"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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quinta-feira, 15 de julho de 2010

TRATORES, DIFERENÇAS... E MUDANÇAS!



Pegando o gancho da postagem de ontem do meu amigo JC (Ele não é Jesus Cristo, mas quer ser rss) e também a partir do sugestivo título que ele deu ao texto – UM TRATOR PARA CADA MEMBRO - fiquei a refletir como seria se, de fato, cada membro dessas igrejas malucas por aí afora, decidissem passar o seu trator de lucidez e de vergonha na cara por cima de todas essas falácias em nome de Deus e que têm enorme poder de escravizar mentes, cegando-as, engessando-as, robotizando-as, explorando-as material e psicologicamente.

Ah, se houvesse esse trator pra cada membro! O mundo seria melhor de se respirar, mais leve e, consequentemente, muito mais saudável porque em meio a todas as diversidades que enriquecem o planeta, a reciclagem seria de bom tamanho e o que é, de fato, lixo, retornaria para o lixo.

E aí eu dou um pulo lá na Bélgica, mais precisamente numa cidadezinha chamada Kasterlee, situada na província de Antuérpia e, inevitavelmente, traço um paralelo em notícia fresquinha chegada concomitante por e-mail, onde uma jovem sobrinha experimenta visceralmente as velhas DIFERENÇAS ao ouvir de um morador a pergunta “A pessoa vai à igreja fazer o quê?”. E o interessante é que ambos pasmam, cada um conforme a bagagem que carrega, com seus conceitos, princípios e valores. De um lado, a que foi habituada a encontrar, acreditar e confiar no Deus dos lugares físicos; e de outro, um interlocutor que não tem nada disso na bagagem e demonstra claramente não encontrar nem acreditar nem mesmo confiar nesse tipo de Deus nesses espaços citados. E pra completar o que eu chamaria de tratamento de choque, ainda arremata: eu nunca fui a uma.

Quer saber? Choques assim me animam pra caramba! Principalmente quando se percebe que em meio a uma enoooorme diferença cultural algo une essas duas pessoas: o amor que transcende a tudo. É desse trator que eu falo. Esse trator que vem e passa por cima de todas essas diferenças, destruindo as bobagens religiosas que proporcionam as verdadeiras confusões e, de forma simples e desconcertante, sai construindo uma ponte conciliadora, à medida que põe abaixo toda a falácia, todo o cerimonialismo, todo o ritual, todos os dogmas.

É quando duas vidas alheias se tornam uma só; é quando crenças opostas trazem a esperança de vir a ser uma única fé pelo milagre do Amor. E nesse milagre dá-se uma plenitude inexplicável que vem carregada de uma incrível mudança em nossos conceitos, nossos princípios, nossos antigos valores. Mudança essa que ninguém é capaz de operar em si mesmo posto ser algo de caráter divino. E justamente por ser de caráter divino não há espaço para melindres, para esse lance de “sentir-se ofendido” típico dos crentes com convicções arraigadas e "imutáveis".

E essa mudança - que não está no nosso poder - é tão perfeita, que o crescimento vem naturalmente. A mente se expande, as idéias se reorganizam, as sólidas construções se reconstroem. E então, olhamos para trás e vemos que saímos, não do lugar certo ou lugar errado, mas do lugar comum. Percebemos com alegria que saímos do lugar que, equivocadamente, acreditávamos com todas as nossas forças, ser o lugar destinado a estarmos, pois determinado por um suposto plano superior.

Para mim, isso aí é o princípio do processo de maturidade. É quando corrigimos perspectivas para enxergar o caminho com clareza, deixando as coisas de menino lá no tempo das coisas de menino, onde se tinha uma idéia limitada da imagem de Deus e seus planos para nós. É quando percebemos que não há caminho certo ou errado. Que há um único Caminho. E quando essa ficha cai (vixe sou do tempo de ficha rss) é quando deixamos de ser crianças nessa pseudo-fé fabricada e enfiada goela abaixo, nessas crenças que adoecem a alma, nos velhos e carcomidos estilos farisaicos, nos comodismos que afastam o próximo. Então nos esvaziamos de nossa arrogância denominacional e religiosa e partimos para a vida real nos expondo, dando a cara a bater, tentando, vacilando, errando, reconhecendo o erro, corrigindo... Crescendo no Amor que me diz que ainda que minha fé seja tão tremenda a ponto de transportar montes SE eu não tiver AMOR não serei absolutamente NADA.

Portanto, parafraseando a autora de um texto recebido por e-mail, a palavra de ordem não é bem uma mera preocupação com a vida alheia, porém OCUPAÇÃO.  É quando passamos da mera existência para a verdadeira VIDA. É quando deixamos morrer a velha natureza... Pois quando saímos do nosso quadrado seguro e confortável e decidimos pinçar feridas DIFERENTES por aí - inclusive fora dos átrios religiosos - os planos de Deus naturalmente acontecem.

Posto que esses são Seus Planos...

RF.

"Tem que morrer pra germinar

Plantar n'algum lugar

Ressucitar no chão nossa semeadura..."

6 comentários:

João Carlos disse...

Escuta aqui bispa Rê!!!

Quer ser Jesus Cristo não, já sou! Afinal, diz a Palavra em Gálatas que "Já estou crucificado com Cristo; e vivo, NÃO MAIS EU, MAS CRISTO VIVE EM MIM; e a vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé no filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim"...

Fala a verdade, você já sabia (ou imaginava) que usaria este argumento de defesa... rsrs

Menina, esta idéia do trator pode virar uma campanha!

Tem algo em ebulição aqui. Sei que aí também...

Preparem-se... somos terríveis!

Adriana disse...

humm Bora ouvir Drão, até rachar os timpanos.

Texto inspirador.

abraços e abraços

Ricardo Mamedes disse...

Regina...,

Permita-me novamente ser repetitivo: ótimo texto!

Concordo com o que está dito, especialmente porque Deus está além dos muros institucionalizados e demarcados por tantos vendilhões por aí...

Somente um adendo: eu tenho algumas certezas baseadas em convicções arraigadas. Não são dogmas, mas a crença em um Deus soberano e transcendente, a fé nesse mesmo Deus; a crença em Cristo, aquele mesmo Jesus histórico e a certeza da sua ressurreição. Ainda sou pela ortodoxia, cuja Palavra (Bíblia), para mim, é inerrante. Busco o Deus que se revelou e se revela nessa mesma Palavra , não colocando em dúvida a sua inspiração divina.

Quanto ao mais, que Deus tenha misericórdia de todos nós.

Grande abraço!

Ricardo.

Regina Farias disse...

Bispa he he

João, eu não sabia qual seria o "argumento" mas confesso que foi uma provocação.

Dri, sempre que elaboro um texto geralmente me vem à mente um versículo ou uma passagem bíblica relacionada e dessa vez veio essa canção de imediato. E bora ouvir de montão!

Ricardo,
Também me permita ser repetitiva ao dizer que assino embaixo de seus complementos!

bjos a todos,

R.

Regina disse...

Ricardo,

Esse termo "convicções arraigadas" a que eu me refiro, é baseado em uma cartilha denominacional que eu assisto diariamente algumas pessoas fazerem de conta que seguem porque lhes foi dito de alguma maneira que se assim não for vai ser queimada no fogo do inferno. (Mais ou menos isso rsss)

Abs...

R.

Regina Farias disse...

Correção:

Vão ser queimados no fogo do inferno.

Ou serão rss