"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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terça-feira, 15 de dezembro de 2009

NATAL É O MISTÉRIO DA RECONCILIAÇÃO




Quando você pensa em Natal que imagens vêm à sua mente?

Papai Noel, rena, trenó, árvore, neve, lâmpadas multicoloridas?

Claro que não!

Você é um cristão consciente e no final de ano você pensa no presépio, na estrela de Belém, nos magos, nos pastores que estavam no campo e foram convidados para conhecerem o “recém nascido rei dos judeus”.

Mas será que Natal é isso mesmo?

Creio que as imagens tradicionais não fazem justiça à grandiosa mensagem do Natal. Tudo quanto nos dizem os Evangelhos é verdadeiro e constroem o cenário em que se deu o mistério da encarnação.

Mas o que vem a ser isso?

A encarnação é a essência do Natal.

É o inexplicável fato de que Deus amou tão intensamente a Sua criação que para resgatá-la fez-se homem e veio habitar conosco, tomou sobre si nossas dores, limitações, angústias. Tudo quanto é típico da humanidade tornou-se parte de Sua natureza.

A grande maioria das religiões orientais fala de um caminho para que o homem se aproxime de Deus, elevando a coroa da criação aos píncaros dos montes eternos, quem sabe através das orações, meditações, atos de misericórdia ou contemplação.

Mas o Novo Testamento nos trouxe uma direção diferente!

Deus é quem desce à condição humana para mostrar-lhe como é possível existir na presença do Senhor e em comunhão com o semelhante sendo homem.

Tudo quanto Jesus disse e fez em seu ministério terreno foi para nos revelar como pode ser sublime viver em comunidade. Deus é a comunidade e habita na comunidade dos santos que invocam o Seu Nome.

Jesus veio ao mundo para anunciar a sublime verdade de que o Pai não preserva para sempre a Sua ira, que o amor pode mais do que o ódio, que o pecado não é maior que a Graça e que o Criador e criatura podem ser um só.

Gosto de pensar como um dia me sugeriu o pregador presbiteriano Tim Keller, que Jesus contou a parábola do Filho Pródigo, na qual há um irmão mais velho que fica irritado com o seu pai por este receber de volta com festa o filho mais moço que havia saído de casa e desperdiçado levianamente todos os seus bens, para nos fazer saber que Ele, Cristo, é um outro tipo de “irmão mais velho”. Aquele que vai à procura de seu irmão, que o busca nos guetos e vielas até encontrá-lo e quando o encontra, o abraça, cuida dele e lhe diz: “Vamos voltar pra casa, Papai não está com raiva de você, ele vai lhe perdoar e receber.”

Assim fazendo, a parábola se transforma em um contraste entre o próprio Jesus e os religiosos de seus dias que eram os ouvintes originais da história.

A mensagem do Natal é o anseio divino pela reconciliação do homem consigo.

Toda a revelação do Evangelho é uma “outra parábola do Filho Pródigo”, na qual o reencontro acontece em face de uma busca em que o Pai não fica na expectativa do regresso do filho mas toma a iniciativa de enviar Seu Primogênito para empreender a maior busca que a História já conheceu para resgatar, não um, mas todos os filhos que se desgarraram do Pai e que vivem distantes de Sua casa.

O desejo eterno de Deus é o abraço e a festa, que um dia o Reverendo Alexandre Ximenes chamou de “o baile dos arrependidos”, em que qualquer um pode entrar, desde que tenha consciência de que não merece nada do que ali está acontecendo e que tudo é por Graça e Amor do Pai.

Quero pedir ao Senhor que você tenha de fato um Feliz Natal.

Mas o que seria mesmo isso, um Feliz Natal?

Melhor que ter um dia feliz é descobrir nesse dia o caminho para ser feliz e este caminho é crer no Natal. Crer nele como a revelação de que Deus se interessa por nós, que as nossas vidas e dramas não passam desapercebidos do Pai, antes foi justamente para que nós fôssemos felizes em que Ele suportou o supremo sacrifício, fez vir o "Seu filho unigênito para que todo aquele que nEle crer, não pereça, mas tenha a vida eterna”.

Jesus continua à nossa procura para entregar o mais belo e antigo dos cartões de Natal.

Nele está escrito:

“Filho, eu sempre te amei, nada do que você tenha feito, dito ou pensado pode mudar isso, quero que vivamos sempre em perfeita harmonia e comunhão. Você pode contar sempre comigo. Assinado: Painho".

Deus te faça feliz,

Martorelli Dantas.

(Texto extraído do boletim de domingo da IECB, de 24 de dezembro de 2006 - grifos meus RF)

"E o Verbo se fez carne e habitou entre nós,
cheio de Graça e Verdade"
(João 1.14a)



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