"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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sábado, 17 de dezembro de 2011

Prudente como a cobra...




O ensino de Jesus parece sempre estar cheio de paradoxos.
Ele chama à mansidão e louva a quem tem sede de justiça; avisa acerca da ansiedade, enquanto convoca a que se vigie; manda que se ore sem cessar, descansando Nele; é manso e humilde de coração, ao mesmo tempo em que não veio trazer paz, mas sim espada.
Concede uma paz que o mundo não conhece - e faz isso em meio a aflições - exortando a que nosso coração não se turbe jamais, mesmo quando dias horríveis cheguem sobre a Terra, os quais, inevitavelmente chegarão.
Ele manda descansar por completo, ao mesmo tempo em que manda vê-Lo em todas as carências desta vida. Manda que se deixe tudo por amor a Ele, enquanto condena quem abandona o seu próximo. Perdoa a quem deve tudo, e é rigoroso com quem é medroso.

Aceita a maquiagem das meretrizes, mas é implacável com a máscara dos fariseus. Chama a Si mesmo de Semeador, mas não hesita em secar uma figueira. Diz que não veio trazer paz, mas manda em que cada lugar que se chegue, ali se diga: Paz seja neste lugar!
Mais um aparente paradoxo: pombas e serpentes!
Ele manda ser simples como pombas e prudentes como serpentes. E diz isto num contexto de envio de discípulos para a existência.

Pombas e serpentes! Que estranho híbrido existencial!

Ser e ter sabedoria de pomba e sabedoria de serpente é algo como poder voar e descer sem provocar nada em ninguém, capaz de convívio social, andando com simplicidade entre os homens; ao mesmo tempo em que se sabe que o perigo tem muitas faces. E que o diabo se veste de anjo de luz.  E que toda simplicidade tem que ser apenas o escudo da prudência, pois, se serpentes pudessem ser vistas como pombas, certamente prefeririam.
E isto não deve ser algo armado, pensado, cogitado, premeditado, e deliberado. Jesus ensina que é para Ser assim. Ele diz 'Sede, pois'; transformando tal imagem num mandamento existencial.

Essa sensação de paradoxo que nos vem do ensino de Jesus, tem somente a ver com nossa incapacidade de simplesmente crer. Ou seja: quando se crê, então, o paradoxo faz a sua síntese, pois, sem fé, nada faz síntese neste mundo.

 (Caio Fábio)
Negritos e grifos meus - RF

Texto relacionado ----> BOM, bonzinho NUNCA!

2 comentários:

HP disse...

Te juro que pensei ser texto teu.

Levei um susto ao ver que foi o CF que escreveu.

Lindo. E profundo.
Precisa-se ler e reler...

Abs!

Regina Farias disse...

Rss
Mas vc bem sabe que eu me identifico demais com tudo que ele diz. De repente, até parece que sou filhotinha rss mas fazer o quê, se seguimos a mesma LINHA? Como ele mesmo diz (em outras palavras), referindo-se às palavras de Paulo: 'curto' ele, porque Ele 'curte' o Pai do jeitinho que é pra 'curtir'.
Você bem me entende, né? Afinal, vc também entende (e vive) dessa 'curtida'...

E precisa-se mesmo ler e reler. É o que faço...

Abs!