"NÃO EXISTE NENHUM LUGAR DE CULTO FORA DO AMOR AO PRÓXIMO"

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sábado, 1 de dezembro de 2012

Apriscos e gentios dos dias atuais...


'No essencial: unidade. no não essencial: liberdade. em todas as coisas: caridade'.

Comentário de Fabiano na postagem COEXISTIR

'O outro aprisco que Jesus disse não seria os gentios? Não acredito que um seguidor de Buda, Maomé, Kardec, etc. estejam sendo conduzidos por Cristo. Macro ecumenismo que muitos defendem (não estou dizendo que é o seu caso) é no mínimo incoerente com o que afirmam crer. PS: Claro que devemos coexistir com respeito, não sou fundamentalista. Nosso inimigo é outro'. 

.......

Resposta:

Tudo bem, os não judeus da bíblia eram os gentios. Mas... E quem seriam os gentios atuais?

Eu não queria me estender, mas antevejo isso. Afinal sou irremediavelmente prolixa. 

A ideia da postagem é para que a gente possa abrir a mente e refletir sobre nossa suposta superioridade espiritual. É esse pedantismo, essa pretensão, essa boçalidade nojenta que eu repudio. E, para quebrar esse paradigma meramente religioso precisamos rever urgentemente nossos conceitos e ler os Evangelhos TOTALMENTE despidos do denominacionismo.

Coexistir não significa rezar a mesma cartilha, ajoelhar-se diante dos mais variados deuses e prestar-lhes culto ritualístico e cerimonioso. Não é isso! Trata-se do culto no chão da existência; da vida prática onde se é unido pelo amor sem fronteiras. Ora, o amor de Cristo não é um pacote de crenças. Isso é religião. Religião segrega. Coloca muros. O amor une as pessoas. O sentido de coexistir nem mesmo é 'macro'! É amplo e irrestrito e está muito acima das religiões, crenças, cerimônias, rituais, preferências e discordâncias.

E se for para seguirmos o que disse e fez Jesus, não há outra alternativa senão nos unirmos a todos em amor. Mas um amor sincero, prático, sem demagogia, sem subserviência ou superioridade velada.

‘Engraçado’ que tem denominacionais que defendem com unhas e dentes algumas normas que Paulo estabeleceu dentro daquele contexto, mas fazem vista grossa para o que ele mesmo disse acerca do amor universal. Utilizam de forma distorcida o ‘evangelho segundo coríntios’ mas pulando o capítulo 13. Ou usando o capítulo 13 somente com os da própria crença e a seu bel prazer. Com os das outras crenças, ainda que ditas cristãs, eles olham com piedade, compaixão, mas tudo no sentido pejorativo, como se estivessem acima daqueles e só eles entendessem de Deus. Isso me enoja, me dá asco! E tão somente porque não é esse o propósito de Jesus por meio do Sacrifício da Cruz.

Observe que em seu ministério terreno, Jesus abordou a samaritana (e outras mulheres) rompendo com TODOS os códigos religiosos da época. Códigos estes que não eram só religiosos, era a própria Lei! Ele transgrediu as normas! Ele ultrapassou todas as fronteiras em nome do Seu Amor!

Observe também que em suas parábolas ele usa, propositalmente, exemplo de pessoas boas e que não eram do 'povo de Deus’. Ele usa um samaritano (Seria o umbandista de hoje?) para exemplificar acerca da única lei que a Ele interessa que cumpramos! Quem é o nosso próximo?! Perguntaria o intérprete da lei; como posso nascer de novo, foi a pergunta nonsense de um legalista extremamente culto que era ‘o cara’ que entendia de tudo e mais alguma coisa sobre religião; e o que governava um povo, mas não conseguia enxergar A VERDADE À SUA FRENTE? Eles não sabiam porque seus corações estavam petrificados, limitados e conduzidos pela rigidez da lei sem compaixão, invalidando a palavra de Deus pelas próprias tradições, pelos próprios acréscimos. Alguma semelhança com os religiosos atuais que usam Seu Santo Nome?

Observe ainda que Jesus ficou maravilhado com a fé do centurião e fez questão de dizer, com muito entusiasmo, que jamais havia visto fé como aquela nem mesmo no meio do ‘povo de Deus’. E, nesta mesma passagem, Ele faz uma declaração contundente sobre os que ‘se assentarão à mesa’, deixando bastante claro que ‘os filhos do reino’ ficariam de fora. Não consta que Jesus tenha chamado o centurião e cobrado dele alguma 'doutrina de fé'. Ao, contrário, o dispensa dizendo 'seja feito conforme a tua fé'.

Sinceramente, não sei como os fundamentalistas ‘cristãos’(!?) não conseguem entender algo tão simples.

(E, claro, não estou me referindo a você. Fabiano. Seu nome é Fabiano mesmo? Bom, não importa... Aliás, diga-se de passagem, que poucas são as pessoas que questionam assim tão respeitosamente como vc. Geralmente levam para o lado pessoal e se enfurecem).

Então, por que um budista, um kardecista, ou um maometano não pode ser conduzido por Cristo? Quem somos nós para determinar quais são aqueles que Jesus chamará de filho ou de filha, como aquela mulher que lhe tocou as vestes? Naquela passagem não consta seus dados pessoais. Ninguém sabia seu RG, sua procedência, seu credo. Não se sabia nem seu nome!

Mas, saiba, apesar de tudo, muito me alegra o desfecho do seu breve comentário. Nenhum desses que você mesmo citou é nosso inimigo. Disse tudo. Pois o inimigo de nossas almas é quem nos coloca contra estes. Aliás, este é o seu papel.

Só digo uma coisa muito séria. Quem quiser ler nos evangelhos sobre o ministério de Jesus aqui na terra, totalmente desarmado e despido das vestes religiosas que limitam e cegam, certamente irá se deparar com algo indiscutível: que Jesus perdia o controle, repudiava e se INDIGNAVA reagindo com veemência APENAS com os religiosos hipócritas e sem compaixão.

Isso já é um bom começo para quem quer rever seus pretensiosos, equivocados e ingênuos conceitos...

Quem tiver olhos para ver, veja!

RF.


2 comentários:

Fabiano disse...

Oi Regina, não estava tentando ir contra a sua ideia sobre coexistência pacífica entre os seres humanos. Só quis dar um lembrete que isto não pode significar macro ecumenismo. Devemos amar nosso próximo, e mesmo se eles fossem nossos inimigos deveríamos amá-los da mesma forma, porque até mesmo nossos inimigos devemos amar.

Não somos melhores que ninguém, nem merecedores de tratamento melhor por parte de Deus, pelas escrituras sabemos que tudo é pela Graça e não por nosso mérito.

Quanto a seguidores de outras religiões não estarem sendo conduzidas por Cristo, não estão sendo mesmo porque o pastor delas é outro, não é Jesus. É isto que eu quis dizer.
Algumas destas pessoas podem vir a ser conduzidas por Cristo? Claro que sim!!! Afinal, Deus escolhe a quem quer, mas uma vez que elas passarem a ser conduzidas por Cristo o pastor delas passará a ser Jesus, e não Buda, Maomé, espíritos de luz, etc. Lá no Egito famílias inteiras muçulmanas sonharam com Jesus, e a partir deste sonho procuraram saber quem era Jesus.
Entende a questão? Sem Cristo não tem salvação, é o que o próprio Jesus falou. É impossível. Se Deus salvasse pessoas fora de Cristo seria uma contradição a tudo que foi ensinado no novo testamento. E outra, pra quê evangelizá-los se eles podem ser salvos em sua religião? Pra quê o "ide" de Jesus?
E crer nisto não é se achar melhor ou superior a ninguém, ou se apropriar de Jesus, embora muitos denominacionalistas ajam desta maneira e concordo 100% com você de que é errado.

Somos privilegiados por conhecer a Cristo, não melhores. Este deveria ser o pensamento do Cristão. E devemos amar as pessoas de outras religiões para de alguma forma levar Cristo a elas, ainda que odiemos algumas de suas práticas por sabermos que é o diabo quem está por trás delas.

Abraço,
Fabiano.

PS: este é meu nome mesmo... rs...

Regina Farias disse...

Oi, Fabiano, que bom que você é você rsss

Entendo perfeitamente sua colocação e concordo duzentos por cento com ela. Reprovamos práticas e não pessoas. E não precisamos ir muito longe, pois devemos reprovar até certas práticas feitas 'em nome de Jesus', de gente que se diz escolhida e que segue cartilhas religiosas mas não age como Jesus espera de um discípulo verdadeiro. Essas práticas eu reprovo mais que aquelas que não são feita usando o nome de Jesus, sabia?

E claro que não há salvação fora de Cristo! Só que as pessoas religiosas fazem uma salada acreditando que não há salvação fora do seu pacote de doutrinas, afirmando que só quem teve uma vida inteira de 'obras e obediência doutrinária' é que terá direito ao céu.

Ora, Jesus é que tem o critério e não nós. Ele levou pra o céu o 'mala' da cruz por ele reconhecer Seu Senhorio ali no último instante. Isso é com Ele. É esse o julgamento que não nos cabe de jeito nenhum. Afinal, os destroços que o malfeitor fez em vida não foram apagados. Mas ele foi 'salvo'.

Enfim...

Esse nem foi o meu enfoque nesta postagem. O que eu quis enfatizar, na verdade, foi a vaidade religiosa daqueles que se dizem superiores ante outros credos. Inclusive, muitos destes credos até 'cristãos' também são colocados como inferiores por certos denominacionais arrogantes que levantam muros no coração. Imagine em relação a um budista ou a um maometano.

É disso que falo.

E mais uma vez tiro o chapéu por você saber conversar sem me rotular, limitando-se ao campo das ideias. Valeu d+

Abs,

R.