Já se vai mais de um século em que, inspirados na bandeira do Império, artistas brasileiros projetaram e desenharam uma das mais lindas bandeiras que eu conheço, onde a arte se expressa por meio de vibrantes cores, dizeres e estrelas, simbolizando as nossas referências históricas e culturais, ao mesmo tempo que define a soberania do nosso país.
Sempre admirei as bandeiras dos países, cada uma com suas próprias particularidades...
Lembro-me que, quando era criança - já faz um tempinho rss - havia na biblioteca particular de meu pai um grande número de livros ilustrados e eu me debruçava sobre páginas e páginas, viajando naquelas fotos e desenhos que me pareciam tão longe do meu alcance e ao mesmo tempo tão próximas e tão familiares. E uma dessas páginas que me deixava deslumbrada era justamente a das bandeiras. Divertia-me cobrir com a mão o nome de cada país correspondente para exercitar a memória e ir descobrindo a qual país pertencia cada uma daquelas coloridas bandeiras, e assim, permanece até hoje na minha lembrança grande parte desse aprendizado feito de maneira tão despretensiosa e lúdica.
Depois, nas páginas seguintes, seguia-se inevitavelmente a leitura maçante (para minha idade) sobre a história de cada uma daquelas nações e mais e mais fotos incríveis com suas bandeiras tremulando em espaços estratégicos. Tremulando mesmo. E sem qualquer outro recurso que não fosse a minha própria imaginação.
E, como tudo tem seu começo, essa história de bandeira teve seu início com um pedaço de pano amarrado em um toco usado para identificar o fogo amigo nas batalhas da Idade Média.
Com o tempo a coisa foi ficando fashion e então, pela forte influência romana, as antigas insígnias foram sendo substituídas pelo seu vexilium (estandarte) em cores vibrantes e chamativas. Foram então surgindo outros tipos de bandeiras com a modernidade – e consequente diversidade. São as chamadas não-oficiais ou semi-oficiais carregando em si, inúmeros simbolismos que representam organizações públicas ou privadas.
No Brasil, em particular, muitas delas surgiram por influência de momentos históricos político/ideológicos, e isso foi o que me estimulou a postar neste dia, sem qualquer pretensão de estudo da vexilologia (consultar o Google rss) mas devido a um questionamento íntimo acerca das inúmeras bandeiras que levantamos metaforicamente de acordo com os nossos próprios conceitos e valores; as que carregamos no peito obedecendo a cerimoniais e rituais que nos foram imputados no decorrer das batalhas da nossa existência, ora tradicionalistas, ora “inovadoras”e agressivas, esta última com tendência ao mesmo extremismo nocivo da primeira, conduzindo as pessoas a mais sectarismo.
Interessante como um pedaço de pano tem o poder de representar convicções e esperanças de toda uma coletividade, como no hino da nossa bandeira nacional cuja saudação inicial fala justamente de paz e esperança...
Mas como haver paz e esperança se o coração está árido?
Não adianta.
Por mais que sejam nobres as defesas acerca do que carregamos como bandeira, se não existe AMOR certamente virão à tona – se bem que de maneira mais velada e mais “civilizada” – as mesmas e antigas formas de expressão de guerra que se carregavam nas mentes e corações, enquanto se empunhavam signos e insígnias forjados de maneira tosca.
Quando a bandeira que carregamos é o AMOR forjado no próprio coração, todas as outras se dobram.
Pois só o amor de Deus leva as pessoas a se entenderem, a se unirem... Fazendo tremular no peito uma única Bandeira Universal.
R.F.
2 comentários:
temática muito interessante! Deus te abençoe mais e mais... e de fato, precisa-se da bandeira do amor mais e mais!
Valeu pelas palavras de carinho, pastor.
Deus te abençõe mais e mais também!
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