José Gomes Farias (meu pai, de branco) ladeado pelo
governador do distrito
e do presidente do Rotary
Internacional - Regina Farias.
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Nos anos mais antigos do passado, tempo de minha infância, não havia Dia dos Pais. A data só seria festejada mais tarde, para corresponder ao Dia das Mães, que sempre existiu de uma forma ou de outra. Não havia um Dia dos Pais, mas todos os dias eram dele.
Sozinho, ele enchia a casa. Quando saía para trabalhar, tudo parecia vazio, pior, tudo parecia abandonado. Se entrasse um ladrão, se nos dias de tempestade caísse um raio no telhado, se tudo pegasse fogo - que seria de nós sem ele?
Mas ele voltava todos os dias, trazia sempre uma novidade, um doce, um pão especial que comprara na cidade. E mesmo que nada trouxesse, quando chegava, a casa se enchia com a presença dele, a voz, o cheiro dele.
Acendia todas as luzes, deixava a gente ficar acordado até tarde, pois queria plateia, que nós víssemos como ele era grande e majestoso quando fazia qualquer coisa, e mesmo quando nada fazia, ficando na rede, olhando o teto e buscando as notícias num rádio de ondas curtas e médias. Durante a Segunda Guerra, fazia questão de ouvir todas as noites o Big Ben, o sino que a BBC transmitia para o mundo, mostrando que Londres resistia.
O pai também era um mundo. O mundo parecia que obedecia a ele. Eu o considerava a coisa mais poderosa do Universo. Quando alguém me provocava ou me aborrecia, eu reagia e ameaçava: "Vou contar para o meu pai!". Sem ele, ando por aí meio desorientado, se me acontece alguma coisa, nem tenho o consolo de contar para o meu pai.
Poderia ter sido eu, mas quem escreveu foi o CARLOS HEITOR CONY
Com algumas pequenas diferenças como a de que, na minha infância, eu comemorei o Dia dos Pais- RF
Com algumas pequenas diferenças como a de que, na minha infância, eu comemorei o Dia dos Pais- RF
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