Quase 40 dias de emoções. Surpresas. Encantamento.
Primeiro, bora combinar que não avistar a bagagem na esteira não é bem uma surpresa legal. Foi quase uma agonia. Parecendo ter vontade própria, ela (a mala) decidiu na conexão do Panamá ir até Orlando, sem avisar, achando que ia me tirar do salto. Ledo engano. Tirei de letra entrando em uma store. De pantufas a escova de dentes, me brindei com umas comprinhas inesperadas. A agonia virou alegria. Sem bagagem, mas nada que tirasse o misto de emoção da ansiedade da chegada e a concentração no encontro com meu filho. Algo mágico que incidente algum conseguiria jamais apagar.
Aquele reencontro em lágrimas pela 'perda' da mala e pelo abraço tão esperado e, logo depois, o famoso café do Starbucks (arghhh forte rsss)
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Semana seguinte:
Passeio em NYC- Um dia inteirinho de caminhadas em lugares os mais diversos. Com direito a pit stop pra tomar chocolate quente no Central Park apreciando o povo esquiando e a parada inevitável no McDonalds no caminho para a Times Square.
Eita Nova York que me pegou de jeito! Já conhecia cidades deslumbrantes mas esse lugar é particularmente apaixonante. Voltei lá outras vezes. Cidade viciante rss Encanta-me a sua beleza estonteante, suas paisagens naturais, suas pontes gigantescas e edificações suntuosas.
A experiência mágica de enxergar o belo nos cento e oitenta graus do Empire States ou na leveza romântica de um bondinho por sobre uma ponte dourada.
Os pacotes enxutos e práticos transportando aos mais variados sonhos e magias que variam de visitas em parques, museus, estações de esqui e cassinos. A magia do teatro, os shows que resistem a décadas, as lendas vivas do rock, do blues e do jazz. Um parque que parece não ter fim assim como tantas outras atrações que não dá tempo para se apreciar...
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Mas tudo isso não me encanta mais do que as pessoas. Local de convergência das maiores divergências em perfeita harmonia. Afinal, conviver diariamente com muitas diferenças, muda a mentalidade. A diversidade encontrada provoca um choque de comportamento no provinciano ao se deparar com o apinhamento de pessoas de todas as classes sociais. Gente diferenciada, classes diferentes, gostos e idiomas diferentes, cheiros diferentes, cabelos diferentes, roupas diferentes, cores diferentes. (Con)vivendo em democracia que culmina naturalmente em tolerância de tão repetitivo convívio. Pelo menos essa é a ideia...
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E agora que já acertei o caminho, vou curtindo a saudade do meu filho, (re) vendo as fotos, lembrando com carinho todos os momentos que passei ao seu lado e, lendo de vez em quando, a carta que ele me escreveu logo que retornei.
Eis uns fragmentos dela:
Desde que a sra viajou que eu venho tendo lembranças
contínuas em minha mente.
Do dia em que nos reencontramos no aeroporto.
Do choro misturado pela perda da mala e o abraço de saudade.
(...)
Do voo cancelado de Klênyo e a correria no trânsito de NYC.
Do café do Starbucks (que a sra não gostou) pra passar um
pouco da fome de almoço vencido.
Da nossa vinda para Bridgeport e jantar/almoço no Mall, com
aquela comida chinesa.
Da sua primeira ida a sua segunda casa por aqui: a
Marshall's. Ahhh a Marshall's...
(...)
Do dia em que cheguei mais cedo e assistimos Em Busca de
Liberdade.
Da ida a Marshall's.
Da ida à Ikea.
Do burrito naquele dia frio em New Haven.
Do dia todo de caminhada em NYC (e o frio).
Do chocolate quente no Central Park apreciando o povo esquiando.
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Do McDonalds mais para descansar do que para comer, no
caminho para a Times Square.
Da ida a Marshall's.
(...)
Do café da manhã no Ihop de Orange.
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Das fotos naquele dia gelado na casa enfeitada para o natal.
Do nosso passeio na praia de Bridgeport.
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Do nosso passeio pelas mansões de Westport.
Da ida a Marshall's.
Da nossa ida ao Mall de Milford.
Do nosso passeio no centro de Fairfield.
Da nossa ida ao Walmart de Shelton (a cidade do filme O
Massacre da Serra Elétrica).
Do dia que a sra conheceu nosso College em Norwalk.
Da ida a Marshall's.
Da visita ao Christmans Tree.
Da segunda ida a NYC para o encontro com o Tio Demóstenes.
Do trem perdido em cima da hora.
Dos incríveis passeios em NYC.
(...)
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Do almoço no buffet chinês em Orange.
Do natal ao som de Gonzaguinha.
Do ano novo com vinho e fondue de queijo.
Do ano novo com vinho e fondue de queijo.
Do meu aniversário surpresa com a decoração impecável.
Da ida a Marshall's.
Das infinitas perseguições aos presentes e encomendas.
Da nossa primeira vez de jogos em cassinos e aquele passeio
mágico.
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(...)
Das nossas idas à igreja.
Das músicas tocadas lá que marcaram muito.
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Das nossas idas semanais à Laundry.
Da sua primeira experiência dirigindo nas ruas dos EUA.
Das nossas conversas sem hora para terminar, sobre tudo,
quase todos os dias quando em voltava do trabalho...
E a partir daqui eu quero lembrar do que mais ficou em minha
memória e em meu coração, que era te ver todos os dias quando eu chegava em
casa.
Isso não tem preço.
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Outra, dessas coisas que me emocionam muito ao lembrar, era
o beijo de boa noite de todos os dias, que quando eu esquecia e deitava para
dormir levantava-me correndo ao lembrar, para não perder a oportunidade que
aquele dia estava me dando.
Dos abraços e colos no sofá daqui de casa.
Ouvir a sua voz todos os dias.
Ver seu sorriso tímido, ainda não adaptada ao ambiente.
Sua emoção ao ver a neve pela primeira vez.
E as vezes que eu ouvia da sra a frase "eu te amo"
com a resposta imediata de "eu também te amo".
É isso aí!
Não foram apenas férias, foram momentos que eu precisava
viver, sem ser egoísta na declaração, mas ser grato pela experiência.
(...)
Nos sentimos especiais por receber esse "visita"
que percorreu uma distância considerável, enfrentou o desconhecido em lugares
estranhos e incomuns, desafiou a diferença de línguas, superou todas as
expectativas, tudo isso para nos dar o prazer de tê-la aqui.
Parabéns por isso, por essa grandeza.
Te amamos demais, sem tamanho.
Eu confesso, choro quase todos os dias, desde que a sra se
foi.
Chorei feito bebê quando a sra viajou.
Conte sempre conosco, com a nossa amizade, apoio, verdade,
sinceridade, carinho, força...
Eu te amo e quero sempre repetir isso o quanto e enquanto eu
puder.
Um beijo bem grande e bem forte!
Que Deus te abençoe muito, pois Ele nos abençoou grandemente
com a sua vinda à nossa casa.
Te amo!
Seu filhinho,
Leo
7 comentários:
E eu só estou acompanhando as fotos da sua viagem no facebook. Viajar é tudo de bom mesmo. Me interesso muito pelo assunto. Quando algum conhecido meu retorna de viagem o faço contar tudo nos mínimos detalhes. Qualquer dia conversaremos a respeito.
Deus te abençoe,
Hélio
Oi, Hélio!
Prazer ter vc aqui! ;)
Pense numa viagem abençoada. Fora o incidente da mala (que chegou intacta uma semana depois)foi tudo muito perfeito!
E por falar em detalhes de viagens, me surpreendeu a memória de Leo ao detalhar as coisas que causaram mais emoção, que mexeram com os sentimentos.
E falando em fotos... Não curto muito, principalmente porque havia aumentado uns quilinhos(abafa). E o pior de tudo é que, por causa dos graus negativos, tive que colocar 'enchimentos' que 'me engordaram' mais ainda rss Sem falar que a lente da câmera te engorda uns 5 quilos, ce sabe, né?
Mas aí... o prazer em registrar as lembranças foi tão maior que relaxei e tirei muuuitas fotos rss Fiz até um álbum com quase duzentas fotos e ainda estou esperando as do meu irmão,(que chega aqui hj de Fortaleza) com quem passei dois dias lá em NY. Este, sim, deve ter mais um montão. Ele ama fotografia e a máquina dele só falta falar.
E, olha, Vamos, sim, conversar. Terei imensa alegria em trocar figurinhas com vc. Isso me renova! Inclusive sinto falta das nossas conversas...
Deus te abençõe!
R.
Regina,
Lindo post, linda carta do teu filho. Sou um sujeito difícil de me emocionar, mas a carta do teu filho marejou os olhos.
Deus te abençoe pela linda família que você tem e que momentos assim possam se repetir num futuro próximo.
abraço
HP
Cá pra nós (risos) fiz essa postagem contrariando meu filho porque ele não gosta de certas exposições.
Mas só em emocionar pessoas assim como vc, já fico feliz! Significa que retratei com sinceridade tudo que vivi. Sou exatamente isso aí... ;)
E tb valeu muuuuuito por vc 'curtir' esses bons momentos, pois como nos diz a bíblia, irmão de verdade é aquele que vive as emoções do outro, sejam tristes ou alegres.
Deus te abençoe e à tua família também!
R.
Rê...
Demorei pra caramba pra vir aqui pq sabia que precisava de tempo pra ler e digerir essas emoções de ver coisas novas e rever gente amada!
Cada etapa, cada conto, cada gesto retratado (literalmente) de certa forma me transportou a lugares, e cheiros que nunca sinti...
Por isso te disse (tanto) pra repartir (como quem comunga do pão ou cálice) esses momentos consoco pois assim, não só conhecemos um pouco mais da Regina Farias do Bora Ler, mas sim descortinamos mais um 'tiquin' da vida comum, simples, vivida em intensidades e pormenoridades.
Curti cada emoção e, como o HP, me emocionei ao ler a nudez de cada sentimento, que aos olhos desavisados pode parecer até fugaz, mas cheios de detalhes que fazem toda a diferença onde há amor... E havia... E há!
Muito, lindo! Beijos!
"...a nudez de cada sentimento, que aos olhos desavisados pode parecer até fugaz, mas cheios de detalhes que fazem toda a diferença onde há amor... E havia... E há!"
Caramba!!!
Essa bateu 'dicunforça'!
W. Vc demorou mas quando veio acertou bem na mosca. Só pra variar...
Pelo visto você não traduz apenas línguas estranhas. Mas a principal língua, a universal, a que se aproveita!
Cara, você é um poeta de Deus! Me emocionei!
Pois é... tamu aqui pra isso... kkkkkkk
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