Como se não bastasse toda essa nuvem em cor estonteante sobre a bruta e escura segurança espinhosa, quatro pequenas flores lilazes bem clarinhas parecem rir de minha surpresa ao pousarem suavemente nessas deliciosas plumas em círculo.
É quase como se elas planassem serenas...
É como se flutuassem em constante base giratória.
Como se tivessem asas em faz-de-conta de rara espécie de borboleta que em meio a tão dinâmicas plumas vermelho-alaranjadas, dão forte impressão de que podem voar.
Mas desconcertante mesmo, é a leveza de ambas, muito bem amparadas por esse emaranhado de espinhos estrategicamente bem posicionados. Espinhos afiados, para proteger; e suculentos, para suprir. Sempre a postos! Alerta e em vigia, se não eterna, enquanto durar tanta delicadeza. Sustentando a própria vida e das flores que carregam em si.
E quase dá pra sentir o seu perfume adocicado.
E quase podemos ouvi-las tagarelar...
E quase dá pra sentir o seu perfume adocicado.
E quase podemos ouvi-las tagarelar...
Nossa, viajei agora... E não cheirei nada! rss
Mas explico.
Como toda mãe coruja que se preza, todo santo dia eu fico fuçando o Flikr do Jr e hoje me encantei com essa foto em especial. Não que as outras não sejam especiais, afinal sou tiete confessa desse fotógrafo amador não apenas por ser meu filho, mas pela sua sensibilidade e talento. Porém, o que me chama à atenção nessa foto é a singularidade de composição tão despretensiosa que a natureza nos brinda assim... De graça!
Além do mais eu tenho uma atração pelo cacto justamente pela sua história tão incrível, pela sua capacidade de manter-se majestoso, elegante, e literalmente de pé, diante das intempéries.
Curiosamente, a minha familiaridade com o cacto não vem das minhas origens, pois embora tenha nascido no sertão do Araripe, minha vida era muito, digamos, urbana. Meu contato mesmo pra valer, foi quando já casada, fui morar no oeste do Rio Grande do Norte, em uma pequena cidade chamada Umarizal. E não que lá eu tenha residido na zona rural, mas onde tive o enorme prazer de explorar melhor esse lado com bastante interesse, passando inclusive fins de semana incríveis em fazendas de amigos, o que me propiciava esses agradáveis encontros bucólicos. Além de tudo, ouvi muitos causos envolvendo essa planta incrível que é capaz de armazenar água e poder socorrer os desprevenidos andarilhos das caatingas.
Isso mesmo!
Os cactus, embora típicos de lugares áridos, são plantas suculentas e é exatamente onde atuam seus espinhos.
Esse antagonismo simplesmente me fascina!
E me remete a lugares celestiais...
Obrigada, PAI, por esse momento tão especial!
RF.
7 comentários:
Regina,
O comentário tecido ao final foi ótimo. Porém, se o 'preâmbulo' era para ser 'coadjuvante', assumiu a titularidade, se metamorfoseando no 'centro' do escrito.
Poesia pura... Pequeno momento de sensibilidade captado pelas teclas frias do PC... Quase pude enxergar aquele outro, o Pessoa, ali, sei lá por quê. Certamente porque ambos demonstram a mesma beleza no tecer as palavras.
Agradeçamos a Deus, o Criador, por nos conceder momentos de raro e incomensurável talento. A Ele toda honra e toda glória!
NEle,
Ricardo
Ricardo
Fico feliz que você tenha captado algo que sendo pura sensibilidade torna-se difícil de expressar-se pelas letras.
Valeu pelo "quase" mas vou dar um desconto pelo momento rss
E quem sabe... De repente, nós três temos almas poéticas semelhantes...
Abs...
R.
Ola
De fato a natureza nos remete ao sublime, ao especial. Na harmonia de cada ser vivo, no contraste de um cacto em ambientes agrestes e inóspitos, percebemos a sublimidade da existência breve e fugaz da humanidade ante a sua própria indagação de si mesmo.
Vislumbramos nisto tudo pela comtemplação um lampejo da glória de Deus. Quando o encontramos, nos encontramos, e quando Nele vivemos, somos não apenas uma pintura, mas assumimos e aceitamos entendemos então a mente do Criador desta obra de arte que Ele tanto Amou e decidiu restaurar e colocar em uma posição de Filhos.
Excelente reflexão
Seja bem vindo em meu blog e se puder edifica-lo, sentirei-me honrado
atalaiadocastelo.blogspot.com
Nicodemos
Regina, tua "viajem" foi lindamente poética e diante de tal obra-prima da natureza, não poderia ser diferente a um espírito sensível e apaixonado pela vida como o seu.
Parabéns ao Jr rsssss
beijos.
Nicodemos,
Seja bem vindo!
E obrigada pelas palavras.
Eduardo,
Como você mesmo diz, é obra-prima da natureza, daí ser muita pretensão querer descrever e só mesmo viajando pra ousar tanto. :)
Valeu pelo carinho,
bjsss
R.
Entendo e compartilho estas viagens...
Mesmo sem cheirar meia suja ou fumar chá de boldo, constantemente encontro-me fotografando pequenos detalhes do cotidiano por ter tido algum insight, uma visão além do óbvio.
Viajo grandão...
A foto é linda, muito impressionante.
A natureza é mesmo um encanto em seus detalhes.
Obrigado por sua participação em meu blog Escritura Viva, seja bem vinda!
Já ganhou meu voto no TopBlog 2010, boa sorte! :)
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