O dia mal amanhecia quando eu acordei de repente com uma frase bem nítida na mente:
- Fazer o bem sem olhar a quem.
Sabe quando você acorda como se alguém falasse com você em alto e bom som?!
Então...
Foi exatamente assim que se iniciou esse meu domingo! Com uma frase nada nova e que eu cresci ouvindo em casa, na escola, enfim, na comunidade católica em que nasci e vivi durante muitos anos da minha vida. E, ainda ali na cama, refletindo e colocando no Altar do Senhor todas as minhas imperfeições, me passou um filme de tudo que se refere a essa frase tão singular e tão determinante, fazendo-me perceber claramente o quanto essa máxima pode ser simplesmente libertária e extremamente saudável para se desenvolver uma atitude ética na vida, posto que assim ninguém fica de rabo preso, por ser algo incondicional, sem amarras, onde você simplesmente se propõe a ajudar e não tem que cobrar nada porque sabe que ajudou porque precisou ajudar!
Mas o homem é vaidoso, gosta de tirar partido, de manipular, de ser o cara, de se dar bem... Portador histórico da Síndrome do Pódio, sofre na ânsia pelo reconhecimento, aplausos, títulos e agradecimentos. E quando este é religioso, então é que a coisa pega pra valer! Esse religioso que vivendo dentro da igreja em suas limitações convenientes de ajuda, jamais vai entender acerca do viajante, do homem caído, do salteador, do sacerdote e do levita que caminhavam pela mesma estrada, MAS cada um de um jeito. Esse mesmo religioso se recusa a entender que a ATITUDE de cada um daqueles caminhantes faz uma denúncia GRITANTE acerca do tipo de “adoração” de cada um. Pois, analogamente, existem as mais diversas mentalidades que fingem cultuar o mesmo deus, até dentro de uma mesma igreja, um mesmo “pensar” doutrinário e um mesmo agrupamento religioso.
Impressiona-me ver essa mentalidade religiosa acomodada, preguiçosa, egoísta, esse estranho perfil religioso do adorador de templo com o coração derramado (?) enquanto aqui fora mostra-se empedrado, paralisado pelo egoísmo, pelo orgulho e pela acomodação. Religiosos que ali vão com o coração cheio de mágoa, inveja, ressentimento, mentira, falsidade, enganando ao outro e a si próprio de que ali, naquele lugar, naquele espaço físico, tem algo mágico e misterioso que vai lhe tocar como um pirlimpimpim em divino benefício particular e trazê-lo de volta ao cotidiano igualmente falso, para no “culto” seguinte acontecer o mesmo ritual e assim por diante. Vivenciando lá dentro um culto que o AFASTA cada vez mais do culto verdadeiro aqui fora, sempre com o cuidado de passar beeeem “de largo” de certos necessitados para não correr o risco de perder a pureza cerimonial que adquiriu lá dentro daquele espaço físico, no qual cânticos celestiais invadem a atmosfera do templo onde Deus falou ao coração coisas lindas que Ele tinha pra contar somente lá dentro.
Impressiona-me ver essa mentalidade religiosa acomodada, preguiçosa, egoísta, esse estranho perfil religioso do adorador de templo com o coração derramado (?) enquanto aqui fora mostra-se empedrado, paralisado pelo egoísmo, pelo orgulho e pela acomodação. Religiosos que ali vão com o coração cheio de mágoa, inveja, ressentimento, mentira, falsidade, enganando ao outro e a si próprio de que ali, naquele lugar, naquele espaço físico, tem algo mágico e misterioso que vai lhe tocar como um pirlimpimpim em divino benefício particular e trazê-lo de volta ao cotidiano igualmente falso, para no “culto” seguinte acontecer o mesmo ritual e assim por diante. Vivenciando lá dentro um culto que o AFASTA cada vez mais do culto verdadeiro aqui fora, sempre com o cuidado de passar beeeem “de largo” de certos necessitados para não correr o risco de perder a pureza cerimonial que adquiriu lá dentro daquele espaço físico, no qual cânticos celestiais invadem a atmosfera do templo onde Deus falou ao coração coisas lindas que Ele tinha pra contar somente lá dentro.
Cada vez mais me entristece essa capacidade que o ser humano tem de se amoldar a cartilhas pré-estabelecidas, por saber que - por outro lado - esse mesmo ser humano tem a capacidade de ser gente na sua mais perfeita concepção, de ser capaz de pensar, raciocinar, ler, estudar, pesquisar, ouvir, discernir... No entanto, esse falso herói da resistência nata é levado “inocentemente” a se acomodar e/ou PREFERIR se grudar em uma crença que a doutrina pronta impõe de maneira gradativa e assustadoramente sutil e manipuladora por meio de um sinistro pacote doutrinário funcionando como uma muleta velha que insiste em “amparar” de forma tosca quem acredita no visível e no palpável. Ironicamente essa prática religiosa AFASTA o homem dos propósitos de Deus, embotando-lhe os sentidos e levando-o a cultos estranhos que em ABSOLUTAMENTE NADA têm a ver com a verdadeira adoração pois esse embaçamento o impede de enxergar a mais simples e desconcertante das descobertas: que a verdadeira adoração não tem lugar enquanto espaço físico e cujo ingrediente é simplesmente o AMOR; e que TUDO o mais é ritualismo que nada diz do CULTO VERDADEIRO.
E assim se segue na estradinha estreita espiritualmente, se repetindo na medida em que se engessa e se engessando na medida em que se repete, sem nunca permitir cair a ficha mais clara de toda essa viagem: que Deus não tem nenhum altar de culto fora do AMOR ao próximo; que não se tem que olhar, analisar, rotular, aquele que precisa de ajuda. É só ajudar. E ponto! Para isso há de se desprender dos ensinamentos igrejistas e usar de misericórdia para com o próximo, amando-o como a si mesmo. Sem questionamentos, sem racionalizações, sem explicações, sem cobranças, sem negociações, entendendo que o culto é a própria vida e que assim se herda a vida eterna! Conforme disse JESUS! (Lucas 10.25)
RF.
E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos,
aplicando-lhes óleo e vinho;
e, colocando-o sobre o seu próprio animal,
levou-o para uma hospedaria e tratou dele.
(Lucas 10.34)
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