"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Dia de Culto



Mais um ‘Dia de Culto’.

Cheguei cedo, abri o prédio e, como de costume, fui recebendo os primeiros irmãos que iam chegando. Em seguida, me acomodei logo à frente. Fiz uma oração e abri a Bíblia para ler. Folheei algumas páginas e me detive em Lucas 10, na passagem do Bom Samaritano. Pensei:  seria uma boa pregação para hoje.

O culto iniciou bem leve e gostoso. Cantamos hinos que há tempos não cantávamos, oramos, e, na hora da leitura da Palavra, eu senti de ler a parte do Bom Samaritano mesmo.

Preguei sobre a arrogância do doutor da Lei em tentar a Cristo, em dizer entre as palavras dele que “Ele amava ao Senhor sobre todas as coisas, com toda a força, toda a alma, conhecimento e coração.”

Expliquei e fiz a igreja refletir que deveríamos amar ao Senhor assim, mas que nenhum de nós consegue fazer isso e nenhum de nós jamais conseguiremos. O único que assim fez foi Cristo.

Mas o doutorzinho era arrogante, e ele, implicitamente, disse que amava a Deus desta forma ao afirmar: Mas quem é meu próximo?

Daí Jesus propôs a parábola do desafortunado que foi assaltado e deixado meio morto no meio do caminho, ensanguentado, braço quebrado, rosto desfigurado… Logo, um sacerdote passa por aquelas bandas e, ao vê-lo, dá uns passos para o lado e finge que não o vê. O levita fez o mesmo. Mas quando um samaritano o vê, se move de compaixão, faz os primeiros socorros nele, o leva a um hotelzinho, cuida dele a noite inteira, só partindo no dia seguinte. Deixa ainda dois dinheiros adiantados e pede pra cuidar dele o tempo necessário, que ele paga quando voltar da viagem.

Cristo conclui, perguntando: Quem foi o próximo?
E o doutorzinho responde: O que usou de misericórdia.
Vai e faz o mesmo - finaliza o Mestre sem mais delongas
Fiz saber à irmandade quem eram o Sacerdote e o Levita. Homens de Deus, conhecedores das Escrituras. Viram a necessidade e passaram de longe.
Quem era o samaritano? O povo rejeitado pelos judeus.
Lembrei à igreja sobre a mulher samaritana no poço.
- Você é judeu e me pede água? Judeus não conversam com samaritanos!

Samaritanos eram um povo que os judeus ignoravam totalmente, não queriam contato.
Perguntei a irmandade:
- Quem na nossa sociedade você não quer contato? Uma prostituta, um assassino, um ladrão? Confesso que quis até dizer um travesti, mas achei que ia ser forte demais.
Foi o rejeitado, o excluído da sociedade, o ignorado que tomou uma atitude, que os “homens de Deus” não tomaram.

Quando Cristo perguntou “quem foi o próximo”, o doutorzinho até teve nojo de dizer “O Samaritano”, preferindo dizer “O que usou de misericórdia”.
Cristo disse: “Vai e faz o mesmo”.

O doutorzinho saiu pisando duro com raiva: “Que ousadia! Comparou-me a um samaritano!” Enquanto isso, na outra parte da Palavra, a samaritana do poço de Jacó ganhou “Água da vida eterna”.  E nos diz a Bíblia que Cristo ficou entre eles vários dias…

Tratar bem um ancião todos querem. Tratar bem um rejeitado pela sociedade e até pela igreja ninguém quer. Ter humildade para sermos um “Samaritano”, um rejeitado, ninguém quer. Ser um “Sacerdote, um levita” socialmente falando, com o mesmo status, todos querem.

Ao final do culto um irmão de uma outra localidade me saudou e me perguntou se lembrava de um irmão chamado Lucas (nome fictício). Disse que sim, daí ele explicou que a vida dele é complicada, aprontou muito antes de batizar e ainda hoje se viu numas encrencas, precisando ir pra corte judicial algumas vezes.
Este irmão sempre aconselhava o Lucas a pedir a Deus perdão a Deus e a família, e consertar a vida dele. Por fazer isto, muitos irmãos diziam a ele: “Deixa o Lucas pra lá. Você tá arranjando problema com a tua mão.”, mas ele sempre insistia em ir lá, aconselhar o Lucas.

Neste final de semana passada, o Lucas numa besteira que fez, acabou sendo preso. Daí este irmão disse: “Vou largar de aconselhá-lo, mas vou hoje no culto pra congregar e ver se na Palavra sinto algo a respeito.”
Daí ele me confessou: “Mediante o conselho da Palavra eu vou continuar a aconselhar o Lucas, vou ajudar naquilo que eu puder, mesmo que todo mundo diga pra eu deixar ele pra lá, vou pedir a Deus pra que eu seja Samaritano e não doutor de Lei”.

Voltei pra casa com o coração cheio de alegria.

(Grifos meus-RF)




quarta-feira, 9 de outubro de 2013

A parábola da bola



Os dez homens importantes sentados ao redor da bola discutiam acaloradamente:

– A bola é grená, disse um.
– Claro que não, a bola é bordô, retrucou outro em tom raivoso.

Todos estavam fascinados pela beleza da bola e tentavam discernir a cor da bola. Cada um apresentava seu argumento tentando convencer os demais, acreditando que sabia qual era a cor da bola. A bola, no centro da sala, calada sob um raio de sol que entrava pela janela, enchia a sala de uma luminosidade agradável que deixava o ambiente ainda mais aconchegante, exceto para aqueles dez homens importantes, que se ocupavam em defender seus pontos de vista.

– Você é cego?, ecoou pela sala gerando um silêncio que parecia ter sido combinado entre os outros nove homens importantes. Era até engraçado de observar a discussão – na verdade era trágico, mas parecia cômico. Todos os dez homens importantes usavam óculos escuros, cada um com uma lente diferente. Talvez por causa dos óculos pesados que usavam, um deles gritou “você é cego?”, pois pareciam mesmo cegos.

Depois do susto, a discussão recomeçou. O sujeito que acreditava que a bola era cor de vinho debatia com o que enxergava a bola alaranjada, mas um não ouvia o que o outro dizia, pois cada um usava o tempo em que o outro estava falando para pensar em novos argumentos para justificar sua verdade. Aos poucos, a discussão deixou de ser a respeito da cor da bola, e passou a ser uma troca de opiniões e afirmações contundentes a respeito das supostas cores da bola. A partir de um determinado momento que ninguém saberia dizer ao certo quando, os dez homens tiraram os olhos da bola e passaram a refutar uns ao outros. Em vez de sugestões do tipo: – A bola é vermelha, todos se precipitavam em listar razões porque a bola não era grená, nem cor de vinho, nem mesmo alaranjada.

De repente, alguém gritou: – Ei pessoal, onde está a bola? Todos pararam de falar – estavam todos falando ao mesmo tempo, e foi então que perceberam um alarido parecido com aquelas gargalhadas gostosas que as crianças dão quando sentem cócegas. Correram para a janela e viram uma criançada brincando com a bola, que parecia feliz sendo jogada de mão em mão. Ficaram enfurecidos com tamanho desrespeito com a bola. Ficaram também muito contrariados com a bola, que parecia tão feliz, mas não tiveram coragem de admitir, afinal, a bola, era a bola.

Lá fora, sem dar a mínima para os dez homens importantes, estavam as crianças brincando e se divertindo a valer com a bola que os dez homens importantes pensavam que era deles. E nenhuma das crianças sabia qual era a cor da bola.

Ed René Kivitz

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Celebração da Ceia do Senhor




Em muitas igrejas os diáconos são encarregados da preparação antecipada da Ceia do Senhor. Esta é uma honra que estes servos de Deus têm diante da igreja local. Devem zelar para que os elementos sejam apropriados tanto em qualidade, como o corte do pão e a distribuição do cálice, e ainda a disposição na mesa. Todavia, após o término do culto, eles são responsáveis pelas sobras dos elementos da Ceia. 

A pergunta é: o que fazer dos elementos que sobraram?


É quase impossível estabelecer uma regra absoluta quanto ao assunto. Devemos nos orientar por um princípio geral, isto é, que o preparo, o manuseio, e o eliminar dos elementos devem evitar qualquer superstição, erro doutrinário, ou a prática da veneração do pão e do cálice, antes, durante ou após a celebração da Ceia do Senhor, atribuindo-lhes algum poder inerente, ou valor permanente

A Confissão de Fé de Westminster declara que "os elementos exteriores deste sacramento, devidamente consagrados aos usos ordenados por Cristo, têm tal relação com o Cristo Crucificado, que, verdadeiramente, embora só num sentido sacramental, são às vezes chamados pelos nomes das coisas que representam, a saber, o corpo e o sangue de Cristo; se bem que, em substância e natureza, conservam-se verdadeiro e somente pão e vinho, como eram antes." 

Há diferentes práticas adotadas pelas igrejas evangélicas:

1. Muitos guardam as sobras, tanto do pão como do cálice, para a próxima realização da Ceia. O problema é que quando a celebração seguinte demora, ou sendo realizada mensalmente, os elementos podem não ter a mesma qualidade, por causa da fermentação, decomposição, ou até mesmo por serem inaproveitáveis por causa da sua inadequada preservação.
2. Em alguns casos há diáconos que após o culto, enterram as sobras do pão e do cálice. Mas, isto apenas aumenta a ignorância e piora o misticismo irracional que, diga-se de passagem, é uma herança do catolicismo romano.
3. Há aqueles que jogam no lixo as sobras da Ceia. O fato de se jogar fora pode ser por não querer aproveitar os elementos, porque uma vez cortados não é possível aproveita-los para uma refeição posterior. Mas, corre-se o risco de fazê-lo pelo mesmo motivo daqueles que preferem enterrar.

Esta confusão é desnecessária, mas ofende a consciência de alguns amados e sinceros irmãos que não foram corretamente instruídos sobre a natureza da Ceia do Senhor. 

Eis alguns motivos desta comum confusão:

1. Por serem instruídos sem base nas Escrituras a divinizar o pão e o cálice inconscientes da heresia que estão praticando.
2. Por esquecerem que o pão e cálice são meros símbolos, e que não há nenhuma mutação essencial nos elementos. Apenas a presença espiritual manifesta-se durante a Ceia nos alimentando com a graça (por isso, é um meio de graça). Os elementos da Ceia não se tornam (transubstanciação), nem contém (consubstanciação) o corpo físico de Cristo. Embora separados do uso comum, continuam sendo o que sempre foram, o pão e cálice; não sofrem nenhuma mutação substancial, mas apenas representam uma realidade espiritual presente durante a correta celebração da Ceia. Cristo está presente espiritual e não fisicamente.
3. Por confundirem que o importante na Ceia são as palavras, o ato, e o momento da celebração da comunhão nada acrescentando, nem permanecendo nos elementos de modo que devem ser considerados como objetos de veneração.

Algumas recomendações pastorais sobre "as sobras da Ceia":

1. Não alimente o sentimento pelos elementos como se eles fossem o próprio Cristo! Não podemos cair no sutil erro da idolatria como o fazem os romanistas.
2. No manuseio dos elementos não os vulgarize. Este é o outro extremo, também praticado por ignorância. Não devemos brincar com aquilo que é sério. O símbolo [pão e vinho] mesmo quando não usado na Ceia não deve ser banalizado, se separado para este fim.
3. Não há nenhum problema em se comer as sobras do pão e beber do resto do cálice, porque após o término do culto, eles se limitam a ser apenas o que sempre foram, pão e vinho, porque após a celebração perderam o seu significado e eficácia espiritual como meio de graça.
4. Se os diáconos resolverem dar as sobras dos elementos para as crianças (o que acontece em alguns lugares), deve-se inevitavelmente, com clareza, ensiná-las que aquilo que elas estão comendo não é a Ceia do Senhor (nem permiti-las brincar de Santa Ceia), mas apenas as sobras do pão e do cálice. Isto deve ser feito, de modo que, seja evitado escândalos, uma concepção errada, e a confusão na mente dos infantes que ainda não possuem discernimento da seriedade da Ceia do Senhor.

A minha real preocupação com este artigo não é com as sobras dos elementos da Ceia, mas com o pressuposto teológico. A crença modela o comportamento. Então, não é apenas durante a Ceia que manifestamos a nossa convicção de fé, mas após o seu término quando vamos nos desfazer das sobras dos elementos. Infelizmente, um expressivo número de igrejas locais são absurdamente incoerentes quanto a este assunto! Mesmo aqueles que durante a Ceia confessam que ela é apenas um mero memorial (zwinglianos), ou, ainda outros que creem que embora sendo um símbolo representa o corpo e o sangue, a presença de Cristo é somente espiritual, e não física (calvinistas); entretanto, após a Ceia acabam por negar o seu credo com ranços do romanismo. Com isto, não somente negamos a nossa doutrina na prática, mas desonramos o ensino do nosso Senhor.

Extraído daqui: Jornalismo Gospel
(Grifos meus-RF)

Textos relacionados:









sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Lugar de culto




O vídeo do Edir Macedo mostrando como roubar dinheiro dos ‘fiéis’ já faz uns dez anos que foi divulgado largamente na mídia. Assim como também, nada de novo há nessas outras denúncias. 
E outras… E outras… E outras.
Outra verdade nua e crua, nada nova também: o mundo jaz no maligno! E TODAS as ‘igrejas’ estão no mundo. Ou seja: nenhuma denominação está livre.
LOCAIS, espaços físicos e denominações JAMAIS foram garantia de ‘mais erros ou menos erros’. Se aquelas têm seus vícios, outras têm suas características viciantes. Feliz de quem tem a consciência de que erro doutrinário de uma, não invalida erro doutrinário de outra.
Ademais, roubar dinheiro não é menos grave do que roubar a psiquê das pessoas, aprisionando-as e colocando-as num formato doutrinário estabelecido por homens. Até porque, pessoas que de alguma forma, estão sendo ludibriadas por estes ou aqueles, mas estando agindo com sinceridade e busca pela verdade, não estão no mesmo rol dos dirigentes que as conduzem. Deus tenha misericórdia destes tais!

Cl 2 nos aponta essa hipocrisia doutrinária onde crentes e seus líderes, se achando os ascetas de Cristo, caem na cilada dos ‘rudimentos do mundo’. Ensinam seu rebanho a se santificar utilizando-se do pseudomoralismo que só serve pra adoecer a alma. É quando o maligno faz morada produzindo disputas, julgamentos e espírito faccioso.
Vale lembrar que a frase ‘filosofia e vãs sutilezas’ naquele contexto refere-se aos que trapaceiam o Evangelho, roubando mentes e tornando-as cativas. Esse condicionamento velado que algumas doutrinas impõem, por trás de suas performances doutrinárias ‘santificadas’, está na contramão do Evangelho. Afinal, a nova vida e a força do crente vêm por estar em Cristo e não devido a observâncias exteriores. Menos ainda, em lugares.
Enfim…

Apontar o cisco no olho do outro de nada serve, se não tiramos PRIMEIRO a trave que está no nosso – Assim o disse Jesus. E Jesus o disse, SABENDO que não temos essa competência. Porque vivemos de aparência. Quem disser que não, está mentindo! Daí se dizer que ‘este mundo jaz no maligno’. Porque jaz na mentira. Nas meias verdades. Nas aparências. Na vaidade. No orgulho. Naquilo que é visto. No que é PARA FORA. No que é proibido/ permitido como imagem certinha e que, no entanto, não passa de sombra para Deus. Porque Ele vê o coração. 

E, não nos enganemos: é na ambiência do nosso coração que ‘cultuamos'. O único lugar que a Deus importa. 

O mais é paganismo ‘cristão’.


Texto correlato:

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

E isto não vem de vós...



Refletindo no que o HP postou sobre GRAÇA (aqui), e numa casualidade que pertence a Deus, eu lia um texto agora há pouco e achei por bem compartilhar um fragmento como leitura complementar simples e acessível sobre GRAÇA, não como algo que se almeja num futuro eterno, mas que se experimenta AQUI E AGORA.
‘A Graça atinge-nos quando avançamos através do vale obscuro duma vida absurda e vazia. Atinge-nos quando sentimos que a nossa separação é mais profunda do que nunca fora, porque violamos uma outra vida, uma vida que amávamos, uma vida de que nos alienamos. Atinge-nos quando o desgosto que sentimos por nós mesmos, a nossa indiferença, a nossa fraqueza, a nossa hostilidade e a nossa falta de direção e de serenidade se nos tornaram intoleráveis. Atinge-nos quando, ano após ano, não se alcança a tão anelada perfeição de nossa vida, quando os velhos hábitos nos escravizam ao longo de décadas, quando o desespero destrói toda a alegria e toda a coragem.
Algumas vezes sucede que, nesse momento, uma vaga luz rompe a escuridão da nossa noite, e é como se uma voz nos dissesse: ‘Foste aceito. Foste aceito por algo que é maior do que tu e cujo nome tu desconheces. Não te preocupes como saber-lhe o nome agora; talvez o descubras mais tarde. Não procures fazer coisa alguma agora, talvez mais tarde faças muito. Não busques nada; não realizes nada; não pretendas nada. Simplesmente aceita o fato de seres aceito!’.
Se tal nos acontece, passamos pela experiência da Graça. Depois dessa experiência, podemos não ser melhores do que antes, podemos não acreditar mais do que antes. Mas tudo é transformado. Nesse momento, a Graça conquista o pecado, e a reconciliação preenche o fosso aberto pela alienação
E nada se requer dessa experiência, nenhuma prévia adesão religiosa ou moral ou intelectual: requer-se apenas a aceitação.
À luz desta Graça percebemos o poder da graça nas nossas relações para com os outros e para conosco mesmos. Experimentamos a graça de sermos capazes de olhar francamente nos olhos os outros, a graça miraculosa da união da vida com a vida.
Conhecemos a graça de compreendermos as palavras dos outros, de nos compreendermos uns aos outros. Compreendemos não apenas o sentido literal das palavras, mas também o que se esconde por detrás delas quando são duras e irritadas. Porque mesmo então palpita o desejo de romper os muros do isolamento.
Experimentamos a graça de sermos capazes de aceitar a vida dos outros, mesmo que nos seja hostil e nociva, porque, pela Graça, sabemos que essa vida pertence ao mesmo fundo a que nós pertencemos e pelo qual fomos aceitos. 
Experimentamos a graça que é capaz de vencer a barreira trágica dos sexos, das gerações, das nações, das raças, e mesmo a mais completa separação entre o homem e a natureza. A Graça aparece, por vezes, em todas estas separações para nos reunir àqueles a quem pertencemos’.
[Robinson, John A. T. – Um Deus diferente – Moraes Editores, 1968, Portugal, páginas 120-123]
Grifos meus - RF.
Observação: não tive a oportunidade (ainda) de ler o livro, mas arrisco dizer que o mesmo (como sugere o título), certamente aponta essa percepção de Deus além da tradição cristã imposta. Percepção esta, tão bem traçada nessas poucas linhas que dizem respeito à Graça na nossa existência. No nosso Hoje!

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

Deus falando?!




“Certa vez estávamos congregados numa certa localidade , quando o irmão que atendia, mencionou alguma coisa, como que uma "indireta" para o meu esposo, pois este irmão o conhecia muito bem e sabia da nossa situação. Meu esposo saiu da igreja bastante abatido e chegou a comentar comigo: "Foi indireta para mim!". Bem, no dia seguinte fomos congregar em um outro lugar . Quando chegou na hora da Palavra o Senhor falou conosco face a face e no final disse: ‘Ai de quem usa esse púlpito para atacar, dar indireta. Eu vou cobrar destes que assim o fazem’. Sabemos que o Espírito de Deus "sopra" onde quer e Ele sopra no nosso meio sim ! Somos testemunhas disso. O que eu estou querendo passar é que "contemos para o nosso Pai Celestial através da oração tudo que nos aflige, nossos anseios, dúvidas, etc... E Ele nos responderá como um Pai amoroso que Ele é! Não tem nada que Ele não possa fazer , seja onde for”!
(Comentário feito AQUI).

Gostaria de refletir um pouco nas PALAVRAS DE JESUS sobre o fato de alguém estar usando Seu Santo Nome para profetizar, considerando que essa frase destacada acima, se encaixa perfeitamente na chamada falsa profecia que Jesus trata de forma contundente, dura! Consulto as próprias palavras de Jesus e não consigo vê-Lo dizendo palavras brandas ou que vai cobrar alguma coisa daquele que está usando Seu Santo Nome para oprimir os inocentes.

A estes, eu vejo Ele dizer mesmo é algo bem mais radical e definitivo, que seria mais ou menos assim 'na minha bíblia':

- EM MEU NOME? COMO ASSIM? EU NEM TE CONHEÇO! APARTA-TE DE MIM! NÃO TE RECONHEÇO COMO MEU REPRESENTANTE E NÃO SEI NEM MESMO QUEM ÉS!

É justamente por isso que eu tenho minhas dúvidas de que espírito se está falando nos púlpitos por aí... Aguço meu senso crítico nessas horas. E sabe o nome que dou a isso? DISCERNIMENTO. Pois, se o pregador anterior deu indireta para trazer aflição ao coração, agindo (E SENDO!) como lobos roubadores, conforme nos alerta JESUS (Mt.7.15) - me perdoem a sinceridade, mas o pregador posterior também não fala o que é verdadeiro. Segundo as próprias palavras de Jesus!

Sei que há os que se escandalizam com o que vou dizer, mas desde que comecei a frequentar certa denominação, ainda muito jovem e inexperiente, sem qualquer parâmetro para questionar - MAS estranhando muito o que tentavam me enfiar goela abaixo - uma das coisas que achei muito perigosa foi alguém falar como se o Espírito de Deus 'baixasse' nele. Quem pode falar na primeira pessoa dizendo-se Deus?! Ora, nenhum ser humano na face da terra! E perdão se isso mexe com uma das maiores convicções cecebeanas, mas é que justamente isso me soa como um dos seus maiores - se não o maior! - enganos doutrinários.

Não estou atacando ninguém nem tampouco qualquer instituição, mas dizer o que já vivenciei, o que já experimentei, o que penso e vejo por aí eu acredito que posso, não? E estou aproveitando a oportunidade do comentário (feito publicamente) da nossa amiga tão bem intencionada, mas convenhamos - bem equivocada acercada das palavras de Jesus. E quer saber? (E agora é que vem pedrada rss) Os mesmos crentes que criticam tanto o catolicismo com sua empáfia doutrinária exclusivista repetem os mesmos equívocos. Alguns crentes dizem ‘aqui é a Graça’, referindo-se à sua denominação religiosa. Esses mesmos que afirmam isso, mecanicamente, porque passaram a vida ouvindo outros dizerem (também mecanicamente e assim sucessivamente), não sabem nem mesmo o que significa GRAÇA. Do mesmo modo, alguns católicos afirmam, categoricamente, que a Santa Igreja Católica é a única representante de Deus aqui na Terra. Como se Deus precisasse de representante. Sim, pois se Deus necessita de representação anule-se a Nova Aliança! Enfim, sem querer me alongar, confesso que não vejo muita diferença entre (certos) crentes e (certos) católicos, em muitos aspectos e, principalmente, quando eles atribuem uma fala a uma pessoa, e que, no entanto, é exclusivamente de Jesus e já nos tendo sido reveladas.

Outro dia, conversando com uma pessoa conhecida, ela soltou a seguinte pérola: 'O papa disse que não é para a gente dar falso testemunho, nem acusar, nem fazer pré-julgamento acerca de uma pessoa, pois a mesma pode estar inocente'. Ora, com todo respeito pela figura do papa, por acaso é necessário que o papa venha ao Brasil e nos diga isso para que tenhamos essa consciência? Quem nos disse isso foi Jesus! O que disse o papa de diferente do que consta na bíblia como palavras do nosso Jesus?! Do mesmo modo age o crente, ao preferir ouvir a palavra vinda da boca de um falso profeta. Se bem que isso, apenas até o dia em que ele se sente atingido, lesado, ofendido. Aí num instante ele vai se consultar com outro representante de Deus... E isso é outra coisa muito estranha, pelo menos para mim. Sim, porque como são muitos os lugares específicos em que Deus está a postos para falar com seu rebanho, então todo dia se vai a um monte santo diferente pra testar se Deus disse mesmo o que disse.

É por isso que precisamos ter o cuidado em DISCERNIR de que espírito provém aquilo que está sendo transmitido. Seja onde for! Bora amadurecer. Não cabe mais ser ingênuo e afirmar de forma tola e leviana, que por ser em tal igreja, não há qualquer risco, qualquer margem de erro. Pois não são poucos aqueles que em suas pregações - assim como esse exemplo acima - 'não cogitam das coisas de Deus'. Como aconteceu com o próprio Pedro em diálogo confuso com Jesus. (Mt 16.23) Ele disse a Pedro: 'arreda, Satanás!' A quem? A Pedro! Seu discípulo, Seu apóstolo, Seu 'sucessor' (segundo os católicos). E Pedro não estava inocente. Veja que no mesmo capítulo, versículos antes, ele afirma Quem é Jesus. E Jesus acrescenta que havia sido O PAI quem lhe revelara isso (Mt 16:16.17). Tudo bem, sabemos que o sentido dessa passagem é bem mais amplo e que talvez nem caiba aqui. (E que, mesmo considerando a gravidade do que disse Pedro naquele momento, ele não estava nem mesmo se passando por Deus para profetizar sobre a vida de ninguém). Mas eu só destaquei essa parte, para dar enfoque na questão das palavras que saem da boca dos nossos 'dirigentes espirituais'; para que possamos refletir um pouco sobre nossos pregadores de púlpito; sobre o perigo de idolatrar o líder como se ele fosse incorruptível. E, principalmente, sobre o manejo correto da Palavra, meditando nela com cuidado e atenção e, acima de tudo, pedindo a Deus que nos dê sabedoria nesse meditar. Porque, até Pedro, a quem Jesus confiara para 'apascentar Suas ovelhas', levou puxões de orelha do próprio Jesus. E isso, sem nem mesmo mencionar aqui outros vacilos que Pedro deu mais à frente e que levou mais puxão de orelha, desta feita, de Paulo (que, por sua vez, também não era incorruptível). Imagine então quem está por aí a dizer-se enviado por Deus. E, pior! Falando como se fosse o próprio Deus. Com isso, sim, que não se brinca! Ora, se falar em Seu Nome já uma grande responsabilidade, imagine também afirmando que Deus está usando seu corpo, sua mente e sua voz para ‘se manifestar’.

Não quero ser a dona da verdade. Como sempre - e aqui eu tenho consciência dessa exposição - apenas estou pensando alto mais uma vez sobre um assunto que sempre me intrigou. E, como ouvi de um pregador ainda ontem, não estou instigando ninguém a sair de lugares. Cada um com fique onde bem entender. Só que pensar faz um bem enorme. Liberta que é uma beleza! Principalmente com a Boa Nova como parâmetro. Sempre.

E, apesar de tudo, como diz sabiamente a autora do comentário acima:

"...contemos para o nosso Pai Celestial através da oração tudo que nos aflige, nossos anseios, dúvidas, etc... E Ele nos responderá como um Pai amoroso que Ele é! Não tem nada que Ele não possa fazer , seja onde for”!

RF.

domingo, 11 de agosto de 2013

Almas arrependidas e formalismos humanos‏


Neste final de semana passado, viajei para atender a um culto numa localidade pequena, afastada a quase 4 horas de viagem da minha casa. Já estive lá várias vezes, tenho grande alegria de estar reunido com aqueles irmãos em Cristo.

Estivemos reunidos em 14 pessoas. Cantamos os hinos sozinhos, pois não havia músicos e mesmo, sendo a maioria dos presentes visitantes (não familiarizados com a melodia dos hinos), cantamos todos com muita alegria.

Senti muita alegria quando oramos a Deus juntos, vendo a alegria em buscar a Deus que aquele povo tem. A palavra de Deus foi lida em João 14, aonde numa das partes, o senhor Jesus relata: "Sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao pai senão por mim".

Pela graça de Deus o Evangelho de Cristo foi pregado. E quanta foi minha alegria de ver que uma alma se converteu!

Após o culto, um rapaz me veio dizer que queria ser batizado. Meu coração muito se alegrou com isso. Mal esperava que logo a tristeza me tomaria.

Liguei ao ancião responsável da nossa região. Expliquei a situação da necessidade de haver um batismo, pois a alma havia se arrependido. Do outro lado o irmão ancião disse: 

- "Fale para ele vir a tal cidade (2 horas de viagem) e faremos o batismo daqui três meses, porque para irmos aí fica muito dispendioso, pois as passagens são caras. Precisamos levar músicos etc., da última vez que estivemos aí ninguém batizou, enfim é melhor que ele vá até tal cidade que lá tem melhores condições em ser realizado o batismo. Se for necessário ajudamos na passagem dele também.”

Imediatamente lembrei-me do relato de Filipe e o Eunuco relatado em Atos. Felipe pregou o Evangelho da Graça ao Eunuco enquanto viajavam no carro de volta para a Etiópia. A dado momento o eunuco creu. Pararam o carro perto de um lugar que havia alguma água (não diz ao certo se era um rio, um lago, uma poça ou um braço de mar) e foi batizado.

Filipe não precisou de formalidades humanas para batizar aquele homem.

- Não foi necessário orar para confirmar se o batismo era da vontade de Deus, pois a Bíblia relata a ordem de Jesus: Ide, anunciai o evangelho a toda a criatura. Quem crer e for batizado será salvo.

- Não foi necessário músicos para acompanhar o serviço.

- Não foi necessário apóstolos serem informados a respeito, pois se Cristo nos fez Reis e Sacerdotes, porque tanta hierarquia?

Foi necessário ao eunuco apenas Crer e umas águas para Ser Batizado. Seguindo o que Cristo falou.

Quanto a nós, apenas a alma crer e querer ser batizada não basta. Precisamos orar pra sabermos se Deus confirma. Precisamos de um ancião ou daquele que quer ser batizado se deslocar. Precisamos de músicos, diácono para ajudar no serviço, hino tal e tal.

Não me surpreende que o diabo veja nesses tantos formalismos humanos uma grande possibilidade de trabalhar na mente daqueles que querem ser batizados, os fazendo desistir de se reconciliarem com Deus através de Cristo.

Se formos servos de Cristo faremos como Filipe. "O que te impede de ser batizado?" Caso contrário - com nossas tradições e formalidades - estamos apenas atrapalhando as almas de cumprirem o que Cristo ordenou.

Sem querer, estamos servindo ao diabo com nossos formalismos; e não, a Cristo.

Extraído DAQUI   <

(Grifos meus- RF)

LER TAMBÉM:




quinta-feira, 18 de julho de 2013

segunda-feira, 8 de julho de 2013

EQUILÍBRIO CRISTÃO



  1. Sobre ESTA postagem... Lá se vão as minhas considerações. ;)

    Amor e Misericórdia x Ira e Justiça
    Eu vejo assim: no amor e na misericórdia de Deus está incluída Sua justiça. Quanto á ‘ira’, uma explicação que considero mais acertada foi a que ouvi de um pregador: que estar fora da Graça já é experimentar a ira de Deus. O mais, é invenção religiosa que desenha o perfil tosco de um Deus sádico para trazer o ‘rebanho’ debaixo de seu controle. Na verdade, a liderança religiosa é que é tirana, sádica, controladora e cruel.

    Lei x Evangelho
    Eu não colocaria apenas um versículo isolado para entendermos sobre lei e graça, e sim, a carta completa aos gálatas. Nessa carta, Paulo enfatiza a justificação apenas pela fé a um povo recém-convertido que fazia enorme confusão com costumes antigos (Bem atual) querendo incluir circuncisão e retorno à Lei mosaica.

    Fé x Obras
    Inclusive é sempre oportuno esclarecer que Tiago não está em desacordo com Paulo quando diz que ‘a fé sem obras é inoperante’. Enquanto Paulo diz a um povo LEGALISTA que esforço pessoal sem fé é vão (Bem atual também) Tiago diz em outra ocasião, a outra comunidade, que a salvação pela fé não exclui boas obras. Essas boas obras são resultado NATURAL da fé, e não, requisitos desta.

    Esperança no Futuro x Ação no Presente
    Creio que, quem tem a mente de Cristo, vê com a Sua perspectiva. Por mais que sua natureza humana queira se interpor, esse olhar vai se sobressair, respondendo em atitudes, acima de tudo, éticas! Isso não é uma ‘viagem’, isso é algo real e relacionado com o HOJE. Se projetarmos isso para adiante, estaremos fazendo negociação, barganha. Eis o grande vício das igrejas! Uns barganham com dinheiro, outros com a psiquê. Ambas atitudes deploráveis e que nada têm a ver com Jesus.

    Intelecto x Sentimentos
    O Espírito Santo age em ambos: no intelecto e no emocional. Só não podemos é confundir acreditando que porque ‘eu senti’ então foi o Espírito Santo que me disse. O profeta já dizia que o coração é enganoso. O ser humano tem a tendência terrível ao que lhe é conveniente então se aproveita disso para manipular o emocional do outro, dizendo que sentiu de dizer isso e aquilo e assim vai inventando e expandindo uma doutrina recheada de superstição e misticismo de dar inveja a macumbeiro e esotérico. E o mais grave: em nome do Senhor Jesus.
  2. Machismo x feminismo
    Sobre isso tenho vários textos no meu blog, mas coloco um link apenas para apreciação: DEUS E A MULHER.
    Deus nunca disse para a mulher ser submissa ao homem. Aliás, Ele derrubou um dos maiores dogmas da religiosidade judaica quando ‘engravidou' uma quase menina comprometida com outro homem. A fé triunfando sobre o dogmatismo é incontestável e serve de exemplo para os machistas que querem controlar a Deus dentro de seus círculos religiosos. Algo que traria implicações sociais devastadoras nos aponta para Deus como foco (e não, Maria) que disse: que se cumpra em mim a tua palavra (Dogmatismo-A Bíblia da Mulher-SBB)

    Em termos de relacionamento gosto dessa frase:
    ‘A mulher foi criada para ser a perfeita contraparte do homem, não sendo inferior nem superior, mas equivalente e igual ao homem em sua pessoalidade, enquanto diferente e única em sua função’.

    Jesus, sempre justo e coerente - e, jamais, machista! - repreende Marta (ela sim, de cultura machista) quando esta reclama que Maria está aprendendo ‘teologia’ junto com outros homens em vez de ir para a cozinha ajudar-lhe. Se Jesus fosse machista e separasse os homens das mulheres (como querem algumas denominações imitando o Judaísmo) ele diria “É, Maria, sua irmã tem razão, vá pra cozinha que é o lugar de mulher”. No entanto, Ele disse: “Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada”.

    O que Paulo diz à comunidade de Éfeso tem um detalhe importantíssimo que as pessoas não se ligam: ASSIM COMO. (Ef. 5:22.26) Tem que haver a mente de Cristo na jogada. E, não, submissão cega aos interesses pessoais e egoístas do esposo. A mulher JAMAIS é pra ser dependente, caladinha, silenciosa, sem senso crítico, sem capacidade de tomar decisões. Muito pelo contrário! Ao observarmos atentamente a 'esposa virtuosa' de Provérbios 31 descobrimos que se trata de um perfil muito atual e que tem todos os elementos que agradam a Deus: Razoável independência (v16), Confiabilidade (v11), Capacidade de assumir responsabilidade (v13), Bom gosto (v22) e determinação para ser digna de honra e elogios (v 28 a 31)

    Santidade x amor x ortodoxia.
    Por fim, eu diria que tudo isso acima se resumiria em santidade e amor. Santidade não é falsa piedade nem performance, nem obediência a cartilha religiosa. Santidade é vida cristã coerente e sem hipocrisia. E a ortodoxia é que é o risco, porque as crenças tendem a se empedrar e se sobrepõem à flexibilidade que a própria existência pede. A lei de Cristo é o amor. Quando se coloca o amor acima de leis estabelecidas por crenças, tem-se o equilíbrio desejado. Não o amor conveniente, mas o amor que quebra regras em nome do bom senso. Jesus nos dá inúmeros exemplos práticos disso em seus dias missionários aqui na Terra. Eis o equilíbrio...


    Porque Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação.
    (2T. 1.7)

domingo, 7 de julho de 2013

Ao Cristo Crucificado

Embora o título seja 'bem católico',
Jesus já passou por todas as etapas: nasceu numa manjedoura,
já foi 'Jesus menino', se fez homem, morreu, foi crucificado, ressuscitou e subiu aos céus.
E HOJE vive para sempre em nossos corações.





Não me move, meu Deus, para querer-Te

O céu que me hás um dia prometido

E nem me move o inferno tão temido

Para deixar, por isso, de ofender-Te.



Tu me moves, Senhor, move-me o ver-Te

Cravado nessa cruz e escarnecido.

Move-me no teu corpo tão ferido

Ver o suor de agonia que ele verte.



Moves-me ao teu amor de tal maneira,

Que a não haver o céu ainda te amara

E a não haver o inferno te temera.



Nada me tens que dar porque te queira;

Que se o que ouso esperar não esperara,

O mesmo que te quero te quisera."


Tereza d`Avila (Tradução.: Manoel Bandeira)


A autora (chamada de santa pela ICAR), diz poeticamente de seu amor incondicional. 

Ou seja, não precisa que Deus lhe prometa nada, para que ela lhe entregue sua vida, sua total dependência e adoração.

Não existe barganha, não existe medo, não existe religião, não existe dogma, não existe opressão nem pressão, enfim, absolutamente NADA que a impeça ou a impulsione a esse amor.



No amor não existe medo; 
antes, o perfeito amor lança fora o medo. 
Ora, o medo produz tormento; 
logo, aquele que teme não é aperfeiçoado no amor. 
(1Jo 4.18) 

segunda-feira, 24 de junho de 2013

A minha igreja é a mais antiga...





Denominações são fantasias. São tentativas de enfocar um aspecto particular do Evangelho, de modo a se criar uma fantasia, um mundo "correto", "ortodoxo", no qual os membros possam experimentar um descolamento do "mundo" com as aprovações do grupo social que as rodeia. Cada uma proclama "não ser como a outra", tal qual o fariseu que orava com o publicano. 


O "mundo" do qual pretendem se descolar é, na maioria das vezes, criação das hipocrisias e das mentes de cada um. De fato, o "século" ou seja: o modus vivendi e operandis, o ethos criado por pessoas, as sociedades e os construtos sociais, reúne idéias procendentes de todas as partes. Estas idéias tem consequências, geram universos alternativos moralistas, legalistas, ou permissivos, supostamente liberais, mas que em sua essência não alteram a realidade, no máximo promovem fuga e a distorcem.



Feliz é quem consegue ver o todo; quem consegue perceber que precisamos da verdade - uma descrição correta da realidade- não apenas da doutrina hipertrofiada de cada denominação, nem fantasia gospel com pitadas de judaísmo evangélico.



De forma estranha, a verdade tem encontrado seguidores mesmo dentro de denominações! Em humildade participamos e comungamos de denominações que nos parecem direcionar à verdade. Nenhuma denominação é perfeita. Nenhuma é totalmente correta. Todas elas passarão pelo teste da realidade, todas serão provadas, pois da realidade não se escapa! 



O que é a realidade absoluta? 
Qual a natureza da realidade ao nosso redor?
O que é o ser humano?
O que acontece com uma pessoa após a morte?
Como é possível saber que sei de alguma coisa?
Como saber o que é certo e o que é errado?
Qual o significado da história humana?



Cada denominação tentará responder estas perguntas de sua própria forma. A verdade e a realidade serão a medida entre a fantasia de cada resposta ou sua veracidade. Diante das respostas e da comparação, serão reveladas as loucuras, as paranóias, as esquizofrenias, os facismos, as limpezas étnicas de cada uma delas. 



Jesus é simples, é caminho verdade e vida. 



Em conversa com Edith Schaeffer, ela me contou que um dia uma jovem se aproximou de seu marido, o Francis, e lhe disse:



- Olha aqui, a realidade é o que eu acho. Sou budista e você é apenas uma projeção da minha mente. 
Nesse momento Francis Schaeffer tomou uma garrafa de cafe aberta e fez um movimento como se fosse derramar na cabeça da aluna. Ela reagiu:



-Está louco! Quer me queimar??? Ao que ele respondeu:
-De forma alguma! Sou apenas uma projeção da sua mente, isto não vai doer nada.



Enquanto isso há denominações ensinando as pessoas que ninguém vai sofrer, todo mundo vai ser rico, vai morar em Barreiros ou em Dallas pra combater a potestade do demonio boiadeiro. Outros dizem que Deus é chato, não gosta de danças nem palmas. Outras sao tão simbólicas que melhor seria todo mundo virar um ícone. Outras medem tudo, corte de cabelo, fé, conta bancária. Algumas são oficinas de autoajuda com pregações psicologizadas, discursos de neurolinguística e sugestão de massa. Outras honram mais suas próprias leis do que a verdade. 



E quando vier o filho do homem?
É preciso escolher bem. Cristo nos chamou para a liberdade. 





terça-feira, 18 de junho de 2013

Somos todos soldados, armados ou não.

Somos todos iguais, braços dados ou não.

Acordei hoje com 06 inbox da turma me perguntando sobre os protestos; até se era pecado sair às ruas saiu. Lá vai:

- Feliz do povo que pode ir às ruas e se manifestar! Isso é democracia.
Não tem nada que esperar as eleições de amanhã para mudar.


O hoje é o hoje, e hoje a rua é uma urna!

- Lugar da igreja é na rua!
Papel de igreja séria é ser meio de graça, sal e luz, não alienar e extorquir o povo.

- Esse protesto deve ser ensurdecedor e impactante, mas pacífico, cívico, sábio e digno. Já cantava o poeta: “Paz sem voz não é paz, é medo”.

- Mas moçada, não se enganem, se tiver um muro pichado, um orelhão quebrado é nosso $ que vai pagar o prejuízo; fazer isso será desnecessário, uma estupidez.

- O manifesto deve ser contra o sistema, não contra partido ou político.

Em 90 d.C. o apóstolo João já dizia que o sistema é maligno e sujo.
Em 1978 Chico e Milton tratavam o sistema como uma porca, cantando que “de tão gorda, a porca já não anda”.

Vale lembrar que o sistema corrupto dos governos é o mesmo que habita o nosso coração nada perfeito.

Que a vontade de ir às ruas seja também a coragem de rasgarmos o peito e mudarmos de vida e comportamento.

Tolstói já dizia: "Todos querem mudar o mundo, mas ninguém quer mudar a si mesmo”.

- E por fim. Espero que ninguém queira ser herói desse momento.
Que não passe pela nossa cabeça pleitear sermos heróis de nada.

Sejamos somente povo!



Assino embaixo porque me identifico com cada linha! Tipo de texto que URGE ser compartilhado nos 'átrios crentais', pra derrubar crentices e levantar a consciência cidadã! RF.