“Não é bom que o homem esteja só, far-lhe-ei uma auxiliadora que lhe seja idônea”.
Assim inicia a Bíblia, citando Deus, numa das afirmações mais antigas sobre a demanda mais essencial da alma humana: o amor e o encontro. O fascinante dessa declaração divina é o contexto no qual ela aconteceu. A criação estava novinha em folha. O homem vivia num paraíso. Ouvia a voz de Deus todos os dias ao por do sol e se comunicava com as demais criaturas em plena harmonia. Alem disso o homem ainda usava os 100% de sua mente e não apenas os cerca de 8% que hoje utilizamos. Dessa forma ele possuía capacidade telepática e uma espécie de intuição-instintual e um instinto-intuitivo, que lhe garantiam sintonia fina com todas as dimensões da vida.
Ora, o homem falava com o Criador e com todas as criaturas MAS ainda assim se sentia estar só. Que ironia! Tinha tudo, mas faltava-lhe uma mulher. A mulher não é tudo mas nada é tudo sem uma mulher!
Aqui, neste ponto, aprendemos que há coisas que o ser humano só encontra no Criador (seus significados essenciais), outras que ele só encontra na criação ( seus significados históricos) e, por ultimo, outras que ele só consegue depreender de seus vínculos com os iguais-diferentes, onde a alma se gemina e a boca grita: “Esta sou eu”. - entre gratidão, perplexidade, êxtase e ardente desejo de sentir o gosto de sua própria carne, na mulher ou esta no homem. Comer nossa carne no outro é a prova de nosso mais primitivo e sadio canibalismo: “É carne de minha carne e osso de meus ossos”.
Assim é que a opção por ficar só, deve ser apenas o fruto de uma deCISÃO confortável por parte de que quem assim escolhe. Mas não deve ser jamais pré-requisito para qualquer coisa na vida, incluindo-se, sobretudo, a vida religiosa ou sacerdotal. Até porque a verdadeira experiência do prazer sexual é divina e sagrada e sua linguagem é cultica, tipo: “Estou arrebatado, minha deusa, você é divina, estou em transe, êxtase.”
Para o apóstolo Paulo – ele mesmo, aparentemente, um celibatário, o casamento do pastor era assim visto: “O Bispo deve ser marido de uma só mulher - e deve criar os filhos sob disciplina - pois se alguém não sabe como governa a sua própria casa, como governará a igreja de Deus?”. A lógica da declaração é tão esmagadora que dispensa maiores explicações.
Sobre o celibato penso que deveria ser apenas uma questão de opção. No caso da manutenção das leis de celibato terem implicações de natureza econômica sérias para a Igreja Católica – como é obvio que têm – o que se deveria fazer era deixar que os padres e freiras decidissem como desejariam viver e, no caso de fazerem opção pelo vínculo conjugal, dar a eles a incumbência de se auto-sustentarem. Dessa forma, quem tem vocação para o celibato, dependeria da igreja ( também se assim o quisessem); e os que desejam ser sacerdotes mas entendem as limitações financeiras da Igreja Católica Romana quanto a os manterem em seus ofícios, ainda assim poderiam dedicar-se ao sacro-ofício, ao invés de terem de viver no sacrifício.
Afinal, todas podem ser as razões para que se imponha o celibato, mas o único lugar onde elas não devem ser buscadas, entretanto, é na Bíblia.
Lá, com certeza, elas não estão.
(Negritos e itálicos meus -RF).
2 comentários:
Regina tenho lá agora no meu blog um lindo poema épica de amor entre Adão e Eva, que diz de forma narrativa poética o que esta escrito nesse texto do Caio.
Caso você tenha lido o comentários que eu fiz lá no blog em resposta a você assinado com meu verdadeiro nome Esdras Gregório, não quero que fique ofendida, pois tudo lá é escrito ( apesar de ser parte da convicção do meu conhecimento filosófico), não com a intenção de ofender de maneira nenhuma, mas apenas provocar e brincar.
Me desculpe
Abraços.
Oi, Gres!
Eu li, sim! Mas nem me arrisco a comentar he he he
Tu és muito profundo e complexo pra meu entendimento tão acanhado. Aff!!
E não me ofende exatamente rss Afinal eu já completei 15 anos (faz um tempinho, é verdade rss) portanto não posso me dar a certos melindres...
Digamos apenas que me surpreende um pouco, principalmente quando a coisa parte para o lado pessoal.
Mas por outro lado, eu gosto das coisas instigantes; não gosto de nada prontinho, acabado, embalado pronto para o consumo.
Sou bem humorada - palhaça na intimidade - gosto de provocação e detesto a inércia.
Como diz o jargão, água parada cria lodo rss
Daí, vez por outra tô por lá dando uma espiada.
E você dizer "me desculpe" me desmonta, pois sou uma manteiga derretida no quesito GENTE :)
Beijos,
R.
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