O marido chega em casa às pressas pois está um tanto atrasado para assistir o noticiário de sua preferência. Acomoda-se no sofá e grita:
- mulheeerrr, cadê a TV??
A mulher entra na sala esbaforida
mas muito segura de si:
- ah, marido, levei hoje cedinho
pra vender porque o irmão disse hoje lá na igreja que quem não desse o dízimo
até amanhã não seria salvo.
Parece piada. Antes fosse...
Mas é a mais pura e cada vez mais
corriqueira realidade. Isso é crime e tem nome: coação. E o tom velado de ameaça de quem diz dá quem pode? E, claro, com o cuidado em mudar para o nome de 'oferta', pois como sugere a expressão, se está ofertando, ninguém está obrigando.
Me chama à atenção essa piada porque quem a conta vive numa terrível prisão religiosa que pratica outros tipos de coação.
É a história do 'sujo falando do mal lavado'. Gente que critica o fiel que vende a TV para pagar dízimo com risco de não ser salvo é a mesma gente que sofre pressão psicológica terrível para se batizar até tal dia sob pena de não ser salvo. Gente que usa todo tipo de roupa e linguagem circulando por aí no seu dia-a-dia, mas quando bota o pé dentro do suposto lugar santo, estão mudadas as indumentárias e o modo de portar-se.
Tem um monte de designação para o que as denominações por aí fazem para conseguir dinheiro e fiéis, que são verdadeiros casos de polícia. Para não citar várias designações com risco de repetição e redundância, vou sintetizar em uma só que, a meu ver, abrange tudo:
Me chama à atenção essa piada porque quem a conta vive numa terrível prisão religiosa que pratica outros tipos de coação.
É a história do 'sujo falando do mal lavado'. Gente que critica o fiel que vende a TV para pagar dízimo com risco de não ser salvo é a mesma gente que sofre pressão psicológica terrível para se batizar até tal dia sob pena de não ser salvo. Gente que usa todo tipo de roupa e linguagem circulando por aí no seu dia-a-dia, mas quando bota o pé dentro do suposto lugar santo, estão mudadas as indumentárias e o modo de portar-se.
Tem um monte de designação para o que as denominações por aí fazem para conseguir dinheiro e fiéis, que são verdadeiros casos de polícia. Para não citar várias designações com risco de repetição e redundância, vou sintetizar em uma só que, a meu ver, abrange tudo:
Pressão psicológica - Coloca a alma da pessoa em uma prisão invisível. Sua principal armadilha consiste em ludibriar o raciocínio, onde a driblada
lucidez é substituída pelo auto-engano; assim, a vítima, eternamente angustiada, passa a experimentar situações constantes de estresse vivendo em distorcido
mundo paralelo criado para sabotar sua própria consciência.
E tem uma sequência
que eu chamo de círculo vicioso, pois tal opressão que vai se instalando, ao
mesmo tempo é aliviada na medida em que a pessoa se dirige ao local em que toma um
pseudo-banho espiritual que lhe diz 'Deus está aqui'. E, quando ela volta pra
casa, reinicia-se todo aquele processo instalado anteriormente que a prende
cada vez mais em um emaranhado de normas, regras, proibições e obrigações. É
um 'TENHO QUE' para todos os movimentos, até ao próprio
respirar. Daí, segue-se outra fase: a
do fingimento. Sim, pois não dá pra suportar tanta carga, então fingir é a válvula
de escape. É quando as máscaras caem bem.
Mas caem na face. E grudam. Estabelece-se então no indivíduo uma ingenuidade (tolice) que o encaminha às cegas a uma patologia que os dirigentes chamam de conversão.
E o mais absurdo de tudo é quando, nessas denominações em nome de Jesus, impera a meninice espiritual que beira a
pretensão. É quando o pregador diz que a
salvação só é encontrada naquele espaço físico. Ponto máximo
da alucinação provocado pelo ópio do denominacionalismo. Mira fácil: o cabisbaixo,
fragilizado, sugestionado. Inicia-se o processo da
doutrinação que seria hilária se não estivesse
em jogo a saúde psicológica do indivíduo...
Fica no ar pesado algo indizível porém perfeitamente claro: de um lado o
autoritarismo do opressor travestido de bondoso intermediário de Deus; de outro, o constrangimento do dizimista/ofertante psicológico que, vendo-se nu e miserável, acaba cedendo e comprando uma fórmula repleta de efeitos colaterais e reações
adversas que vai transformá-lo em um ser estereotipado, mais doente do que
antes. Mas com aparência de feliz e realizado vez que no baú do seu kit espiritual estão todas as máscaras necessárias. Conforme a situação.
2 comentários:
É como você bem disse. É algo cíclico e que se repete à exaustão. Não sei realmente te dizer o que seria pior nesa enfadonha situação; se a coação dos líderes, ou a castração dos liderados. Mas tenho certeza que tudo isso é uma triste realidade baseados simplesmente na vontade do homem de ser 'porta-voz' de Deus, usando todo e qualquer artifício para juntar grana, ou mesmo ganhar status!
Triste e real!
Então...
Grana e/ou status pra mim dá no mesmo. São táticas igualmente detestáveis!
Ficar rico à custa do tolo e encher a 'igreja' de fiéis pelo status de 'mais espiritual', são duas jogadas igualmente enganadoras.
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