Estive pensando...
Não, não descobri o Brasil nem reinventei a roda, vou logo adiantando a leitores de crítica acirrada. Também não fiz nem faço estudo bíblico de queimar neurônios. Apenas gosto de refletir como é importante, necessária e maravilhosa a redescoberta diária da SIMPLICIDADE do que Deus requer de nós.
Estive pensando em como os Dez Mandamentos são pautados em nossos relacionamentos com Ele, nossa família e nosso semelhante; como o Evangelho nos diz sobre nossa existência em convívio; em como é impressionante o primeiro milagre de Jesus ter sido em um casamento - onde o vinho excelente faz a festa duradoura - e em como tudo isso nos diz sobre a importância do casamento, do plano de Deus para as pessoas, do ajuntamento que se forma em volta de um casamento que deve ser festa e alegria CONTÍNUA na existência, da necessidade de se estar juntos dando suporte uns aos outros...
Então, estive pensando no quanto nos permitimos estragar esse plano de Deus para nossa vida e no quanto os próprios relacionamentos nos colocam em alerta constante para "o dia mau". O dia mau que é cotidiano e cujas forças tenebrosas nele incluídas fazem uso do homem, adulterando seus valores e seus conceitos em aparente calma e equilíbrio com o intuito de distorcer a verdade e afastar as pessoas umas das outras. Sim, pois o inimigo de nossas almas só quer isso: separar as pessoas por meio de acusações, mentiras e situações distorcidas. Precisamos ficar atentos e não nos afastarmos das pessoas entendendo que nossa luta não é contra elas. Vivemos em constante batalha espiritual e por isso o soldado tem que pôr a armadura todo dia para poder rebater as falsas acusações do inimigo com seu kit imundo de ciladas diárias em situações de conflito que provocam dúvida, medo, autopiedade, culpa e toda a sorte de pensamentos negativos. Pensamentos traduzidos em palavras e consequentes ações, das mais devastadoras...
Dias atrás escrevi um texto sobre conviver com diferenças, citando especificamente divergências entre irmãos justamente porque RESPEITAR a individualidade e diversidade dentro do próprio lar, certamente é um dos maiores desafios que a pessoa vai aprender para poder enfrentar a vida lá fora com ÉTICA E DIGNIDADE. É no lar que se desenvolve o verdadeiro companheirismo que vai moldar o caráter do ser humano. É no lar que se aprende o importante significado de convivência sadia com as diferenças. É no lar que acontece a primeira interação entre os indivíduos e que será algo decisivo na geração de novos entrelaçamentos fora do âmbito familiar, estendendo-se a todas as áreas da vida de uma pessoa.
E como trazer isso para a vida real, para a crise, para o bate boca que ora se apresenta, para as discussões inflamadas, as contendas que surgem? Na verdade, não há muita dificuldade em se entender isso. Porém, o que existe como trava é uma resistência enorme em querer se desarmar, pois todos têm suas justificativas, suas próprias racionalizações e não querem abrir mão delas. Daí a potencialização das desavenças que findam por mascarar a verdade. E aí está a cilada, pois essa resistência embaça a maneira correta de desfazer os nós formados pelo desentendimento; essa resistência insiste na permanência de uma crise que na sua grande maioria das vezes surge de uma bobagem, “do nada”. E, unicamente por meio da reconciliação EM VERDADE, confessando as próprias fraquezas (pecado) é que se retoma o caminho do amor e da compaixão que une as pessoas. Somente com amor e humildade se neutraliza todo ressentimento que porventura queira se instalar na nossa alma. E só podemos neutralizar essa situação que nos afasta uns dos outros SE estivermos capacitados para isso. E essa capacitação não vem de nós, precisamos PEDIR a ajuda de Deus.
É onde entra “a armadura de Deus”.
Aos efésios, Paulo faz uma analogia da figura da armadura de Deus com a armadura do soldado romano, mostrando que não é com nossos próprios esforços que iremos abater o inimigo que destrói relações, e sim, confiando na proteção e amparo de Deus que nos capacita a vencer suas investidas.
“Porque a nossa luta não é contra o sangue e a carne, e sim contra os principados e potestades, contra os dominadores deste mundo tenebroso, contra as forças espirituais do mal, nas regiões celestes.” (Efésios 6.12)
“Cingindo-vos com a verdade” – a cintura ou abdômen era vista como a área das emoções que normalmente nos enganam fazendo acreditar em uma mentira; quando temos compromisso com a verdade, independentemente das repercussões, nossas emoções não nos deixam cair nessa cilada, não importam as circunstâncias.
“Vestindo-vos da couraça da justiça” – o peito é visto como o lugar onde se encontra a alma. Quando o coração é limpo e justo, através de constante confissão e perdão, não há espaço para o inimigo fazer seu inferninho.
“Calçai os pés com a preparação do evangelho da paz” – Se estamos com o sapato adequado, pisamos de forma correta em qualquer ambiente a serviço do Senhor levando o Evangelho da paz e da reconciliação.
“Embraçando sempre o escudo da fé” – outra metáfora que nos alerta a não tirar o escudo do braço, sempre atentos para rebater os dardos inflamados (acusações) por meio da armadura invisível que é a fé.
“Tomai também o capacete da salvação” – nessa área na qual está o capacete somos protegidos contra os maus pensamentos que ora queiram se instalar. A certeza da salvação é uma enorme defesa contra a dúvida, a insegurança e outras obras das forças espirituais do mal.
“Tomai... a espada do Espírito” – a espada é a Palavra viva, poderosa e efetiva.
“Orando em todo tempo no Espírito” – É nessa constante comunicação com o Senhor das nossas vidas que encontramos encorajamento e direcionamento correto em meio ao vendaval. “Em todo tempo” nos aponta a seriedade e necessidade de nos mantermos a postos nessa batalha que é constante. (Efésios 6:14.18- Adaptado de A Bíblia da Mulher -pag 1502- Ed Mundo Cristão- SBB)
“Sede sóbrios e vigilantes.
O diabo, vosso adversário, anda em derredor,
como leão que ruge procurando alguém para devorar.”
(1Pe 5.8)
“Portanto, tomai toda a armadura de Deus,
para que possais resistir no dia mau e, depois de teres vencido tudo,
permanecer inabaláveis”
(Ef 6.13)
5 comentários:
No mais irmãos revestindo-vos de toda couraça de justiça para os dias maus.
Exatamente. E principalmente falando a verdade, cedendo um para com outro, pois em qualquer relação, seja ela qual for, um tem que ceder, caso contrário, não haverá diálogo e nem cura e libertação. Paz
Bispa,
Acredita que o jagunço aqui nunca tinha feito a ponte entre a armadura de Deus e os relacionamentos íntimos da maneira que você fez?
Muito bom o texto! Deixa eu ler e reler para mergulhar mais no mixxxxxxtério!
Beijos...
JC, seu servo
Rô e J.C:
Então... Nós sabemos que os dias maus vêm, ainda que sejamos cristãos e procuremos viver conforme a Palavra.
E é justamente nesse dia mau que é posta à prova a nossa fé...
Deus abençõe os dois!
R.
Li, esta semana, sobre a armadura de Deus e o que me fez parar para pensar foi o ponto chave do texto...muitos NÃO creem que o Diabo e seus seguidores existem, portanto não se protegem. Porém como vc mesmo sitou I Pe 5:8 diz que ele esta ao derredor... Precisamos crer nas escrituras, vigiar e nos proteger.
Deus te abençoe!!
Tenho algo escrito para a série 'Lendas de Ekklésia' que tocam nesse assunto também... quando postar te aviso! Beijos!
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