Como é bom conviver com gente, de carne e osso, portadoras de idiossincrasias avassaladoras, polaridades, alterações de humor, talentos deslumbrantes e defeitos horrorosos.
Neste momento da minha vida faço economia emocional para suportar a ideia de seres ideais, principalmente os que se postam como interlocutores entre o terreno e o sagrado e que se arvoram como projetos sem defeito.
Hoje tenho aprendido com tudo que é simples, meus filhos me ensinam, pessoas sem grandes pretensões intelectuais mas que sabem viver e vêem a vida com bons olhos, são o alvo do meu fascínio.
Diante das possibilidades que a vida apresenta, saber escolher um amigo pode ser o fator preponderante para se estar bem acompanhado ou apenas cercado de pessoas.
Existe uma máxima que diz que "nas dificuldades é que se conhece um amigo", este pensamento virou lugar comum, acredito que até tenha perdido seu peso, porque se torna uma generalidade na boca de quem só se presta a ser solidário em tragédias, doenças e no momento do desespero existencial alheio. Existe o egocentrismo solidário, um tipo de "doença" do super-sensacional-amigo. Percebe-se sua atuação quando aquele que estava em desespero consegue se reerguer e o até então solidário se afasta, já que suas ações não serão mais trombeteadas aos quatro cantos.
Claro que nem todo amigo da hora da angústia é um ser vaidoso e interessado no próprio umbigo, mas corremos o risco de ser alvo deste mecanismo ou sermos protagonistas deste teatro.
Proponho então uma relativização da tal máxima, e ficaria assim:
“É nas alegrias que nós conhecemos os verdadeiros amigos também”
Como é bom ter amigo gente, que é capaz de "chorar como os que choram", na mesma proporção que é capaz de"se alegrar com quem se alegra". Gente que está presente no momento da tormenta brava, mas quando o sol aparece e o mar começa se acalmar, está do teu lado para comemorar. Amigo verdadeiro é gente. Amizade de verdade é compartilhamento de alegrias e conquistas, há sintonia de alma. Cada um é plenamente capaz de decidir quem que ser e qual pessoa continuará chamando de amigo. Decidir rever critérios não é uma tarefa fácil, requer coragem, mas nos dá a possibilidade interessante de sermos mais verdadeiros nesta escolha.
Eu decidi que gosto de gente, porque eu me vejo e me encontro.
Adriana Chalela Curdoglo
Afanado DAQUI
2 comentários:
Conheço esta Adriana!
Vocês duas já moram aqui do lado esquerdo do peito tá?
Beijos
JC
Vcs são generosos demais, fico espantada.
bjs
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