente. Hoje o que tenho é isto.
Negritos meus-RF
quinta-feira, 14 de abril de 2011
Cheiros da memória
O pintor José Cláudio ligou sugerindo que eu escrevesse uma sobre os cheiros do Recife, “dando sequência”. Pautou e sugeriu logo dois cheiros. “O de biscoito Pilar, no Cais do Apolo, e o das macaibeiras em flor na Av. Agamenon Magalhães”. (Segundo ele, para o pintor Roberto Ploeg, que é holandês, o cheiro do Recife nessa época do ano é de flor de macaíba, muito mais intenso do que qualquer outro, bom ou mau).
Moro a trinta metros da Agamenon há mais de vinte anos. Sempre vi as macaibeiras lá. Só não sabia que eram macaibeiras. Agora sei. Mas foi preciso que Ploeg viesse da Holanda para que eu, via Zé Cláudio, ficasse sabendo. Sentisse o cheiro da flor e, pela primeira vez, comesse macaíba.
Duvido que alguém da minha geração (e de gerações pra trás) não se lembre do cheiro de chocolate da Renda & Priori na Rua da Aurora (foto); do cheiro do Café São Paulo na Rua Imperial e do Café Continental na Torre; cheiro de açúcar dos armazéns do IAA no Cais José Estelita; de farinha de trigo no Cais do Porto; de vacaria e de mato na Várzea (aliás, o cheiro já começava desde o Cordeiro – ou Iputinga?); dependendo da safra, os cheiros dos quintais das casas eram de cajá, manga, caju, banana, graviola, sapoti, goiaba, pitanga, pinha, carambola... Poucos moravam em apartamento. E toda casa, rica, remediada ou pobre, tinha quintal, nem que fosse um quintalzinho.
Cheiro de mangue, melhor dizendo, cheiro de maré, como se dizia antigamente, em toda a extensão do que é hoje a Agamenon Magalhães, até Olinda. Cheiro de maré, na minha memória, era uma mistura de cheiros: vegetação de mangue, maresia, lama e caranguejo. (Não vá, por favor, confundir com o mau cheiro do Canal Derby-Tacaruna; nada a ver!).
As ruas também tinham cheiros próprios, cada uma com o seu. A Rua das Creoulas (e não crioulas) tinha cheiro de jambo do Pará e ficava com um “tapete” vermelho na temporada. A Visconde de Suassuna, cheiro de oiti. A da Saudade, do lado do cemitério, de sapoti. A Nicarágua, de vagem de acácia. A Praça do Derby, de jasmim vapor. A do Entroncamento, de manga. Na Rua das Florentinas (hoje trecho da Dantas Barreto), cheiro dos armazéns de estiva, bacalhau e charque. Na Rua da Palma, dependendo do trecho, cheiro de tinta, borracha ou material elétrico.
Boa Viagem era só pra veraneio. Quase ninguém morava lá. Que maravilha era chegar no Pina e já sentir aquele cheiro de mar! Cheiro salgado, molhado. Como eu sabia que a África ficava do outro lado, achava que era o vento que trazia aquele cheiro. Cheiro da África.
E o cheiro de Deus? Seguinte. Ajudei a fazer hóstia na sacristia da igreja do Colégio Nóbrega. E pensava (pensava não, tinha certeza) que aquele cheiro de farinha de trigo na chapa de metal quente era o cheiro de Deus. “Não!”, clamou o padre. “Ainda não estão consagradas.” “Graças a Deus!”, exclamei aliviado. Pois aquele cheiro me dava náuseas. E pensar que Deus me fazia mal seria, por certo, pecado grave, mortal.
Cada casa tinha os seus cheiros. A de um amigo de infância, mesmo, tinha cheiro de Espiral Sentinela (pra espantar muriçoca) e de Vick Vaporub. A de outro, tinha cheiro de xixi (como eram muitos meninos na casa, acho que não dava tempo de lavar e secar tantos colchões e lençóis).
Na minha casa, os cheiros dependiam do dia e da hora, da panela que tava no fogo e do sabonete que tava na pia (Phebo, só quando tinha visita). Cheiro de roupa lavada com sabão, quarada com anil, engomada e passada com ferro a carvão. Às sextas-feiras, os cheiros da faxina: Kaol (pra deixar pratas e metais tinindo), cera Parquetina (pro assoalho ficar quiném espelho), sabão em barra derretido (pros pisos de cerâmica e ladrilho), pasta rosa (pra vasos, banheiros e balcões), óleo de peroba (pra móveis e portas), Varsol (pras poltronas) e álcool (pros vidros). Nos guarda-roupas, o cheirinho da própria madeira, de naftalina e dos sachês (de diferentes aromas, mas sempre em saquinhos de linho e bordados).
As meninas cheiravam a sabonete e água de colônia. As mulheres, à noite, cheiravam a perfume (Chanel Nº 5 e Fleur de Rocaille). Os bebês, a lavanda Johnson.
Certa vez, eu já bem grandinho, dei umas borrifadas de lavanda Johnson na cara. Peguei o elevador. Alguns andares abaixo, entrou uma senhora: “Um bebê desceu há pouco no elevador. O senhor tá sentindo o cheiro?”
“Tô!”, respondi. E dei o fora dali logo, antes que ela descobrisse quem era o bebê.
quarta-feira, 13 de abril de 2011
Esperança...
O que há por trás de tanta barbárie? Nós: Seres humanos. Nós!
Só os seres humanos fazem isso com a sua própria espécie: franco-atiradores, homens-bomba, Treblinka, Auschiwitz, Guantanamo, Sistema Presidenciário Brasileiro, Carandiru, Torres Gêmeas, Revolução Cultural Chinesa, Política Stalinista, Hiroshima, Nagasaki, Ruanda, Serra Leoa, Kosovo, incêndio de ônibus com passageiros ou fuzilamento de seres humanos colocados dentro de um ônibus!
E mais quantas guerras e atrocidades poderiam ser enumeradas? Só seres humanos fazem isso!
Só os seres humanos se sentem seguros quando podem matar o próximo. Só os seres humanos chamam a isso de paz.
Quantas doenças ou religiões ou ismos teremos de evocar para dar sentido às barbáries humanas?
Precisamos perceber que nosso grande desafio somos nós mesmos. Perceber que há maldade em nós. Precisamos cuidar melhor de nós. Precisamos de zelo pela dignidade humana; de acesso à saúde em todos os sentidos, desde sempre: de uma escola onde um garoto estranhamente diferente possa ser ajudado enquanto é tempo. Precisamos que todo o esforço não seja apenas para melhorarmos na vida, mas, para que a vida melhore em nós.
O que me consola é saber que Deus, segundo Jesus de Nazaré, está lutando por nós, o gênero humano.
Que o luto não mate a esperança.
Em homenagem a Fernanda Veras
segunda-feira, 11 de abril de 2011
Pequeno desabafo sobre grandes fraquezas
A vida cristã é uma caminhada longa, permeada de espinhos, uma trilha quase inacessível. Por vezes nos alegramos ao imaginar que a trilhamos bem, outras vezes, sequer acreditamos que ainda permanecemos nela, mais parecendo que pegamos o "atalho" que nos leva à via larga e bem pavimentada.
É doloroso, pelo menos comigo, observar que ainda estou a cometer velhos erros quase relegados ao esquecimento, conquanto pensasse que já havia ultrapassado essa "fase". Por quê? Por que ainda os cometo se tenho Cristo na minha vida e sinto-o constantemente a "acordar" a minha consciência outrora entorpecida?
E então me dou conta que a velha natureza está aqui latente, bastando um pequeno "cochilo" para que ela volte com a sua antiga sanha. Sinto claramente a batalha travada constantemente com esse "eu" teimoso, essa carne maldita, contaminada pelo pecado. Os erros de outrora aflloram, o "espinho" começa a latejar na carne, a fúria e a ira vencendo o equilíbrio e a temperança... E então penso, logo após a descarga, o rompimento do dique de emoções que escoam (e ecoam) pela boca em duras palavras: miserável homem sou!
Não é preciso que me digam nada nem que seja confrontado com o pecado, passada a fúria, pois eu mesmo me encarrego de esbofetear-me, rugindo intimamente contra a intemperança. E não há tapa que doa mais do que aquele que damos em nós mesmos.
O pior de tudo é sentir que se retrocedeu na vida cristã, um sentimento de retorno à estaca zero que nos faz duvidar do caminho que antes seguíamos: - por onde sigo, é esta mesmo a estrada ou me embrenhei por estrada errada?
Por que não resisto ao latejar da ira se sei previamente que o resultado será amargo?
Por que sentimentos sepultados, condutas dessarraigadas teimam em brotar dando ensejo ao antigo homem?
Novamente me dou conta que sou nada! Vejo claramente que o controle que pensava ter cai por terra diante da mínima provocação, quando abandono a dependência necessária, quando imagino que sou autossuficiente, esquecendo-me de recorrer à bondade e misericórdia do Criador. Nesses momentos, passada a tempestade - como agora - eu me envergonho profundamente de me declarar cristão. Aliás, quase chego mesmo a duvidar disso...
Quando busco o bem por minhas próprias capacidades, quando tento caminhar sozinho, tropeço, retornando à certeza de que a minha justiça não passa de trapo de imundície. E torno a me enxergar pequeno e miserável, e a imagem que vejo refletida no espelho da minha mente é feia , quase horripilante. Sou nada! Parece que todo o caminho longamente percorrido não passa de alguns insignificantes metros. Em alguns momentos, sinto como se tivesse andado em círculos, voltando ao ponto inicial...
O bem que quero não faço, mas o mal que não quero...
Há pouco li num blog de um amigo que é muito fácil debater aqui neste mundo virtual, pois, ainda que os ânimos se exaltem, há uma linha imaginária demarcada, que as pessoas não querem e sabem que não devem ultrapassar, salvo raras excecões. Na vida cotidiana é que o "fruto" será percebido ou não. É lá que os espinhos serão mais certeiros. E a resistência duramente conseguida pode ser, em um momento, destruída. Cedem os diques, prorrompem as águas a levar consigo tudo o que vem pela frente. E basta um único momento assim para nos trazer desânimo e incertezas
Passada a tormenta, ainda que desesperados, desanimados, desvanecidos, faz-se necessária a reconstrução.
Nesses momentos, o melhor é lembrar novamente dos conselhos do apóstolo: quando sou fraco é que sou forte, pois é na fraqueza que sou aperfeiçoado - ainda que duvidemos disso.
Quando a minha segurança está alicerçada nas minhas próprias forças, mesmo que inadvertida ou involuntariamente, Deus me faz lembrar que fora dEle tudo é efêmero, fugaz, etéreo. Eis que me volto para Ele pedindo misericórdia: tenha misericórdia de mim SENHOR!
(Grifos meus-RF)
sábado, 9 de abril de 2011
Religioso ou discípulo de Jesus?
"O Evangelho só está crescendo se está dando fruto na vida de alguém. Se não gerar conversão genuína, misericórdia, graça, um novo caminho, só tem templo cheio".
Pesquei lá no SUSTO DE AMOR
sexta-feira, 8 de abril de 2011
O Nariz
Era um dentista, respeitadíssimo. Com seus quarenta e poucos anos, uma filha quase na faculdade. Um homem sério, sóbrio, sem opiniões surpreendentes mas uma sólida reputação como profissional e cidadão. Um dia, apareceu em casa com um nariz postiço. Passado o susto, a mulher e a filha sorriram com fingida tolerância. Era um daqueles narizes de borracha com óculos de aros pretos, sobrancelhas e bigodes que fazem a pessoa ficar parecida com o Groucho Marx. Mas o nosso dentista não estava imitando o Groucho Marx. Sentou-se à mesa do almoço – sempre almoçava em casa – com a retidão costumeira, quieto e algo distraído. Mas com um nariz postiço.
- O que é isso? – perguntou a mulher depois da salada, sorrindo menos.
- Isso o quê?
- Esse nariz.
- Ah. Vi numa vitrina, entrei e comprei.
- Logo você, papai…
Depois do almoço, ele foi recostar-se no sofá da sala, como fazia todos os dias. A mulher impacientou-se.
- Tire esse negócio.
- Por quê?
- Brincadeira tem hora.
- Mas isto não é brincadeira.
Sesteou com o nariz de borracha para o alto. Depois de meia hora, levantou-se e dirigiu-se para a porta. A mulher o interpelou.
- Aonde é que você vai?
- Como, aonde é que eu vou? Vou voltar para o consultório.
- Mas com esse nariz?
- Eu não compreendo você – disse ele, olhando-a com censura através dos aros sem lentes. – Se fosse uma gravata nova você não diria nada. Só porque é um nariz…
- Pense nos vizinhos. Pense nos cliente.
Os clientes, realmente, não compreenderam o nariz de borracha. Deram risadas (“Logo o senhor, doutor…”) fizeram perguntas, mas terminaram a consulta intrigados e saíram do consultório com dúvidas.
- Ele enlouqueceu?
- Não sei – respondia a recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos. – Nunca vi ele assim. Naquela noite ele tomou seu chuveiro, como fazia sempre antes de dormir. Depois vestiu o pijama e o nariz postiço e foi se deitar.
- Você vai usar esse nariz na cama? – perguntou a mulher.
- Vou. Aliás, não vou mais tirar esse nariz.
- Mas, por quê?
- Por quê não?
Dormiu logo. A mulher passou metade da noite olhando para o nariz de borracha. De madrugada começou a chorar baixinho. Ele enlouquecera. Era isto. Tudo estava acabado. Uma carreira brilhante, uma reputação, um nome, uma família perfeita, tudo trocado por um nariz postiço.
- Papai…
- Sim, minha filha.
- Podemos conversar?
- Claro que podemos.
- É sobre esse nariz…
- O meu nariz outra vez? Mas vocês só pensam nisso?
- Papai, como é que nós não vamos pensar? De uma hora para outra um homem como você resolve andar de nariz postiço e não quer que ninguém note?
- O nariz é meu e vou continuar a usar.
- Mas, por que, papai? Você não se dá conta de que se transformou no palhaço do prédio? Eu não posso mais encarar os vizinhos, de vergonha. A mamãe não tem mais vida social.
- Não tem porque não quer…
- Como é que ela vai sair na rua com um homem de nariz postiço?
- Mas não sou “um homem”. Sou eu. O marido dela. O seu pai. Continuo o mesmo homem. Um nariz de borracha não faz nenhuma diferença.
- Se não faz nenhuma diferença, então por que usar?
- Se não faz diferença, porque não usar?
- Mas, mas…
- Minha filha…
- Chega! Não quero mais conversar. Você não é mais meu pai!
A mulher e a filha saíram de casa. Ele perdeu todos os clientes. A recepcionista, que trabalhava com ele há 15 anos, pediu demissão. Não sabia o que esperar de um homem que usava nariz postiço. Evitava aproximar-se dele. Mandou o pedido de demissão pelo correio. Os amigos mais chegados, numa última tentativa de salvar sua reputação, o convenceram a consultar um psiquiatra.
- Você vai concordar – disse o psiquiatra, depois de concluir que não havia nada de errado com ele – que seu comportamento é um pouco estranho…
- Estranho é o comportamento dos outros! – disse ele. – Eu continuo o mesmo. Noventa e dois por cento de meu corpo continua o que era antes. Não mudei a maneira de vestir, nem de pensar, nem de me comportar, Continuo sendo um ótimo dentista, um bom marido, bom pai, contribuinte, sócio do Fluminense, tudo como era antes.
- Mas as pessoas repudiam todo o resto por causa deste nariz. Um simples nariz de borracha. Quer dizer que eu não sou eu, eu sou o meu nariz?
- É… – disse o psiquiatra. – Talvez você tenha razão…
O que é que você acha, leitor? Ele tem razão? Seja como for, não se entregou. Continua a usar nariz postiço. Porque agora não é mais uma questão de nariz. Agora é uma questão de princípios.
Este (rss) texto é de Luís Fernando Veríssimo :)
Copiei DAQUI (Negritos meus- RF)
domingo, 3 de abril de 2011
quinta-feira, 31 de março de 2011
A espiadinha sob outro ângulo (Parte II)
(Aos preconceituosos, intransigentes e pseudo-intelectuais, sugiro nem passar dessa linha a fim de que não se escandalizem).
Sabe, é que eu achei muito interessante a vitória da Maria nesta última terça-feira...
Veladamente discriminada entre os próprios `brothers and sisters´ com aquele jeitinho, ora de menina boba e inocente, ora de mulher sensual e decidida; ora com pijaminha pronta para dormir com os anjinhos, ora (des) vestida para matar, incomodando a muita gente do bloco moralista, inseguro e recalcado. Ameaça constante a este grupinho, representava exatamente o que muitas lá dentro (e aqui fora), não tinham peito para encarar. E ser. E viver.
Presença leve e descontraída. Engraçada e divertida. Corajosa e ousada, deu a cara a tapa; sabendo aproveitar até mesmo os rótulos preconceituosos e apelidos jocosos que lhe emprestavam; impondo-se silenciosamente e provando em doses homeopáticas que ser gostosa não é sinônimo de ser puta.
Ouviu com tranquilidade todas as críticas que lhe faziam, porém de burra não tinha nada. É que o bicho-homem se extingue e não aprende nunquinha que ser pacífico nada tem a ver com ser passivo. E olhe que ela pegou carona até na agressividade dos invejosos, para mostrar, por meio do próprio comportamento despretensioso, que não se rende a picuinhas e baixarias disfarçadas de aconselhamento.
Aqui fora, os hipócritas e maliciosos de plantão cavavam com ânsia doentia a sua vida pregressa para, munidos de meias verdades, poderem atirar as clássicas pedras na primeira oportunidade que surgisse, como se nunca tivessem dado uma vacilada na vida.
Lá dentro, alguém a quem ela havia confiado seus sentimentos mais íntimos, arvorava-se no direito de maltratá-la por se achar apossado de certa informação acerca de sua conduta. De peito inflado e voltando à casa com ares de juiz implacável, ainda conseguiu abocanhar alguns seguidores que não se cansavam de aplaudir suas atitudes machistas e arrogantes. Sem um pingo de dó, soube fazer jus ao apelido duplamente; o mesmo Mau-mau que usava da boca pra fora o slogan “amor, paz e esperança”, esbanjava crítica ferrenha e boçalidade, esnobando e abusando de indelicadeza em constantes situações de humilhação, num mix de crueldade travestido de bandeira do bem.
Entretanto, surpreendentemente, os equívocos e as sucessivas inversões de papéis não perduraram. Enquanto alguns acreditavam que a força estava com aqueles supostamente “do bem”, o povo aqui fora começava a entender quem era quem. As máscaras foram caindo enquanto o cordão dos puxa-saco diminuía, pois que iam saindo, um a um, em uma sequência absurdamente lógica.
Talvez a ficha do Mau-mau não tenha caído ainda. Mas o certo é que a burra não foi ela. Afinal, se ela fosse burra não ganharia dois prêmios, simultaneamente. Um, em grana; o outro, em um filé que atende pelo nome de Wesley e que disse em sábias e curtas palavras que o que passou, passou. E, se eles vão ficar juntos não se sabe; se Maria aprendeu a lição, também não...
E mais: pode quem quiser repetir o velho chavão “foi manipulado”, mas o certo é que o mais novo verbo mariar – apesar do forte teor constrangedor - não tardou a ganhar outra conotação. E que foi um baita dum tapa de luva de pelica, ah, isso foi!
RF.
PREconceito – conceito ou opinião formada antecipadamente, sem maior ponderação ou conhecimento dos fatos; ideia preconcebida; julgamento ou opinião formada sem se levar em conta o fato que os conteste. (Copiei do Aurélio)
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Comportamento,
Demagogia,
HIPOCRISIA,
PREconceito
quarta-feira, 30 de março de 2011
A espiadinha sob outro ângulo.
Espiar a vida dos outros é algo que, de modo geral, sempre mexeu com a curiosidade das pessoas. Quem não já deu um sorrisinho velado quando um porteiro conta uma novidade jocosa acerca de um morador problemático? Sim, porque porteiro de edifício residencial sabe tudo e mais alguma coisa da vida dos moradores. E não só dos moradores. Sabe também da vida de amigos, familiares, quem entra, quem sai, gato, cachorro, periquito e papagaio. Ou seja: o porteiro pobre sabe e o rico morador chique também sabe do mesmíssimo tititi. (Embora quem leve a fama de curioso e fofoqueiro seja sempre o primeiro pelo que deixa escapar, enquanto o segundo, muito esperto, `mantém a linha´).
Há quem diga que, em cidades maiores e mais movimentadas, esse lance de curiosidade pela vida alheia não existe, porque o povo já vive super mega hiper atarefado com outras pendengas. Pura lenda. Quem mora nos grandes centros - e é honesto consigo mesmo – pode até afirmar isso pelo hábito, mas fala isso sem muita convicção quando olha para seu prédio, para o clube que frequenta, a igreja da sua comunidade, vixeeeee! Sua faculdade, seu ambiente de trabalho, sua coleguinha ao lado, seu chefe, a mulher do seu chefe, a filha do seu chefe, huuuuummm... E quando olha para o computador/câmara/celular e suas inúmeras possibilidades sem ninguém para lhe tolher? Então, furtivamente como quem rouba, olha pra dentro de si mesmo e não vê coisa muito bonita. E, discretamente, olha para fora e logo se desfaz das pedras à mão, ao cair em si e reconhecer que sabe e divulga algo picante a respeito de alguém. Sabe, interpreta, pré-julga, se precipita... E pior: transmite.
Se a notícia for de gente famosa, então, nem se fala. Tem sempre quem gosta de estar a par da vida romântica/afetiva/conjugal de alguém; quem fica horrorizado com o fim do casamento de famosos que mal começou; quem se delicia com as imagens minuciosas do interior da mansão desse ou daquele artista; quem gosta de ver as tendências de moda lançadas por algum bonitinho de musculatura definida; quem vê a modelo ao lado dele (do bonitinho) cheia de estria e celulite; quem critica a cara caída da atriz que não entrou na neurose do botox; quem critica a atriz de cara inflada de botox; quem lê minuciosamente as fofocas da QUEM na sala de espera do dentista; quem curte visualizar o perfil completo de determinado blogueiro...
Dias atrás eu estava vendo a Oprah em seu programa, pedindo a cinco apresentadoras de peso que confessassem o que levam a tiracolo por aí. Para deleite das curiosas de plantão – inclusive da própria Oprah e da telespectadora aqui rss- de Ipad a livro volumoso, se viu alguns hábitos pessoais sendo captados em meio a risadas gostosas e sadias. Bem, sadias até certo ponto, pois vai saber o que se passa na cabeça de quem está ali se divertindo com aquele flagrante da vida pessoal daquelas famosas... Aliás, é sempre bom estabelecer o limite da paranóia até mesmo em uma inofensiva exposiçãozinha assim. Ou seja, tudo depende do que rola lá no nosso coraçãozinho malicioso. É onde entra esse pequeno órgão que a nossa boca abriga e que é chamado língua. (Mas isso já é outra história. Ou não.)
Portanto, comecemos por relaxar, despindo-nos das vestes rigorosas e inflexíveis, pois até no mais orgulhoso nariz pra cima intelectualóide e corretíssimo que possa existir, uma ponta de curiosidade acerca da vida do outro sempre rola; seja curiosidade acerca de quem ele considera inferior ou daquele que o ameaça no seu troninho de araque. E todo mundo comenta alguma coisa. Faz parte das relações sociais. Principalmente em época de total exposição como hoje, onde privacidade é o que menos se resguarda nas redes sociais pelo mundo afora, estimulando um voyeurismo em novíssima versão.
Bora combinar, pra que coisa mais exposta do que blog? Nele somos permissivos apesar de acionarmos a ferramenta disfarces/justificativas. É um verdadeiro convite a uma espécie de voyeurismo literário por meio do qual cada um se expõe, se indispõe, se coloca por inteiro, curte glamour e popularidade, desabafa, dá a cara a tapa, faz provocações, perde tempo precioso com questões tolas, escancara a alma... E ninguém venha me dizer que vez por outra não se diverte. Portanto, apesar de detestar rótulos, arrisco dizer que somos uma espécie de reality show mais comedida. Daí o cuidado em qualificar esse ou aquele programa como inadequado ou deseducativo. (E aqui eu nem me refiro às aberrações televisivas, pois um mínimo de bom senso é sempre bom)
Essa tal curiosidade inerente ao ser humano é simplesmente alimentada por determinados programas como realities shows. Trata-se de um entretenimento no qual o exibicionismo combina com a vontade de assistir. Daí a audiência de milhares de brasileiros de todos os credos e faixas etárias, as mais diversas, a esse tipo de programa. Eu, pelo menos, adorei assistir a vida da família Osbourne tempos atrás. Não se trata de um programa cultural, nada que me `edificasse´, mas também nada que eu dissesse a mim mesma em tom boçal e intransigente: “desligue essa porcaria e vá ler um livro”. Foi meu momento cultura inútil no qual euzinha me diverti pra caramba e pronto! Amo abobrinha, faz um bem enooooorme para a pressão arterial.
Veja o BBB, por exemplo. Tão criticado e tão visto! Sim, pois (quase) todo mundo sabe pormenores a respeito... E (quase) ninguém assiste! Que mágica é essa?! É adivinhação, bruxaria?! Como se detesta tanto assistir a algo e ao mesmo tempo o define com riqueza de detalhes super atualizados? Ora, em qualquer coisa que detesto ver, estabeleço um mínimo de coerência entre minha aversão e as informações quentinhas a respeito. Se eu tenho aversão, como posso supervalorizar nas suas minúcias? Pois entendo que quando detestamos uma coisa, uma pessoa, uma ideia, seja lá o que for a tendência é mantermos distância, nos afastarmos, sermos indiferentes. Caso contrário, denunciaremos uma simpatia, uma atração, um não-querer mais que querer demais e que faz jus ao emprego da máxima “quem desdenha quer comprar”.
Contrariando um repente que circula por aí criticando B.B.B., eu não acredito que uma pitada de preguiça mental provoque alienação. Pra que esse rigor todo? Tanta coisa que eu não curto e nem vejo como entretenimento também, e aí? Gosto é gosto, como disse outro dia minha amiga Rita a esse respeito. Euzinha da Silva é que não vou bancar a seletiva chata e deixar de consumir as minhas abobrinhas e dar boas risadas só porque tem uma parcela que simplesmente não curte o mesmo que eu. (Será?! rss) E confesso que foi bem divertido, além de um incrível exercício de liberdade pessoal, como em tudo na minha vida...
Ora, espiar a vida dos outros é hábito muito antigo e remonta a vida em tribos. Hoje, essa vida tribal apenas mudou o nome para global acompanhando sua devida evolução. Evolução que, diga-se de passagem, estranhamente tem aproximado as pessoas de maneira muito superficial. E as redes sociais são alguns dos vilões modernos que, muitas vezes, além de nem aproximarem tanto as pessoas, ainda reduzem irônica e drasticamente a sua privacidade. Chegam a dizer que perdeu a graça porque não há mais o gostinho de espionar a vida do outro, uma vez que já está tudo tão explícito. Só que, isso não é `culpa´ da tecnologia, mas tão somente das perversões do coração que desvirtuam o sentido das ferramentas utilizadas nas relações sociais desde que o mundo é mundo. Enfim, suponho ser uma boa dica, que em vez de posar de bom moço quando se está criticando certos serviços oferecidos, se use de determinado critério. Não um critério falso-moralista. Mas uma dosagem (ou filtro) que seja simplesmente ético. Sem jamais esquecer de ser LEVE...
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terça-feira, 29 de março de 2011
José Alencar
É enorme o esforço que faço, porém não consigo me lembrar de homens brasileiros que tenham carregado em si tamanha notabilidade enquanto empresário, político e pessoa humana, como este homem. A tal ponto que, ao morrer, nos deixa emocionados e nos enche de saudade porém com grande sensação de serenidade no peito.
Eis uma de suas mais admiráveis frases em relação à doença que o acometeu:
“Quero dizer que não estou entregue. Estou entregue a quem sempre estive, a Deus”,
Apresento aqui o meu eterno agradecimento, meu enorme respeito, minha grande admiração e minha simples homenagem a esta incrível figura humana.
E agradeço muito a Deus por nos ter presenteado com um homem público exemplar.
Que Ele possa nos confortar os corações e principalmente os corações dos seus entes mais próximos e mais queridos.
RF
domingo, 27 de março de 2011
Deus e as organizações religiosas
O governo estabelecido por Deus para a Sua Igreja, é algo muito diferente daquilo que encontramos nos milhares de sistemas ou organizações religiosas que os homens criaram e denominaram segundo seus próprios caprichos. O que vemos hoje não são manifestações locais da única e mesma igreja, mas diferentes igrejas independentes, fundadas sobre diferentes fundamentos, lideradas por diferentes homens e até mesmo identificando a si mesmas e aos seus membros diferentemente, cada uma com sua própria denominação. Nem precisamos nos debruçar muito sobre a questão para percebermos que um projeto assim não veio de Deus, mas do homem.
O que fazer numa situação assim?
Sair desse "arraial" religioso para voltar aos princípios encontrados no Novo Testamento: estar congregado somente ao nome de Jesus, sem nenhum outro nome ou identidade; ter a Ele no centro como motivo de nossa reunião - e não um pregador, uma banda, uma doutrina; e nos livrarmos de tudo que nos faça distintos de nossos irmãos salvos por Cristo e nos identifique por uma denominação que não possa ser usada por todos, sem distinção.
Existe apenas UMA igreja da qual TODOS os salvos fazem parte, mesmo aqueles que não estejam congregados conosco. No entanto, vemos cristãos serem desta ou daquela igreja, e mais ainda, alguns se acharem que são de Cristo, como se os outros não fossem. É preciso reconhecer que as divisões criadas pelo homem na forma das diferentes denominações é um pecado do qual Deus não quer que tomemos parte. Não se trata de nos livrarmos de alguns erros, mas de abandonar todo o princípio denominacional e sectário por ser contrário à Palavra de Deus. Aliás, nem é preciso dizer que Deus não reconhece denominações, pois não há fundamento bíblico para tal.
Ao examinarmos as Escrituras, sem qualquer preconceito implantado na nossa mente pelo denominacionalismo, veremos que hoje não há qualquer indício de uma classe sacerdotal como havia no Antigo Testamento. Em Cristo, cada crente é um sacerdote apto para entrar na presença de Deus sem qualquer intermediário que não seja o próprio Jesus, nosso único e suficiente Sumo Sacerdote. Tendo isto em mente evitamos cair no erro do clericalismo, hoje tão difundido na cristandade, o qual SEPARA os crentes em duas classes: clero (ou liderança) e leigos.
Segundo a Palavra de Deus, pastorear é um dom e não um posto de liderança. Por ser um dom, é concedido pelo próprio SENHOR, não por uma junta de homens, o mesmo ocorrendo com os dons de mestre, doutor e evangelista. Os evangelistas pregam o evangelho aos incrédulos, os pastores apascentam ou cuidam do bem estar daqueles que se tornaram ovelhas de Cristo, e os mestres ou doutores as alimentam com a sã doutrina.
Nenhum destes dons - pastores, evangelistas e mestres - é limitado a uma assembleia local. Tais dons foram dados à igreja como um todo. Portanto, não é correto limitar a atuação de qualquer um deles a uma assembleia local. Não existe base bíblica para dizer algo como "o pastor da igreja tal" referindo-se ao dom de pastor. Tampouco eles ocupam um papel de liderança.
Quanto aos presbíteros (anciãos) eles ocupam uma função ou ofício, independente dos dons que possuam, e são funções locais, não universais. Um ancião na assembleia de Corinto não era ancião da assembleia de Éfeso (e vice-versa) embora obviamente fossem reconhecidos por seu trabalho local em sua assembleia de origem. É bom lembrar que não existia um único presbítero ou ancião numa localidade, mas a designação sempre aparece no plural: "anciãos", "presbíteros", "bispos" - neste caso são sinônimos. Nas passagens onde encontramos sendo chamados de "pastores" (Hb 13:7 e 17), também no plural, por sua função ter algumas características de cuidado e pastoreio. A palavra "presbítero" poderia ser traduzida em termos modernos como "supervisor". Então encontramos "supervisores", e não "diretores", nas assembleias bíblicas. Supervisor é quem observa, vigia, acompanha. Diretor é quem dirige, mas ninguém pode querer dirigir o que o Espírito Santo de Deus já faz por ser esta a Sua função. (1Co 12:11 - 2Co 3:17)
Vemos que Paulo ordenou o estabelecimento de presbíteros a Tito. Trata-se de uma ordem direta de um apóstolo a uma pessoa de nome Tito, e não de uma instrução geral do tipo: "irmãos, estabeleçam presbíteros de cidade em cidade". Portanto, o que temos na passagem é uma autoridade apostólica delegando um poder ou autoridade a uma pessoa. Trata-se de uma procuração com dois nomes nela, Paulo e Tito. Mais ninguém. Qualquer outro que queira apropriar-se deste poder está indo além do teor dessa procuração. Paulo não está mais entre nós, e tampouco estão os outros apóstolos, portanto ninguém mais tem tal "procuração" para sair por aí estabelecendo presbíteros.
Alguém que se arvore na condição de "dirigente" dos santos quando estes estão reunidos, dizendo que fulano deve fazer isso, sicrano deve fazer aquilo, beltrano deve fazer aquilo outro, precisa pensar duas vezes no que está fazendo, pois pode estar usurpando uma posição que não lhe pertence. Alguns cristãos interpretam erroneamente a liberdade do Espírito nas reuniões como o líder ou "pastor" distribuir tarefas durante o culto, mas isso nada tem a ver com a liberdade e direção do Espírito. Trata-se de um homem assumindo um papel que não é dele.
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quinta-feira, 24 de março de 2011
sexta-feira, 18 de março de 2011
Deus do Impossível
Deus do Impossível
O meu Deus é o Deus do impossível!
Jeová Jiré, O Grande El Shadai
Que abriu o Mar Vermelho
E ao seu povo fez passar
Que da rocha água limpa fez brotar
O meu Deus é o Deus do impossível
Que liberta encarcerados das prisões
Faz da estéril, mãe de filhos
Restaura a alma do ferido
E dilata o amor nos corações.
Que dá vista ao cego
E ao surdo faz ouvir
Faz a tempestade se acalmar
Andou por sobre o mar
E ao mudo fez falar
Paralíticos e coxos fez andar.
O meu Deus é o Deus do impossível
É o mesmo hoje e sempre há de ser
O meu Deus é o Deus do impossível
E fará o impossível pra você,
E fará o impossível por você.
************************************************
Decidi postar esse "louvor" devido a dois eventos que me ocorreram hoje; um, enquanto dormia. E outro, quando acordei. Explico rss
Primeiro eu acordei procurando um cântico que me enchesse o coração e esse apareceu "de primeira". Como alguns dos meus leitores sabem, eu não suporto nem ouvir a grande maioria dessas músicas gospel por aí e hoje, dando uma espiada em alguns blogs, vi a grata notícia que o L.G. estará aqui em Recife na próxima semana. Achei interessante porque essa sua composição me reporta a meu tempo de "menina na fé" e, fazendo um paralelo, hoje me faz refletir sobre "um Deus do impossível" que tentaram me enfiar goela abaixo, que tem mais a ver com mágicas supostamente divinas e caprichos/vontades pessoais. Enquanto que o Deus do impossível me tem feito ver que Ele tudo pode, mas não me fazendo descobrir o que eu quero, o que eu desejo pra mim, mas, acima de tudo, me fazendo conhecer do que Ele quer pra mim; que Ele faz milagres, mas que o Seu maior milagre Ele já realizou em meu coração!
Em segundo lugar - e pode até parecer surreal - porque associei tudo isso ao que falei em sonho a alguém que dizia estar orando para que Deus soubesse do que ela estava precisando. A pessoa dizia "vou orar para que Deus abençõe os meus planos". E eu dizia: "ore para que Deus a faça enxergar os planos que Ele tem pra ti".
Em seguida, eu acordei. No meio da noite. Fiquei pensativa e fui orar.
R.
quarta-feira, 16 de março de 2011
Edificação & Exibicionismo
(Resposta ao Michel França em comentário no texto SER IGREJA - IGREJA SER)
Caro Michel
Não se preocupe, pois comentário contrário ao meu não me constrange, afinal não tenho mais doze anos de idade.
Não me constrange, mas não concordo em nada do que você diz em relação ao “falar em línguas estranhas”. Não por mera discordância, mas pela coerência que me é concedida pela simplicidade do Evangelho.
Primeiro:
É claro que somos falhos, cometemos erros e vivemos da misericórdia de um Pai que conhece a natureza humana.
O meu questionamento sobre a reação da mulher foi que em um momento ela fazia uma oração de certa maneira e, ao findar aquele momento “mágico”, ela se mostrava completamente diferente. O que eu entendo por vida cristã tem a ver com vida prática e não com um momento mágico e fugaz. É dia a dia, é batente, é cotidiano. Isso é exercício de vida “no espírito”. De que me adianta falar línguas estranhas se não trago para a prática o mandamento principal que é buscar viver em harmonia com o próximo? (No caso, aquela colega de trabalho lá citada) Isso é coerente? Vida com Jesus é, acima de tudo, vida COERENTE.
Você diz que ao falarmos em línguas, falamos “no espírito”, claro, óbvio, até aí tudo bem, mas quando Deus diz que procura novos adoradores que o adorem em espírito e em verdade, ele deixa claro que não quer um adorador alienado que diz uma coisa nos lábios e que no coração diz/faz outra. Tem que ser “em espírito e EM VERDADE. E, a Verdade é a nova vida que experimentamos “em Cristo”, abrindo mão da nossa soberba, do nosso orgulho, do nosso “eu”. Como você bem diz, tendo paciência. Se aquela mulher que falava línguas estranhas pra dizer que tinha uma relação especial com Deus, tivesse paciência com a colega de trabalho e não esbravejasse o que falou, ela demonstraria muito mais essa intimidade que ela quer demonstrar - IMPRESSIONAR - por meio de línguas estranhas.
Sem falar o que Paulo alertou sobre línguas estranhas a um povo que supervalorizava esse hábito em detrimento do dom maior: O AMOR.
“... prefiro falar cinco palavras com meu entendimento, para INSTRUIR outros, a falar dez mil palavras em outra língua”. (ver em 1Co14.19)
“No caso de alguém falar em outra língua, que não sejam mais do que dois ou três, e isso sucessivamente, E HAJA QUEM INTERPRETE. Mas, não havendo intérprete, fique calado na igreja, falando consigo mesmo e com Deus”. (cf 1Co 14:27.28)
Ora, se a congregação não entende absolutamente nada do que está sendo dito “em espírito”, qual a UTILIDADE então? Só posso crer que para EXIBICIONISMO. Isso sim é que é falar “pela carne”. Veja você a contradição! Pois, para mim, falar “pelo espírito” é falar coisas que deem ânimo, que nos console, que sirva de bálsamo, que nos encha o coração de esperança de alegria, de paz. É assim que entendo o Evangelho, é assim que procuro trazer o Evangelho para a minha vida de pecadora que se sabe falha mas que não busca impressionar com frases de efeito meia hora no dia e que no resto do dia não sabe como aplicar os ensinamentos de Jesus para que se tenha uma vida saudável, um relacionamento harmonioso com o próximo. Sim, pois Evangelho é isso, é aprendizagem, é processo pra vida inteira, de glória em glória.
E, minha atenção para isso, a ponto de ocupar uns minutinhos em te responder reside no fato de que eu tenho PAVOR de performances, daí a minha ênfase para isso. Não deixo de amar a irmãzinha em questão, deixo de amar - aliás, abomino - atitudes como essa. Quem estava com o coração cheio de ódio ao se expressar era ela, não eu. O que eu fiz – e que infelizmente percebo que você não entendeu - foi justamente colocar esse exemplo, para mostrar a contradição entre o que ela dizia da boca pra fora, com o que havia, de fato, em sua alma.
Inclusive, diga-se de passagem, não se tem registro de que Jesus saiu por aí impressionando as pessoas com “outras línguas” nem quando do seu batismo que você cita, nem durante o seu ministério. E olhe que Ele tinha pano pras mangas pra impressionar multidões...
Afinal, bora combinar. Adoração coletiva é para edificação coletiva. E não, exibicionismo e alienação.
É isso que entendo de Evangelho.
Isso - pra mim - é SER IGREJA.
RF
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quarta-feira, 9 de março de 2011
Isso pode, aquilo não pode...
Se seu interesse é em Deus, em Jesus e na Vida Eterna, então, é vida que você quer.
E se é vida que você deseja ter, então, é de vida que você tem que se ocupar. Assim, não falamos de normas de homens, mas apenas do que Deus chama vida para o homem.
Você pode o que você quiser, devendo apenas se perguntar: Que bem isso me faz?
Ou ainda: Isso que eu gosto tanto pode fazer mal a alguém que não tem o mesmo entendimento que eu?
Ou também: Esse sexo sem amor e sem significado que eu gostaria tanto de fazer por fazer, porque eu gosto, de fato realiza o quê de bom em mim e na pessoa da qual me sirvo?
Você não “magoa a Cristo” quando faz qualquer das coisas acima. Jesus não faz beicinho. Ele já nasceu Deus. Crescido. E mais: Ele não é tolinho e nem escandalizável. Ele aguenta tudo. Ele é amor. O amor é invencível.
Você faz mal a você mesmo, ao seu futuro, e, sobretudo, ao seu dia de hoje, no qual são forjadas e reforçadas as suas fibras de ser. Entretanto, você só se fará mal se fizer mal a si mesmo no fazer e usar tais coisas.
Fumar você pode; e pode fumando ir para o céu. Mas e daí? A porcaria do cigarro faz mal aqui, já, no dia de hoje, e, com certeza, fará mais mal ainda amanhã. Portanto, o que há de bom em voltar para ele se você pode estar já livre dele para sempre?
O problema não é o céu, é a terra, é o pulmão, o coração, a circulação, a vitalidade física e sexual. Sem falar no tempo gasto, no dinheiro e também no condicionamento psicológico e físico que o cigarro produz.
Beber? Ora, beba. Mas não se embriague. Beba, mas não dirija. Beba, mas esteja sempre sóbrio e lúcido. Beba, mas não seja bebido pela bebida. O maior sinal de que a bebida bebe a pessoa é quando a pessoa passa a ter que beber todos os dias, ainda que não se embriague.
Quando o indivíduo se jacta de não se embriagar embora beba todos os dias, é porque a bebida já o bebeu e ele não sentiu ainda. Mas logo sentirá pelas mudanças súbitas de humor, ao ponto de que ficará cada vez mais bem-humorado quando beber, e, por isto, beberá mais.
Música secular? O que é isso? Deve ser coisa de crente! Ora, ouça boas músicas. Apenas isto. E tome cuidado com uma tal de “música Gospel” que tem por aí, pois, em geral, faz muito mal aos crentes, embora muitos não saibam disso.
Sexo? Deus diz que sexo é bom. Foi Ele que fez. Portanto, o que há de errado com o sexo, exceto com o que o homem fez dele? Sexo é coisa tão boa que não deve ser feita de modo tão ruim e sem significado. Sexo sem significado, promovido apenas pela avidez que tem sua fonte na insegurança dos seres aflitos por afirmação pela via genital, faz muito mal à alma. Sexo deve ser o resultado de um encontro que gerou um significado profético no amor: ambos, homem e mulher, olham para frente e imaginam o quão melhor a vida seria se ambos fizessem de suas existências individuais uma vida só para os dois.
Quando a consciência é essa, e ambos são responsáveis o suficiente para tomarem tal decisão, então, o sexo é apenas a continuidade simples e natural. Assim, acaba a questão de transar antes ou depois de casar, pois, em tal caso, tendo a consciência que acima descrevi, somente quem é casado transa, posto que a transa é o rito mais essencial de todo verdadeiro casamento. Quando se tem consciência do significado do sexo ele se torna o rito supremo do casamento dos que já estão casados pelo amor consciente e responsável.
No cartório a gente faz contrato. Na “Igreja” [templo] a gente mostra os que estão “se casando”. Mas tanto no cartório quanto na “igreja” ninguém faz casamento. Aliás, ninguém tem o poder de casar a ninguém diante de Deus. Diante de Deus somente entram o homem e a mulher; e isto não é no dia da cerimônia, mas no dia em que assumem que se amam.
Agora, saiba:
Só vale fazer qualquer coisa ou deixar de fazer, se for por amor e em fé. Sem fé a gente se condena em tudo o que faz. E sem amor nada aproveita. Portanto, você e eu temos que fazer tudo com fé e amor grato.
Transar, comer, beber, namorar, casar, trabalhar, ser amigo, ser pai, mãe, filho, irmão, ou qualquer outra relação, têm que ser feitos e realizados com fé e amor; pois, sem ambos, nada é puro e aproveitável.
Afinal, Jesus disse que aquele que é Seu discípulo faz tudo com amor. Esta é a obediência aos Seus mandamentos: amar sempre.
Assim, você tem apenas que perguntar se você ama a pessoa que você pensa em usar por uma noite apenas. É amor? Ou então se é amor namorar alguém e usar outras pessoas sexualmente. Ou se é amor beber até cair ou falar um monte de bobagens. Ou se é amor fazer qualquer coisa que possa deixar a você mesmo mal e outros infelizes.
Quanto a se dever frequentar uma igreja, a resposta é: não, necessariamente. Você deve ser parte da Igreja, e você já é porque crê em Jesus. Assim, você deve congregar-se em algum lugar no qual você seja de fato edificado na fé e no entendimento do Evangelho. Mas frequentar de modo mágico, como se não indo a desgraça fosse chegar, não, mil vezes não!
Tudo em Jesus tem a ver com vida. Se a frequência a algum grupo lhe traz graça e vida em Jesus, ajudando você a crescer em fé, amor e entendimento espiritual, então, frequente um lugar que seja assim.
Deus deseja levar você às coisas excelentes, e não às medíocres. Busque entender a razão de seu chamado em Cristo, pois você não foi chamado para não fazer, e sim para ser.
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terça-feira, 8 de março de 2011
Deus e a Mulher
Metáforas à parte, quando Deus fez o primeiro homem, viu que não era bom que ele ficasse só, da mesma forma que nunca quis que a mulher ficasse em segundo plano em absolutamente nada. No casamento então, nem dois seriam, mas "uma só carne”, PORÉM, sempre exaltando a individualidade da mulher, dando-lhe valor e responsabilidade ao longo da existência humana, tomando inclusive medidas preventivas para o caso do casamento não dar certo ou em situação de viuvez.
Os povos antigos já seguiam o princípio de que a mulher que se tornasse espólio de guerra poderia ser usada como escrava sexual ou para o trabalho; mas Deus deu a seu povo regulamentos totalmente diferentes, que serviam para proteger a dignidade da mulher capturada. (A Bíblia da Mulher – O cuidado de Deus com as mulheres)
No AT vemos o exemplo de Débora que era profetisa e uma simples dona-de-casa sendo escolhida por Deus para liderar uma nação, tornando-se juíza e líder militar, libertando seu povo em tempos de guerra.
Tem também Ester, a quem Deus concedeu enorme coragem e grande sabedoria para livrar Israel da destruição.
Tem Rute, a moabita, que renunciou à sua herança cultural (adoradora de deuses pagãos) para ir viver com a sogra, em uma das maiores demonstrações de compromisso da História; mesmo tendo havido um casamento entre culturas e nações diferentes, Deus lhe deu a oportunidade de experimentar do Seu amor.
Miriã, que desde criança mostrou-se inteligente ao conduzir e vigiar o irmãozinho, tornando-se mais tarde grande líder; considerada a mais notável mulher hebraica da sua época, foi ainda grande musicista e profetisa.
Havia ainda tantas outras mulheres expressivas tais como Ana, mãe de Samuel, e Abigail, que ao usar de grande habilidade mudou o rumo da vida do futuro rei Davi.
Tempos depois, em Sua perfeita Soberania, Deus não precisaria de uma mulher para realizar Sua obra salvífica, mas escolheu uma menina-mulher - Maria - como instrumento, fazendo triunfar a fé sobre o dogmatismo. Esta, por sua vez, compreendendo que o foco era Jesus, disse: "Que se cumpra em mim conforme a Tua Palavra".
Isabel, parenta e mãe espiritual de Maria, destacou-se duplamente: como sua mentora extraordinária e como mãe do pregador que viria a ser o portador da mensagem de arrependimento, preparando o caminho para o Messias.
Quando Jesus nasceu, outra Ana servia no templo e vivia ajudando no serviço religioso oficializado naquele local. (Lc 2:36.38)
Nos tempos do NT, Jesus SEMPRE enfatizou o ministério das mulheres no evangelismo, ficando bem evidente sua atitude revolucionária quando apareceu para a mulher no poço de Sicar, já que por razões culturais era considerado impróprio para um rabino abordar uma mulher, principalmente uma mulher com aquele perfil.
Enquanto ela era discriminada, Jesus a restaurou fazendo-a evangelizadora, com o dom de exortação, persuadindo e incentivando outras pessoas a conhecerem-NO.
" Muitos samaritanos daquela cidade creram nele EM VIRTUDE DO TESTEMUNHO DA MULHER!" (Cf. Jo 4.39)
" Muitos samaritanos daquela cidade creram nele EM VIRTUDE DO TESTEMUNHO DA MULHER!" (Cf. Jo 4.39)
Observe-se que no Sermão do Monte, onde Jesus deixou a todos maravilhados com Sua doutrina, não existe nenhuma alusão-proibição no que concerne à atuação da mulher evangelizadora. (Mt caps : 5-6-7)
Jesus exaltou o fato de Maria de Betânia ficar aos seus pés, ouvindo seus ensinamentos e repreendeu Marta, sua irmã, que queria que a mesma a ajudasse no serviço doméstico, numa reação típica de uma cultura que achava que uma mulher não devia receber ensino sobre as verdades espirituais. Jesus rebateu com o intuito de ensinar-lhe e encorajá-la a aprender. “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”. Se Ele seguisse a cultura judaica à época, diria: Ela tem razão, Maria. Por que você não vai pra cozinha, ajudar sua irmã?
A bíblia relata também a passagem da mulher que em silêncio, estava prestes a ser apedrejada e Jesus dirige a palavra justamente a ela - ignorando questões culturais hipócritas que responsabilizavam a mulher pela luxúria (ora, ela transou sozinha?!) e por isso deveria estar isolada do homem – sendo essa mulher particularmente discriminada não apenas pela sua condição feminina, mas ainda pela sua conduta.
A bíblia relata também a passagem da mulher que em silêncio, estava prestes a ser apedrejada e Jesus dirige a palavra justamente a ela - ignorando questões culturais hipócritas que responsabilizavam a mulher pela luxúria (ora, ela transou sozinha?!) e por isso deveria estar isolada do homem – sendo essa mulher particularmente discriminada não apenas pela sua condição feminina, mas ainda pela sua conduta.
Ressalte-se também a permissão de Jesus para que Maria Madalena fosse a primeira mulher a vê-Lo e a falar com Ele, tendo sido inclusive, a primeira pessoa a contar as Novas aos outros, ainda que nos moldes da época o testemunho de uma mulher fosse considerado inválido.
E muitas outras mulheres cooperaram das mais diversas formas, no ministério de Jesus... (Lc 8:1.2.3).
Há destaque até para a mulher intituitiva de Pilatos que, convencida da inocência de Jesus, mandou-lhe um bilhete em meio ao julgamento, descrevendo-o como um homem justo.
Há destaque até para a mulher intituitiva de Pilatos que, convencida da inocência de Jesus, mandou-lhe um bilhete em meio ao julgamento, descrevendo-o como um homem justo.
O Evangelho se propagou e, mais tarde, Paulo começou a enviar cartas específicas para as localidades.
Em algumas denominações religiosas atuais há certa confusão em interpretações doutrinárias devido a uma suposta discriminação feita por Paulo às mulheres de Corinto, quando na verdade tratava-se de um meio disciplinador, uma vez que as mulheres da alta sociedade manipulavam grande parte do poder econômico e faziam valer suas vontades.
Era comum elas usarem de capricho para com seus maridos, influenciando-os sobre o que deveriam ou não fazer. Esse era um costume feminino quase generalizado permanecendo por muito tempo na igreja primitiva.
Na carta que escreve ao povo de Filipos (4.3), fica claro que Paulo não dispensa a ajuda das mulheres, lembrando ainda de Lídia e Priscila que eram cooperadoras em seu ministério de evangelização.
Aos gálatas (3.28), ele diz que não há distinção de sexos.
Em Tito 2:3.5 as mulheres recebem ordem para ensinar na igreja.
Quando ele diz aos efésios para a mulher ser submissa ao marido, deixa claro que o marido AME a mulher, comparando à relação de Cristo com a Igreja (Ef 5.23), numa alusão ao que Deus requer numa relação conjugal, pois ELE não quer submissão em detrimento da responsabilidade da esposa de andar em santidade e retidão diante dEle. Afinal, o marido não é Salvador e sim, protetor. Dessa forma, na submissão VOLUNTÁRIA, a esposa serve a seu marido, com liberdade e dignidade, ASSIM COMO, a Igreja serve a Cristo.
O objetivo de Paulo era impor uma nova concepção conforme o que Jesus havia pregado sobre a vida espiritual, desfazendo conceitos, erradicando costumes, mudando a visão e o pensamento dos novos convertidos. Daí ele achar por bem interferir até mesmo na indumentária e performance das novas mulheres convertidas de modo que se destacassem das prostitutas e falsas profetisas.
E, este, continua sendo o nosso objetivo – nós, mulheres cristãs – quando precisamos estar cada vez mais atentas ao papel que nos foi confiado, pois mesmo tendo passado mais de dois mil anos, ainda existe enorme disputa e grandes equívocos em nome de Jesus e onde ironicamente, nós mulheres, nos tornamos vítimas da nossa própria influência no meio religioso em que vivemos.
Nesta data, uma manifestação de reivindicação por uma vida mais digna culminou em tragédia covarde e criminosa. Por isso, não apenas se comemora a atuação da mulher na sociedade, mas principalmente, promovem-se debates e conferências que discutem o papel da mulher no contexto atual. A ideia é erradicar o preconceito e a desvalorização da mulher em relação a salários, violência doméstica, jornada excessiva de trabalho e desvantagens na área profissional. Na verdade, tudo conforme o plano que Deus sempre teve para a mulher em Seu profundo cuidado e amor visando sua proteção e restauração.
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