"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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segunda-feira, 11 de abril de 2011

Pequeno desabafo sobre grandes fraquezas



A vida cristã é uma caminhada longa, permeada de espinhos, uma trilha quase inacessível. Por vezes nos alegramos ao imaginar que a trilhamos bem, outras vezes, sequer acreditamos que ainda permanecemos nela, mais parecendo que pegamos o "atalho" que nos leva à via larga e bem pavimentada.

É doloroso, pelo menos comigo, observar que ainda estou a cometer velhos erros quase relegados ao esquecimento, conquanto pensasse que já havia ultrapassado essa "fase". Por quê? Por que ainda os cometo se tenho Cristo na minha vida e sinto-o constantemente a "acordar" a minha consciência outrora entorpecida?

E então me dou conta que a velha natureza está aqui latente, bastando um pequeno "cochilo" para que ela volte com a sua antiga sanha. Sinto claramente a batalha travada constantemente com esse "eu" teimoso, essa carne maldita, contaminada pelo pecado. Os erros de outrora aflloram, o "espinho" começa a latejar na carne, a fúria e a ira vencendo o equilíbrio e a temperança... E então penso, logo após a descarga, o rompimento do dique de emoções que escoam (e ecoam) pela boca em duras palavras: miserável homem sou!

Não é preciso que me digam nada nem que seja confrontado com o pecado, passada a fúria, pois eu mesmo me encarrego de esbofetear-me, rugindo intimamente contra a intemperança. E não há tapa que doa mais do que aquele que damos em nós mesmos.

O pior de tudo é sentir que se retrocedeu na vida cristã, um sentimento de retorno à estaca zero que nos faz duvidar do caminho que antes seguíamos: - por onde sigo, é esta mesmo a estrada ou me embrenhei por estrada errada?

Por que não resisto ao latejar da ira se sei previamente que o resultado será amargo?

Por que sentimentos sepultados, condutas dessarraigadas teimam em brotar dando ensejo ao antigo homem?

Novamente me dou conta que sou nada! Vejo claramente que o controle que pensava ter cai por terra diante da mínima provocação, quando abandono a dependência necessária, quando imagino que sou autossuficiente, esquecendo-me de recorrer à bondade e misericórdia do Criador. Nesses momentos, passada a tempestade - como agora - eu me envergonho profundamente de me declarar cristão. Aliás, quase chego mesmo a duvidar disso...

Quando busco o bem por minhas próprias capacidades, quando tento caminhar sozinho, tropeço, retornando à certeza de que a minha justiça não passa de trapo de imundície. E torno a me enxergar pequeno e miserável, e a imagem que vejo refletida no espelho da minha mente é feia , quase horripilante. Sou nada! Parece que todo o caminho longamente percorrido não passa de alguns insignificantes metros. Em alguns momentos, sinto como se tivesse andado em círculos, voltando ao ponto inicial...

O bem que quero não faço, mas o mal que não quero...

Há pouco li num blog de um amigo que é muito fácil debater aqui neste mundo virtual, pois, ainda que os ânimos se exaltem, há uma linha imaginária demarcada, que as pessoas não querem e sabem que não devem ultrapassar, salvo raras excecões. Na vida cotidiana é que o "fruto" será percebido ou não. É lá que os espinhos serão mais certeiros. E a resistência duramente conseguida pode ser, em um momento, destruída. Cedem os diques, prorrompem as águas a levar consigo tudo o que vem pela frente. E basta um único momento assim para nos trazer desânimo e incertezas

Passada a tormenta, ainda que desesperados, desanimados, desvanecidos, faz-se necessária a reconstrução.

Nesses momentos, o melhor é lembrar novamente dos conselhos do apóstolo: quando sou fraco é que sou forte, pois é na fraqueza que sou aperfeiçoado - ainda que duvidemos disso.

Quando a minha segurança está alicerçada nas minhas próprias forças, mesmo que inadvertida ou involuntariamente, Deus me faz lembrar que fora dEle tudo é efêmero, fugaz, etéreo. Eis que me volto para Ele pedindo misericórdia: tenha misericórdia de mim SENHOR!



(Grifos meus-RF)


9 comentários:

René disse...

Rê,

Que maravilha!!! Esse texto do Ricardo é o tipo de texto que todos nós, cristãos, deveríamos ter escrito!!! É a pura verdade sobre determinados momentos de nossa vida!!!

Graças a Deus que, apesar de não o escrevermos, ele foi divulgado pelo Ricardo e por você, pra gente saber que as dificuldades e tristezas que enfrentamos, estão acontecendo com outros irmãos, pelo mundo afora! Aliás, acho que já vi isto na Palavra... rsssss

Abração e obrigado, querida amiga! Paz!

Regina Farias disse...

Exatamente, René!

Reproduzi aqui porque à medida que lia, me sentia como se o tivesse escrito...

O&A :)

Rê.

Wendel Bernardes disse...

E é uma realidade Regina... à medida que lemos nos identificamos mais e nos aprofundamos mais em quem somos nessa coletividade cristã!

Não parece que fui eu quem escreveu, mas é o que estou vivendo, claro, com a particularidade que me é peculiar!

Beijo amiga!

Casal 20 disse...

Regina, eu acho uma graça essas "coincidências". Acabei de vir da sala de entrevistas da Rô e lembrei de você. E qual não é minha surpresa ao ver o entrevistado por aqui!

Bem, dizia que lembrei de você, porque a sala de entrevista com o Wendel é prova cabal daquela sua tese, que um dia desses você andou escrevendo por aqui: todo mundo gosta de dar uma espiadinha... É só conferir o número de comentários lá (inclusive meus!) rsrsrsrs

Abraços sempre afetuosos.

orvalho do ceu disse...

Olá, querida
Tempo propício para fazer um exame de cosnciência e procurarmos nos tornar configurados com Cristo...
Bjs de paz e excelente semana com alegria.

Conexão da Graça disse...

Rê, essas fraquezas são pedagógicas.Nos ensinam que somos pó,seres viciados em cetezas e doentes de alma acometidos da síndrome de poder.É por essa razão que elas são importantes nas nossas vidas, para que estejamos bem sensíveis para escutar a DOCE VOZ dizendo "A MINHA GRAÇA TE BASTA!".Eu diria: "ABENÇOADAS FRAQUEZAS", que nos fazem confiar somente na GRAÇA, nos despindo de toda arrogância e prepotência espiritual adquiridas através da "MÉRITO-LATRIA".Um ABRAÇÃO querida, Franklin.

Regina Farias disse...

W.

Cada vez mais eu percebo claramente Quem está no controle dessa coletividade e que não há mera casualidade aqui no mundo virtual.

O acaso é de Deus...

bjs

R.


Fábio,

Como falei acima, nada acontece por acaso...

E ler o que diz o Wendel, vai beeeem além de dar uma espiadinha, bora combinar :) Afinal, o que nos convoca a pensar, refletir, sair da mesmice, se traduz em necessidade. Ou não, né? Afinal, é uma escolha. As ferramentas estão à mão, mas como apanhá-las se insistimos em não enxergá-las?

Ah, e ainda não pude ir com tempo mas logo, logo estarei lendo com calma o que ele diz na entrevista, com todo prazer. E, claro, dando aquela inevitável e necessária espiada nos comentários, né? Afinal a gente tem que exercer a compaixão PORÉM sabendo bem onde está pisando :) Isso mantém na sanidade mínima requerida aquele que se propõe a ser discipulo de Jesus.

Brigadinha pela dica :)

bjs

R.




Pois é, Orvalho... (Rosélia, né?)

Como diz o autor de Eclesiastes: há tempo pra tudo...

bjs

R.



Franklin,

Pois é, meu irmão!

É na hora de esboçarmos nosso pedido de socorro que reconhecemos onde está nosso refúgio.

bjs

R.

Rita Lemes disse...

Paz Regina,td bem aí do lado de lá?srsrsr

Eu lendo cá do lado de cá,e pensando....essas palavras são minhas rsrsrrs,aquele que não sentir na pele essas emoções todas,esse sentir que não se é nada,esse realmente não conheceu a graça,nem aquele que nos concede misericórdia,miseráveis que somos!
O barco ta lotado com certeza,mas ao menos esse não afunda se o capitão for nosso Redentor amado,a santificação faz parte do pacote,só precisamos nos esforçar no SENHOR e mortificar nossa carne ja morta rrsrrs,Ele nos vivifica quando nos faz VER o que somos com e sem Ele, e o que podemos ser se perseverarmos no amor da verdade.
Eu me encontrei nesse texto todinho!

Paz, graça e bem!
Bjs

Regina Farias disse...

Rita,

Mesmo que não esteja tudo assim tãããão bem, só em ter esse seu compartilhar, já conforta o coração da gente.

Valeu!

Meu carinho,

Rê.