(Marina e Ricardinho- meus dois netinhos)
O desenvolvimento de atividades relacionadas ao dia do escritor e ao dia do livro reside, sem dúvida, na importância das informações e no prazer que a leitura proporciona a todos. Relacionar essas duas datas é bastante adequado, uma vez que o livro não existe sem o escritor.
O Dia Nacional do Livro é comemorado em 29 de outubro. Essa data foi escolhida para a comemoração, considerando-se a data da fundação da Biblioteca Nacional (29/10/1810), por D. João VI. O grande acontecimento permitiu a popularização do livro, tornando mais fácil o acesso à leitura.
Além das datas já citadas, é fundamental lembrar que o dia 18 de abril foi escolhido para comemorar o Dia do Livro Infantil, por ser esse o dia do nascimento de Monteiro Lobato, um dos precursores da obra literária infantil no Brasil.
"Um país se faz com homens e livros".(Monteiro Lobato)
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No dia 23 de abril, Dia Internacional do Livro, me lembrei de minha irmã Auricélia. E hoje, no Dia Nacional do Livro, eu gostaria de prestar homenagem a um irmão. E, apesar da restrição comemorativa de hoje, devo ser justa e dizer que ele também é “internacional” rss.
É claro que, como irmão, já existe uma admiração típica do laço fraternal que nos une. Porém, o que me fascina nele é ser o tipo do intelectual que não é chatinho, embora carregue ampla bagagem cultural com muita maestria. Com ele não tem esse lance de autoafirmação. O cara é muuuuito tranquilo.
Quem o vê, de cara pensa logo que ele é do tipo sistemático, conservador, mas em seguida percebe admirado que ele dribla isso muito bem, sendo disciplinado mas ao mesmo tempo sabendo curtir a vida como ninguém. De um gosto super aprimorado em tudo, desde bem mais jovem, é o que se pode chamar, como se dizia nas antigas, de bon vivant.
Igualzinho à minha irmã, ele também é devorador de livros e isso vem lá da pré-adolescência, apenas eu acho ele mais técnico. Sei lá, há um contraste nele que o caracteriza bem: ele é meio científico quando se expressa sem, contudo, ser enfadonho. Sua simplicidade é desconcertante diante de sua competência. Suas proposições são bem fundamentadas, reflexivas, porém sem imposições. Se expressa com tranquilidade, sem nenhum resquício de boçalidade, mas logo se percebe que é com aquela autoridade de quem conhece profundamente o tema que está tratando. Falando em um português bem claro, ele não é pedante nem antipático, e isso é que o diferencia de muitos dos intelectuais que conheço. Enfim, definitivamente, ele não é um intelectualóide. Está mais para o tipo viva e deixe viver.
Anos atrás, ele promoveu um livro meu em Fortaleza, inclusive dirigindo uma peça muito interessante baseada em fragmento do próprio livro, inovando assim o momento do lançamento. Tenho muito orgulho de ter suas considerações na contra capa do meu livro “A Mulher Crisálida”.
Ele diz:
“A Mulher Crisálida” é, no fundo, a busca de toda mulher. Expõe, de forma reveladora, a alma feminina, seus sonhos, dúvidas, desejos íntimos e projetos. Seu espírito romântico, sua pureza, sua coragem. Vai além da denúncia flagrante da renitente opressão masculina, desmascarando a implícita pretensão do macho, ainda que essa luta signifique dar murro em ponta de faca. Aponta para a emersão de um mar de ansiedade e injustiça. Tudo com o auxílio luxuoso do humor fino e sutil. É difícil largar o livro, uma vez iniciada a leitura – seja pela destreza narrativa e pela mestria com que os diálogos são escritos – seja pela propriedade do seu substrato verossímil. Impõe-se como autêntico depoimento feminino. Impõe-se como literatura.
Um comentário:
Linda homenagem.
Muita sensibilidade, coisa de quem admira e ama profundamente.
beijocas
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