O reino de Deus não é uma igreja nem um grupo de pessoas, é um projeto de vida comunitária de amor, serviço, misericórdia e paciência. Não vive a dinâmica do reino quem se isola, nem quem de modo automático se congrega, mas quem existe em relação simples e verdadeira com seu próximo. (Martorelli Dantas)
O que eu percebo muito por aí, é
que as pessoas associam conversão à denominação e suas práticas religiosas
visíveis, palpáveis, ‘pegáveis’, 'molháveis'. E isso remonta não apenas a
um século de existência, mas desde que o homem habita o mundo. Na ‘igreja
primitiva’, então, temos a situação emblemática dos hebreus convertidos que
estavam desistindo da fé na Graça de Deus em Cristo e voltando aos velhos
ritos, práticas, crenças e legalismos do judaísmo, em paradoxo com o sentido da expressão ‘hebreu’ que determina um estado CONSTANTE de progressão.
Hoje em dia
não é muito diferente, só muda o pano de fundo. Entretanto, o que o Evangelho
nos diz, é que fazer a confissão de que Jesus Cristo é Deus, nos torna membros
da Igreja de Jesus. Que Jesus Cristo é a encarnação da Graça de Deus; que Jesus
é a encarnação da glória de Deus. E o verbo se fez carne e habitou entre nós - disse João no início de sua narrativa. Isso não é apenas uma afirmativa que
se deva dizer amém de forma mecânica e sem aplicação útil na própria
existência. Isso tudo encerra um novo estilo de vida.
Daí começa a conversão.
Conversão genuína não confunde. Primeiro que a pessoa entende, de imediato, que
se trata de uma experiência pessoal e intransferível, totalmente independente
de programação e ritual religioso. É, ao mesmo tempo, um ato imediato e
inconfundível, como também um processo para a vida toda, visto que a natureza
humana tem um terrível hábito de se corromper, de se engessar, de voltar atrás
nos velhos e carcomidos hábitos, como enfatizado mais acima.
Essa conversão
traz, em si, o arrependimento. Muitos religiosos, devido a uma forte herança
judaico/católica, confundem ‘arrependimento’ com o fato de se deixar certos
hábitos que algumas doutrinas religiosas colocam como sendo desagradáveis a
Deus e, então, mecanicamente, passam a seguir uma listinha de regrinhas
doutrinárias, habituando-se com aquela mesmice e repetição, crentes que
aquilo é conversão. E isso é um grande equívoco. Pior: isso é um engessamento,
uma cilada, um impedimento. Deus não está interessado em nossas exterioridades.
Ele olha para o coração e suas intenções. É lógico que quando nos alinhamos à
Sua vontade, passamos a ser mais sensatos e coerentes, refletindo isso no nosso
exterior, mas NUNCA como regra de salvação ou virtude.
Arrependimento do velho homem engloba toda uma maneira de ser e pensar que passa, não por
religiosidade imposta pelo homem, mas pelo crivo de Jesus que nos ensina a nos
relacionarmos com Deus, com o semelhante e com nós mesmos. Trata-se de uma
mudança completa nos conceitos e nos valores, conforme a mente de Jesus, para
exercermos o único ministério por Ele a nós confiado: o da reconciliação.
Passou disso é religiosidade.
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Comentário feito no grupo de FB 'Consultando a Bíblia', na postagem do Nilton Furlan onde ele pergunta:
"Vocês acham que a conversão é imediata?
Ou em alguns casos, haverá um processo para essa pessoa passar, para aí, sim, vir a conversão?
Ou, na verdade, não trata-se de conversão, mas de esclarecimento"?
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